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A diversidade na Igreja

"A casa do meu Pai tem muitas moradas", diz-nos Jesus no evangelho.

A unidade na diversidade não é sempre aparente na Igreja enquanto povo de Deus, mas é uma realidade em Deus e uma presença na fé cristã desde a sua origem. A Palavra de Deus não é partidária, elitista e exclusiva. O Reino de Deus é como uma árvore que estende os ramos para dar abrigo a todos os pássaros do céu. Cristo não morreu na cruz para salvar uma mão cheia de cristãos. Até o Deus Uno encerra em si o mistério de uma Trindade.

A Palavra de Deus é inequívoca e só pode levar à desinstalação, à abertura ao outro, e a recebê-lo e amá-lo enquanto irmão ou irmã. Ninguém fica de fora, nem mesmo - se tivessemos - os inimigos.

Muitos cristãos crêem nesta Igreja, nesta casa do Pai, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo. Mas como esquecer que muitos se sentem "de fora" por se verem rejeitados, amputados e anulados, e afastam-se por ninguém lhes ter mostrado que há um lugar para cada um, com a totalidade do seu ser?

Um blogue para cristãos homossexuais que não desistiram de ser Igreja

Porquê este blogue?

Este blogue é a partilha de uma vida de fé e é uma porta aberta para quem nela quiser entrar. É um convite para que não desistas: há homossexuais cristãos que não querem recusar nem a sua fé nem a sua sexualidade. É uma confirmação, por experiência vivida, que há um lugar para ti na Igreja. Aceita o desafio de o encontrares!

Este blogue também é teu, e de quem conheças que possa viver na carne sentimentos contraditórios de questões ligadas à fé e à orientação sexual. És benvindo se, mesmo não sendo o teu caso, conheces alguém que viva esta situação ou és um cristão que deseja uma Igreja mais acolhedora onde caiba a reflexão sobre esta e outras realidades.

Partilha, pergunta, propõe: este blogue existe para dar voz a quem normalmente está invisível ou mudo na Igreja, para quem se sente só, diferente e excluído. Este blogue não pretende mudar as mentalidades e as tradições com grande aparato, mas já não seria pouco se pudesse revelar um pouco do insondável Amor de Deus ou se ajudasse alguém a reconciliar-se consigo em Deus.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Homossexualidade e Orixás

Colóquio: Homossexualidade e Religião

"Analisar a relação entre a religião e a sexualidade, particularmente a homossexualidade, as tensões que lhe são intrínsecas, apresentando os casos das religiões-terreiros afro-brasileiros do Candomblé como lugares onde a homossexualidade e a religião não se encontram em extremos opostos vivenciando-se nas casas de culto dos Orixás, e estudando-o como um case-study".

É já amanhã (sábado, dia 26 de Fevereiro de 2011, às 15h) que o Salão Nobre da Casa do Brasil em Lisboa (R. Luz Soriano, nº 42) vai receber um colóquio sobre a temática da homossexualidade e religião. Entre os temas abordados, vai-se falar de "Género e sexualidade na religião judaico-cristã-islâmica: problemas e potencialidades", "Porque é o cristianismo tão hostil à homossexualidade?", "Adés: a homossexualidade como operadora de mudança no Candomblé".

Mais informações aqui.

Quem são os inimigos, estes que somos chamados a amar?

David e Saul
Amar os inimigos
Das leituras para o 7.º Domingo do Tempo Comum (Ano A)

Da santidade de Deus desce o mandamento de amar o próximo como a si mesmo (1.ª leitura); da perfeição de Deus brota o mandamento de amar o inimigo (Evangelho). Os textos propõem uma ética teologal, uma ética que encontra no ser e no agir de Deus para o homem o seu fundamento. O critério ético que orienta o agir humano pode ser expresso assim: “Como Deus agiu para ti, também tu age da mesma fora para com os outros”. Desta maneira, não só se supera o nível da vingança. do “Faz também ao outro o que ele fez a ti”, como é fundado e tornado praticável o amor do inimigo graças à fé em Cristo que amou também os inimigos.

