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A diversidade na Igreja

"A casa do meu Pai tem muitas moradas", diz-nos Jesus no evangelho.

A unidade na diversidade não é sempre aparente na Igreja enquanto povo de Deus, mas é uma realidade em Deus e uma presença na fé cristã desde a sua origem. A Palavra de Deus não é partidária, elitista e exclusiva. O Reino de Deus é como uma árvore que estende os ramos para dar abrigo a todos os pássaros do céu. Cristo não morreu na cruz para salvar uma mão cheia de cristãos. Até o Deus Uno encerra em si o mistério de uma Trindade.

A Palavra de Deus é inequívoca e só pode levar à desinstalação, à abertura ao outro, e a recebê-lo e amá-lo enquanto irmão ou irmã. Ninguém fica de fora, nem mesmo - se tivessemos - os inimigos.

Muitos cristãos crêem nesta Igreja, nesta casa do Pai, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo. Mas como esquecer que muitos se sentem "de fora" por se verem rejeitados, amputados e anulados, e afastam-se por ninguém lhes ter mostrado que há um lugar para cada um, com a totalidade do seu ser?

Um blogue para cristãos homossexuais que não desistiram de ser Igreja

Porquê este blogue?

Este blogue é a partilha de uma vida de fé e é uma porta aberta para quem nela quiser entrar. É um convite para que não desistas: há homossexuais cristãos que não querem recusar nem a sua fé nem a sua sexualidade. É uma confirmação, por experiência vivida, que há um lugar para ti na Igreja. Aceita o desafio de o encontrares!

Este blogue também é teu, e de quem conheças que possa viver na carne sentimentos contraditórios de questões ligadas à fé e à orientação sexual. És benvindo se, mesmo não sendo o teu caso, conheces alguém que viva esta situação ou és um cristão que deseja uma Igreja mais acolhedora onde caiba a reflexão sobre esta e outras realidades.

Partilha, pergunta, propõe: este blogue existe para dar voz a quem normalmente está invisível ou mudo na Igreja, para quem se sente só, diferente e excluído. Este blogue não pretende mudar as mentalidades e as tradições com grande aparato, mas já não seria pouco se pudesse revelar um pouco do insondável Amor de Deus ou se ajudasse alguém a reconciliar-se consigo em Deus.
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segunda-feira, 17 de outubro de 2016

A Igreja também é para os maus

Reflexão sobre o bom ladrão

S. Lucas descreve dois malfeitores crucificados com Jesus, que a Ele se dirigem com atitudes opostas.

O primeiro insulta-o, (...) impelido pelo desespero: «Não és Tu o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós». Este grito testemunha a angústia do homem diante do mistério da morte e a trágica consciência de que só Deus pode ser a resposta libertadora: por isso é impensável que o Messias, o enviado de Deus, possa estar na cruz sem fazer nada para se salvar. Não compreendiam o mistério do sacrifício de Jesus. E em vez disso Jesus salvou-nos permanecendo na cruz. E todos nós sabemos que não é fácil permanecer na cruz, nas nossas pequenas cruzes de cada dia. (...) Ali se cumpre a sua doação e amor e brota para sempre a nossa salvação. Morrendo na cruz, inocente entre dois criminosos, Ele atesta que a salvação de Deus pode chegar a qualquer homem em qualquer condição, mesmo a mais negativa e dolorosa, a salvação de Deus é para todos, ninguém está excluído, é oferecida a todos. Por isso o Jubileu é tempo de graça e de misericórdia para todos, bons e maus, aqueles que estão de saúde e aqueles que sofrem. Nada nos pode separar do amor de Cristo. (…)

A Igreja é para todos, não só para os bons ou para aqueles que se creem bons ou pensam sê-lo. A Igreja é para todos, sobretudo para os maus. A quem está pregado numa cama de hospital, a quem vive fechado numa prisão, a quantos estão encurralados pelas guerras, digo: olhai o Crucificado; Deus está convosco, permanece convosco na cruz e a todos se oferece como Salvador.