As palavras de Jesus em Mateus 5, 38-42 enfrentam o problema da violência. Se a lei de Talião é já uma barreira à violência indiscriminada e desmesurada, Jesus propõe uma prática de ativa não-violência aplicada a diversos âmbitos. Mas ainda antes de propor uma estratégia que se opõe à violência, a Bíblia e a palavra evangélica em particular, ajudam o homem a discerni-la, a desmascará-la nas suas camuflagens e a reconhecer que não lhe é estranha.

O caso da bofetada (v. 39) refere-se aos casos de explosão violenta nas relações familiares e sociais de todos os dias, integrando-se por conseguinte no horizonte da vida quotidiana. Todos nós conhecemos uma violência diária e subtil que – sem derramamento de sangue e sem cair na agressão física, mas o deixando o coração profundamente ferido – ocorre no interior das relações familiares, nas relações entre irmãos, entre pais e filhos, entre homem e mulher, a do homem que não sabe domesticar a animalidade que habita o próprio coração, a que começa de maneira escondida ou pouco visível, que se insinua furtivamente num olhar, num comportamento, em palavras.

O caso apontado no v. 40 diz respeito a um processo de arresto: entreveem-se as situações de injustiça e violência social, estrutural; as instituições que, colocadas ao serviço da justiça, podem tornar-se instrumentos de injustiça. Podemos pensar na violência da burocracia, com a sua impessoalidade e indiferença à individualidade humana.

O caso do v. 41 refere-se à coação, à tirania, à violência do abuso, de dobrar a vontade do outro para que ele faça o que nós queremos. E o alcance do abuso abrange o plano físico e sexual, psicológico e espiritual. E pode também configurar-se como violência a pressão, a insistência de um pedido para obter dinheiro e empréstimos (v. 42). O âmbito económico é certamente desencadeador de cobiça e violência.

Jesus pede ao crente para não opor resistência ao malvado: esta dimensão negativa será completada pelo mandamento positivo de amar o inimigo (v. 41). A violência faz parte do mundo não libertado, opondo-se ao Reino de Deus, pelo que não pode reentrar na prática messiânica. O pedido de amar os inimigos situa-se no coração da “diferença cristã”: o que é que diferencia o cristão em relação a pagãos e publicanos, a indiferentes e não crentes? Jesus pede aos crentes para sair do fechamento daquilo que é homólogo, similar, recíproco, autoreferencial: amar quem já se ama, saudar só os irmãos. Trata-se, em vez disso, de ousar a alteridade, de ter a coragem da diversidade e de vencer com o amor o medo do diferente e do outro. São fatores de violência a absolutização do mesmo, do idêntico, que se pode traduzir na redução das relações sociais à mera materialidade dos elementos naturais, à exaltação da consanguinidade, da homogeneidade do elemento étnico.

Praticar o amor com o inimigo contém em si uma promessa escatológica que tem implicações históricas no hoje: «Fazendo assim, tornar-vos-eis filhos do vosso Pai que está no Céu» (v. 45). Viver o amor do inimigo significa estar imerso no amor de Deus que em Cristo se manifestou como amor pelos inimigos: essa imersão regenera o crente, dá à luz um filho de Deus, pertencente a Deus e semelhante a Jesus Cristo. O útero e a matriz deste nascimento à semelhança de Deus (cf. v. 48) é a experiência do amor universal de Deus, do seu amor a bons e maus, da sua bondade incondicional.

Luciano Manicardi, da Comunidade de Bose

Tradução de Rui Martins in SNPC
Ler sobre o Mosteiro de Bose

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mãos à obra: ensinar Economia em Angola

Herb Ritts
Dar aulas de Economia numa universidade angolana

O emprego em Portugal não está fácil! Esta é uma frase que ouvimos quase todos os dias. De facto, o mercado de trabalho está particularmente complicado para quem já não é jovem e para os recém-licenciados. Contudo uma coisa devemos aprender com esta lição: não podemos esperar que nos caia do céu a "proposta" desejada. Procurar trabalho implica arregaçar as mangas e estar disposto a arriscar.

Se é difícil encontrar trabalho na nossa cidade, e se queremos de facto trabalhar, de preferência na área em que nos especializámos, porque não estar disposto a mudar de cidade, de região ou até de país?