Deixai que a força do Evangelho penetre no vosso coração e vos console, vos dê esperança e a íntima certeza de que ninguém é excluído do seu perdão. (…) Ninguém é excluído do perdão de Deus, basta que se aproxime, arrependido, de Jesus e com o desejo de ser abraçado. (…)

As palavras do “bom ladrão” são um maravilhoso modelo de arrependimento, uma catequese concentrada para aprender a pedir perdão a Jesus. Primeiro, ele dirige-se ao seu companheiro: «Não tens nenhum temor de Deus, tu que foste condenado à mesma pena?». Assim destaca o ponto de partida do arrependimento: o temor de Deus, o respeito filial. Não o medo de Deus, mas esse respeito que se deve a Deus porque é Deus. O “bom ladrão” recorda a atitude fundamental que abre à confiança em Deus: a consciência da sua omnipotência e da sua infinita bondade. É este respeito confiante que ajuda a dar espaço a Deus e a confiar-se à sua misericórdia, mesmo na escuridão mais profunda. (…)

O “bom ladrão” dirige-se por fim diretamente a Jesus, invocando a sua ajuda: «Jesus, recorda-te de mim quando entrares no teu Reino». Chama-o pelo nome, «Jesus», com confiança, e assim confessa o que esse nome indica: «o Senhor salva». Aquele homem pede a Jesus que se recorde dele. Quanta ternura nesta expressão, quanta humanidade. É a necessidade do ser humano de não ser abandonado, que Deus lhe esteja sempre próximo. Deste modo um condenado à morte torna-se modelo do cristão que se confia a Jesus. É profundo, isto: um condenado à morte é modelo do cristão que se confia a Jesus e também modelo da Igreja que na liturgia tantas vezes invoca o Senhor, dizendo: «Recorda-te… Recorda-te…».

Enquanto o “bom ladrão” fala no futuro - «quando entrares no teu Reino», a resposta de Jesus diz «hoje estarás comigo no Paraíso». Na hora da cruz, a salvação de Cristo atinge o seu auge; e a sua promessa ao “bom ladrão” revela o cumprimento da sua missão: salvar os pecadores.

(...) Jesus é verdadeiramente o rosto da misericórdia do Pai. O “bom ladrão” chamou-o pelo nome, Jesus, uma oração breve que todos nós podemos fazer muitas vezes ao longo do dia. Jesus. Jesus. Jesus.

Papa Francisco
Audiencia geral, Praça de S. Pedro, Vaticano, 28 de Setembro de 2016
Trad. / edição: Rui Jorge Martins para SNPC

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Encontrar a Mãe

Passos da Via Sacra (4)

IV Estação
Jesus encontra a sua mãe

"Não há palavras (...) capazes de descrever os sentimentos de Maria naquele momento. Vários autores falam de um encontro que trouxe conforto a Jesus, neste caminho rumo ao Calvário. Eu não tenho tanta certeza. Quando enfrento alguma dificuldade, procuro não envolver a minha mãe naquela situação e, quando ela pergunta, sempre digo: "Estou bem, mãe. Está tudo bem por aqui!". Não quero que ela fique preocupada (...). Talvez a minha reação, vontade e postura fossem diferentes, no caso de uma situação extrema, como a de Jesus na Via Sacra. Se eu estivesse a morrer, gostaria que ela estivesse ao meu lado? Com certeza. Entretanto, a sua dor iria aliviar ou aumentar a minha? (...) A dor é o elemento indispensável (e, até, "constituinte") do amor. O encontro de Jesus com Maria, na via sacra, era necessário e, embora não tenha deixado marca alguma nos textos sagrados, chegou até nós por meio da piedosa tradição do povo. Penso, nesta estação, em Maria Santíssima e no seu lugar no plano da salvação. Muitos teólogos e, de certa forma, o próprio Magistério da Igreja, falam de Maria como "corredentora". Este título não diminui, nem ofusca, os méritos infinitos de Cristo Jesus, o único Redentor da humanidade, mas Deus quis que Ela participasse, de modo todo singular, nesta obra (a mesma lógica se dá em relação à intercessão e/ou mediação entre homens e Deus). 