Recebi há alguns dias um pedido de Angola. Procuram pessoas formadas em Economia e com Mestrado já feito. O requisito é ter disponibilidade para leccionar durante 2 anos - pelo menos - numa universidade do Huambo (Angola). Se és economista e procuras emprego, porque não arriscares a tua ida para um país que, certamente, vai dar valor ao teu conhecimento e aos anos que dedicaste a estudar?

Aqui vão os contactos de quem lançou este repto:
Maria da Ascensão Botelho
email: marasbo@gmail.com
facebook: http://www.facebook.com/profile.php?id=100001221030365

As sombras e a luz na vida de um artista: transcendência, quotidiano, sexualidade, fuga, liberdade e doença


São João Baptista

Caravaggio, 400 anos: balanço e perspetiva


2010 ficou marcado pela celebração do centenário da morte de um dos artistas que mais marcou a arte europeia. Depois da sua virtual redescoberta, nos anos de 1950, através da grande exposição organizada por Roberto Longhi em Milão, pode dizer-se que Caravaggio tem vindo a crescer em celebridade. A sua vida aventurosa acresce ao fascínio da sua arte. Envolta em mistérios, prestou-se a filmes de sucesso e a livros diversos, onde realidade e especulação se misturam. Talvez nenhuma outra figura artística do passado se tenha transformado tão decididamente num objeto de culto, transcendendo os limites do mundo erudito da arte barroca, para se firmar no turbilhão da cultura de massas, como, antes de si, os seus contemporâneos literários Shakespeare e Cervantes.

Em 1999, uma grande especialista da pintura seiscentista, Helen Langdon dedicou-lhe uma biografia, que se transformou num clássico. No ano anterior, Peter Robb publicou sobre o artista um romance fascinante, solidamente pesquisado e recheado de hipóteses explicativas sedutoras sobre a génese de algumas obras e os enigmas da sua vida. Mistura de erudição e livro de aventuras, rapidamente se transformou num “best-seller”.

Em 2003, um famoso romancista, hoje membro da Academia Francesa, Dominique Fernandez, deu à estampa uma “psicobiografia”do pintor, onde propõe uma inteligente leitura do significado profundo dos principais temas caravaggescos.

Também a historiografia tem vindo a dar resposta a algumas das questões ainda pendentes sobre uma vida cheia de peripécias, vislumbradas a partir de relatórios de polícia e atas de tribunais. Um académico maltês, Keith Sciberras, deslindou finalmente o motivo da queda em desgraça do artista, logo após o seu maior momento de triunfo: a admissão na prestigiosa Ordem de São João de Jerusalém (vulgarmente conhecida por Ordem de Malta). Uma altercação física envolvendo um superior hierárquico ("cavaliere nobilíssimo")levou ao seu encarceramento (e posterior fuga) num dos fortes da ilha de Malta. Numa sociedade rigidamente estratificada e de “ethos”aristocrático, o feitio impetuoso de um pintor plebeu, por muito cavaleiro de graça magistral que fosse, não podia ser tolerado. Resta ainda por confirmar a muito provável intervenção do próprio grão-mestre Alof de Wignacourt, no sentido de facilitar a fuga do artista que o retratara e que se viu forçado a mandar prender e erradicar.

A mais espetacular descoberta do ano ocorreu no verão, quando uma equipa interdisciplinar de uma instituição científica de Ravena, sob a orientação do Prof. Giorgio Gruppioni, pôde identificar os restos mortais do pintor de entre uma pilha de ossos exumados da cripta do cemitério de San Sebastiano de Porto Ercole. Mais exatamente, o crânio, as mandíbulas e o fémur. Aplicada a datação por carbono e outras técnicas forenses, apurou-se que os ossos pertenciam a um indivíduo de cerca de 38 anos e confirmou-se a data de 1610. Recolhido o DNA de membros atuais da família Merisi (longínquos parentes colaterais do pintor), ficou confirmada a identidade. O grau de fiabilidade das conclusões foi estabelecido em 85%.

Morte da Virgem
(Caravaggio não usa o tradicional termo de "dormição")
A análise dos ossos permitiu ainda lançar luz sobre a tão debatida razão da morte do artista. De facto, foi encontrada neles uma dose pouco usual de chumbo, justificada pelo contacto do artista com tintas e pigmentos, mas indiciando fortemente um grau de intoxicação plúmbea, conhecida como saturnismo. Ou seja, terá sido um Caravaggio já muito debilitado internamente que suportou a insolação e o esgotamento naquele julho tórrido de 1610, numa zona infestada de malária. Afastadas ficam, pois, as teorias conspirativas e de assassínio.