Logo, em seguida, nesta IV Estação, o meu pensamento vai em direção da minha mãe. Como é importante, para um homossexual, o amor compreensivo e acolhedor de mãe! Eu sei que muitos não tiveram a felicidade de encontrar o apoio e o amor incondicional de suas mães. Ainda assim creio que o desejo maior de cada mãe é ver o seu filho feliz (ainda que, nem sempre, o conceito de felicidade, seja o mesmo para ambos). Muitas mães não estão angustiadas pelo fato de seu filho ser homossexual, mas pela perspectiva de sofrimentos (preconceitos, perseguições, etc.) que isso pode causar na vida deste filho. É algo parecido, um pouco, com a preocupação de mãe, com a sorte do filho-polícia, piloto ou alpinista. A diferença evidente está na eventualidade de persuadir o filho para que desistisse daquela carreira, o que não pode ocorrer, no caso de um filho homossexual (e nem sempre a mãe se dá conta dessa diferença). Apesar de todas as dificuldades e limitações, a presença de mãe, no nosso caminho de homossexuais, é de suma importância.

Oração
Senhor Jesus, obrigado pela Tua Mãe, Maria Santíssima! Mãe, consoladora dos aflitos, acompanha-nos em todos os instantes. O seu terno amor de mãe acolhe, também, os filhos e filhas homossexuais. E nós, muitas vezes magoados pela vida, contamos com este encontro. Pela intercessão de Maria das Dores, peço-Te, Jesus, por todos aqueles que, ao descobrirem a sua identidade homossexual, não tiveram a compreensão e o apoio da própria mãe. Abençoa as nossas mães, para que nunca desistam de seus filhos."

Nós Te adoramos e Te bendizemos, ó Cristo,
porque com tua Santa Cruz remiste o mundo.

Por Teleny in Retorno (G-A-Y)

sábado, 19 de março de 2011

Obrigado Pai!

Hoje é dia do Pai. Paremos um pouco na figura deste pai que, discretamente, cuidou e amou Jesus. Sem ele a história teria sido outra...
O primado da vida interior em São José
«Também quanto ao trabalho de carpinteiro na casa de Nazaré se estende o mesmo clima de silêncio, que acompanha tudo aquilo que se refere à figura de José. Trata-se, contudo, de um silêncio que desvenda de maneira especial o perfil interior desta figura. Os Evangelhos falam exclusivamente daquilo que José "fez"; no entanto, permitem-nos auscultar nas suas «ações», envolvidas pelo silêncio, um clima de profunda contemplação. José estava quotidianamente em contacto com o mistério "escondido desde todos os séculos", que "estabeleceu a sua morada" sob o teto da sua casa. Isto explica, por exemplo, a razão por que Santa Teresa de Jesus, a grande reformadora do Carmelo contemplativo, se tornou promotora da renovação do culto de São José na cristandade ocidental.

O sacrifício total, que José fez da sua existência inteira, às exigências da vinda do Messias à sua própria casa, encontra a motivação adequada na "sua insondável vida interior, da qual lhe provêm ordens e consolações singularíssimas; dela lhe decorrem também a lógica e a força, própria das almas simples e límpidas, das grandes decisões, como foi a de colocar imediatamente à disposição dos desígnios divinos a própria liberdade, a sua legítima vocação humana e a felicidade conjugal (...) Esta submissão a Deus, que é prontidão de vontade para se dedicar às coisas que dizem respeito ao seu serviço, não é mais do que o exercício da devoção, que constitui uma das expressões da virtude da religião. (...)