Neste mês de julho de 2010, os restos mortais identificados foram transportados para a sua cidade natal de Caravaggio, onde ficaram expostos no município. Regressaram, posteriormente, num veleiro, a Porto Ercole, onde foram levados para o Forte Stella, tendo sido celebrada uma missa, antes do sepultamento definitivo nessa localidade, onde morreu.

Um mês antes, em junho, a polícia alemã localizou em Berlim e apreendeu um dos quadros do mestre, anteriormente roubado do Museu de Odessa. Trata-se de uma das versões da “Captura de Cristo”, durante muito tempo considerada o original, até à descoberta, há duas décadas, da outra versão, hoje exposta em Dublin, na National Gallery of Ireland. A tela, escurecida, jazera largos anos em silêncio numa residência da comunidade jesuíta da capital irlandesa, à qual fora oferecida por uma benfeitora, sem qualquer noção do seu valor. A saga da redescoberta, limpeza e restauro do quadro é narrada por Jonathan Harr, no seu livro “A Obra Prima Desaparecida”, uma crónica que se lê como um verdadeiro romance de aventuras. Trata-se indiscutivelmente da versão original e é um dos quadros mais densos e dramáticos jamais criados por Michelangelo Merisi da Caravaggio, que nele se faz representar, como um criado que ergue uma lanterna para alumiar a cena noturna. Eu próprio tive ocasião de propor uma releitura da obra, à luz deste autorretrato nela inserido, que transforma a cena numa verdadeira alegoria da pintura, no sentido em que a arte “dá a luz”que permite ver a realidade.

Há anos, uma outra redescoberta veio lançar luz sobre a técnica do pintor nos seus anos finais. Foi identificado, numa coleção privada suíça, um “S. João”, como sendo a última tela de Caravaggio, transportada consigo na sua última viagem para Roma, que terminaria fatidicamente num albergue de Porto Ercole. O quadro, presente em algumas das principais exposições dedicadas ao artista nos últimos anos, foi objeto de reconhecimento unânime pela comunidade científica. (...)


Natividade com São Francisco e São Lourenço
 A obra autografa de Caravaggio hoje existente não ultrapassa as cinco ou seis dezenas de quadros. Vários outros, citados pela documentação seiscentista, não chegaram até nós. E, já no século XX, há a lamentar a perda da primeira versão do “S. Mateus e o Anjo”, bem como do retrato de “Fillide”, ambos queimados em Berlim, nos dias derradeiros da II Grande Guerra. Em 1969, de um oratório de Palermo, foi roubada a “Natividade com S. Francisco e S. Lourenço”, que nunca mais apareceu. Os quadros de Berlim são-nos conhecidos por velhas fotografias a preto e branco; da tela siciliana, existem reproduções a cores.

O constante interesse do público pela obra de Caravaggio fez multiplicar, nos últimos anos, o número das exposições a ele consagradas (...).

Neste ano celebratório, centraram-se em Itália, como era de esperar, as principais manifestações em torno do centenário, com particular realce para a grande exposição, que decorreu em Roma, nas “Scuderie”do Quirinal, entre fevereiro e junho. As cavalariças do venerável palácio, que foi dos Papas, dos Reis de Itália e que hoje alberga a Presidência da República Italiana, transformaram-se naquele que é, talvez, o mais espetacular espaço expositivo da capital. Aqui se reuniram 24 obras-primas do artista, quase metade de toda a sua produção remanescente, todas indiscutíveis, em termos de atribuição. Aos tesouros dos museus romanos, milaneses e florentinos, juntaram-se telas vindas de Nova Iorque, S. Petersburgo, Londres, Nancy, Dublin, Messina, Berlim, Viena, Kansas City e Fort Worth. Comissariada por Rossella Vodret e Francesco Buranelli, a exposição completava-se com a proposta de visita dos extraordinários quadros de altar que ornam as igrejas de Sant’Agostino, Santa Maria dei Popolo e San Luigi dei Francesi, todos eles expoentes máximos da produção do artista.