Mais ainda, a aparente tensão entre a vida ativa e a vida contemplativa tem em José uma superação ideal, possível para quem possui a perfeição da caridade. Atendo-nos à conhecida distinção entre o amor da verdade (caritas veritatis) e as exigências do amor (necessitat caritatis), podemos dizer que José fez a experiência quer do amor da verdade, ou seja, do puro amor de contemplação da Verdade divina que irradiava da humanidade de Cristo, quer das exigências do amor, ou seja, do amor igualmente puro do serviço, requerido pela proteção e pelo desenvolvimento dessa mesma humanidade.»

João Paulo II
In O guarda do Redentor, publicado em SNPC

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O que a Morte tem para nos dizer

William Adolphe Bouguereau
Dante and Virgil in Hell (1850)
Todos sabemos que morremos... nem todos o aceitamos.
Ouvir falar da morte não é comum, muito menos popular. Divulgo uma série de conferências que me parecem interessantes, em que a história, as crenças e os mitos se cruzam e em que se traça o percurso de como se viveu e entendeu a morte... até aos dias de hoje.

Da lei da morte libertando...


A Culturgest, em Lisboa, realiza em janeiro o ciclo “Da lei da morte libertando”, conjunto de conferências proferidas por Paulo Mendes Pinto, diretor da Licenciatura e do Mestrado em Ciência das Religiões na Universidade Lusófona.

«Possivelmente, há já alguns milhares de anos que somos o que hoje temos à nossa frente. Fisicamente, esta forma com que nos gostamos de designar enquanto duplamente sábios, sapiens sapiens, terá uns 200.000 anos. Há uns 40.000 anos que enterramos os mortos com flores. Nos últimos 5.000 anos fomo-nos “da lei da morte libertando”, desenvolvendo um conjunto de mitologias e de raciocínios que nos levou à imortalidade e a todo um grupo de crenças que hoje nos estruturam o pensamento.

Com a passagem ao Neolítico, ganhámos a nostalgia dos tempos anteriores que apelidámos de paradisíacos. O trabalho do cereal possibilitou um crescimento populacional, mas implicou uma “domesticação” que não foi apenas dos animais à nossa volta, também foi de nós próprios.

A partir desse momento, sempre buscámos o inalcançável. Seja nas mitologias da Suméria onde a Condição Humana nos surge quase ao nível do desumano, seja na Babilónia onde se começa a esquiçar uma ecologia em que tudo está interligado e dependente de uma imensamente marcante Criação.

Os mitos multiplicaram-se. As narrativas complexificam-se e os cleros consolidam-se. Inanna, Marduk, Baal, Melkart, Adonai e Javé são alguns dos momentos marcantes na construção das ideias centrais no mundo das religiões do Mediterrâneo. Mais que cultos, nestas realidades temos a construção dos próprios conceitos de divino, de deus, de salvação.

Neste percurso, que nos levará da Pré-História aos séculos em que emerge a nossa Era, os grandes deuses são depurações de ideias que resultam de milhares de anos a contemplar as estrelas à noite. Ao chegar próximo do nascimento dos monoteísmos, um deus já é um legado cultural muito além do que nos permite a leitura imediata das suas narrativas.

Nesse momento, uma divindade já não é ela mesma, é afinação de necessidades, de receios e de medos, mas também de desejos e de sonhos.» (Paulo Mendes Pinto).

Dia 5
A nostalgia do paraíso: o imaginário de um tempo sem trabalho e sem sofrimento

Dia 12
Cleros, hierarquias e reis: o caminho para a sociedade do Bronze

Dia 19
Nacionalismos, ecologia e salvação: o nascimento do indivíduo na Idade do Ferro

Dia 26:
Baal e El, ou Adonai, Eloim e Adonis: a junção eficaz das definições do divino

As sessões realizam-se às 18h30, no Pequeno Auditório. A entrada é gratuita, sujeita ao levantamento de senha de acesso 30 minutos antes do início da sessão, no limite dos lugares disponíveis, num máximo de duas senhas.

in SNPC
http://www.snpcultura.org/breves_da_lei_da_morte_libertando.html

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Advento do Teatro na Igreja? A Espera que alcança.

Bons ventos sopram do Porto. D. Manuel Clemente está a remexer a vida diocesana, social e cultural. Desta vez fez o convite a três autores para escreverem teatro sobre a Espera. A ideia é levar estas peças às paróquias, e serem os paroquianos a prepará-las e a apresentá-las. A ideia será também ligar a espiritualidade ao palco, trazer a alma á cultura e a cultura à religiosidade. Nada mal, hem?

Os três primeiros trabalhos serão: “A Subversão da Espera”, de D. Carlos Moreira Azevedo; “Esperança Godot”, de Castro Guedes, e “Para Onde vai a Luz Quando se Apaga?”, de José Tolentino Mendonça. O encenador José Castro Guedes preparou um DVD com uma proposta de encenação que poderá inspirar os diferentes grupos que levarão as peças aos palcos. Aqui fica um testemunho deste encenador do site da Pastoral da Cultura. A fotografia é retirada do filme do Desassossego.

«Há espera de esperar, não só estar à espera!»
Castro Guedes, encenador

«Com um certo atrevimento (que é coisa que se permite aos artistas) gostaria de esperar que este sinal, em boa hora chegado pela mão do Secretariado Diocesano da Pastoral da Cultura do Porto, com a colaboração da Universidade Católica (Pólo do Porto), seja a anunciação de um advento para que a arte reocupe um lugar profundamente religioso, de onde nunca saiu, mesmo em tempos de interpretações mais extremadas ou injustas entre o mundo laico e o mundo clerical.

Aliás em plena Idade Média o teatro renasce no seio da Igreja com a Confraria dos Sans-Soucis, realizando os actos da Paixão, em quadros ambulantes na rua, enquanto o antifonário litúrgico vai-se transformando em litúrgia dramática e esta em drama litúrgico até se desdobrar em mistérios, milagres e moralidades, tudo formas teatrais religiosas, que ainda hoje se podem perscrutar e encontrar indícios no teatro contemporâneo de natureza não religiosa especificamente.

De resto, como se diz no texto de Dom Carlos Azevedo, «o essencial não é saber se Deus existe»... «o essencial é saber quem é e como é. E é nesse Deus que Cristo trouxe em Filho do Homem que me revejo na concepção de todo este espetáculo, porque, creio – neste projeto de que não sou autor, mas tão só um técnico (teatral) ao serviço dele – o mais importante na mensagem do Advento que aqui se traz é uma espera com esperança e não o esperar sem crer, num Mundo em que se anuncia um apocalipse civilizacional justamente pela descrença, mas que é possível recuperar em esperança de Salvação.

Metida esta foice em seara alheia (mas é impossível falar da forma sem ter presente o conteúdo), o que me compete, como encenador, chamar mais a atenção é para esse outro lado do teatro tantas vezes esquecido: o teatro não é literatura. O texto dramático tem, deve ter, um valor literário intrínseco, mas a palavra escrita é apenas o ponto de partida para ela ser dita. E dizê-la não é só reproduzi-la melhor ou pior interpretada em termos de perceção auditiva. É colori-la com o sentimento através daquilo a que chamamos “inflexões”, sentido último do texto em situação e do subtexto, que é o que se quer dizer para lá do dito. Todavia este colorido não se obtém só no modo de dizer, mas também no gesto, no movimento dos actores (a que no léxico teatral se chama “marcações”), no significado que se pode ler nos próprios cenários, indumentárias, luzes, som... Mas tendo sempre por centro o actor e a sua inimitável capacidade de ser o outro, a personagem que vive.
...

E como o teatro é, por excelência, uma arte de conjunto, cada um e cada coisa que nestes espaço se move implica com a(s) outra(s) num conjunto de ações- reações a que importa estar atento (tarefa do encenador) no resultado de uma leitura globalizante e não só individual de cada personagem ou de cada gesto, movimento ou fala de per si. Por isso também – porque do corpo e da alma que nesse corpo se expressa em representação, a matéria-prima da obra é gente e não óleo, letras ou sequer imagens virtuais – o teatro é a mais humana de todas as artes, que só acontece, efemeramente, no momento em que se apresenta diante de terceiros, a público. E é (permitam-me outra vez a ousadia de um artista, ao finalizar este texto) uma sagração da vida. Vida que nos diz que “há espera de esperar”, esperar com esperança.

In A Espera, Secretariado Diocesano da Pastoral da Cultura (Porto), 18 de Novembro de 2010
http://www.snpcultura.org/pcm_pastoral_cultura_porto_apresenta_propostas_teatrais_sobre_a_espera.html

Porque estou aqui

Sinto-me privilegiado por ter encontrado na Igreja um lugar vazio, feito à minha medida. É certo que tê-lo encontrado (ou encontrá-lo renovadamente, pois não é dado adquirido) foi também mérito da minha sede, do meu empenho, de não baixar os braços e achar, passivamente, que não seria possível. Passo a contextualizar: a comunidade onde vou à missa é pequena e acolhedora, e podia bem não o ser. Ao mesmo tempo, sentia um desejo grande de reflexão de vida cristã e encontrei um casal (heterosexual) que tinha a mesma vontade. Começámo-nos a reunir semanalmente numa pequena comunidade de oração e reflexão que, apesar de crítica, nos tem ajudado a sermos Igreja e a nela nos revermos. Paralelamente, face ao contínuo desencanto em relação a algumas posturas e pontos de vista de uma Igreja mais institucional e hierárquica, tive a graça de encontrar um grupo de cristãos homossexuais, que se reuniam com um padre regularmente, sem terem de se esconder ou de ocultar parte de si.

Sei que muitos cristãos homossexuais nunca pensaram sequer na eventualidade de existirem grupos cristãos em que se pudessem apresentar inteiros, quanto mais pensarem poder tomar parte e pôr em comum fé, questões, procuras, afectos e vidas.

Por tudo isto me sinto grato a Deus e me sinto responsável para tentar chegar a quem não teve, até agora, uma experiência tão feliz como a minha.

Este blogue também é teu

São benvindos os comentários, as perguntas, a partilha de reflexões e conhecimento, as ideias.

Envia o link do blogue a quem achas que poderá gostar e/ou precisar.

Se não te revês neste blogue, se estás em desacordo com tudo o que nele encontras, não és obrigado a lê-lo e eu não sou obrigado a publicar os teus comentários. Haverá certamente muitos outros sítios onde poderás fazê-lo.

Queres falar?

Podes escrever-me directamente para

rioazur@gmail.com

ou para

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Nota: por vezes pode demorar algum tempo a responder ao teu mail: peço-te compreensão e paciência. A resposta chegará.

Os textos e as imagens

Os textos das mensagens deste blogue têm várias fontes. Alguns são resultados de pesquisas em sites, blogues ou páginas de informação na Internet. Outros são artigos de opinião do autor do blogue ou de algum dos seus colaboradores. Há ainda textos que são publicados por terem sido indicados por amigos ou por leitores do blogue. Muitos dos textos que servem de base às mensagens foram traduzidos, tendo por vezes sofrido cortes. Outros textos são adaptados, e a indicação dessa adaptação fará parte do corpo da mensagem. A maioria dos textos não está escrita segundo o novo acordo ortográfico da língua portuguesa, pelo facto do autor do blogue não o conhecer de forma aprofundada.

As imagens que ilustram as mensagens são retiradas da Internet. Quando se conhece a sua autoria, esta é referida. Quando não se conhece não aparece nenhuma referência. Caso detectem alguma fotografia não identificada e conheçam a sua autoria, pedimos que nos informem da mesma.

As imagens são ilustrativas e não são sempre directamente associáveis ao conteúdo da mensagem. É uma escolha pessoal do autor do blogue. Há um critério de estética e de temática ligado ao teor do blogue. Espero, por isso, que nenhum leitor se sinta ofendido com as associações livres entre imagem e conteúdo.

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