De facto, entre museus e igrejas, concentra-se em Roma cerca de um terço de toda a obra de Caravaggio, inigualável pela qualidade. No último fim de semana da mostra (12/13 de junho), uns e outras mantiveram-se abertos ininterruptamente durante 36 horas, admitindo os últimos milhares de visitantes. Ainda em Roma, em dezembro, no PalazzoVenezia, foi reconstituído o estúdio do artista (“Caravaggio. La Bottega dei Génio”). Prosseguindo as festividades, já este ano, abrirá na primavera, no mesmo museu, uma exposição dedicada ao mestre e aos seus seguidores, organizada em colaboração com o Hermitage de S. Petersburgo. (...)

Um contributo bastante original para este ano de festejos foi a estreia, a 19 de novembro, no festival de cinema de Mar dei Plata, de um filme polémico, “I'm Caravaggio”, de Derek Stonebarger, onde algumas das peripécias da vida do artista são transpostas para a atualidade de um "ghetto" de Las Vegas. (...)

Como se explica este permanente fascínio que continua a prender tão grande número de pessoas? Já em 1986, o filme biográfico de Derek Jarman constituíra um sucesso. As biografias romanceadas de Peter Robb e Dominique Fernandez foram “best-sellers”. As grandes exposições arrastaram largos milhares de visitantes...

Em primeiro lugar, o impacto do realismo brutal das suas figuras, moldadas de luz e sombra, escapando a todas as formas de idealização clássica e saídas do mundo fascinante e violento das ruas e das tabernas, para encarnar santos e anjos, sem, contudo, deixar de dar testemunho da sua própria realidade corpórea. Essa espiritualidade incarnada no quotidiano continua a ser um dos aspetos mais extraordinários da sua arte. As suas figuras são espantosamente modernas e, ao sê-lo, tornam-se intemporais e capazes de dizer algo aos homens do nosso próprio tempo. A mistura de transcendente e quotidiano, patente em tantas das suas telas, tem significado também nesta época sincrética, em busca incessante de valores espirituais, filosóficos, mágicos ou esotéricos, que sejam capazes de transfigurar o mundo material imediato.


detalhe de O martírio de São Mateus
 Em segundo lugar, a “vexata quaestio”da tão debatida sexualidade do artista. Na sua primeira fase, correspondente aos primeiros anos passados em Roma, e sob o alto patrocínio do refinado cardeal Francesco Maria dei Monte, produziu um conjunto de quadros, representando efebos de sexualidade ambígua. Do que sabemos da sua vida, resta a mesma ambi­guidade, que vai da forte relação com duas mulheres, Fillide Melandroni e a prostituta Lena, até ao apego e intimidade com o seu companheiro e discípulo Mário Minniti e outros homens.

Os mistérios da sua vida aventurosa, os anos passados em fuga e, contudo, tão espantosamente produtivos em termos artísticos, o constante papel dos apegos afetivos e da violência na sua vida acrescem ainda ao fascínio do artista.

Michelangelo Merisi é o exemplo acabado do romântico “avant la lettre”, que vive intensamente, produz uma obra artística de altíssimo impacto e valor, para morrer jovem e desamparado, com a liberdade ao alcance da mão, já tão perto e contudo inalcançada.

Na sua complexidade e ambivalência, Caravaggio surge-nos como perfeitamente contemporâneo. Violento e frágil, rebelde e insubmisso, amigo de banqueiros, cardeais, aristocratas, e também de vagabundos e rufias, portador de uma visão nova e única, revolucionário na técnica e na temática, inovador na expressão plástica do quotidiano mais banal e da mais alta espiritualidade, assim nos aparece hoje este homem, cuja arte ultrapassou as barreiras do tempo. Quatro séculos decorridos desde a sua morte, está mais vivo do que nunca na consciência contemporânea, como paradigma prometaico de quem se não resigna às limitações do quotidiano, antes molda o seu próprio destino. Pagou, por isso, um alto preço: fuga, clandestinidade, prisão, banimento, morte trágica às portas de Roma e da liberdade. Pelo caminho, deixou um legado artístico sem par, que hoje ainda continua a maravilhar e a arrastar multidões.

José Alberto Gomes Machado
(Professor catedrático de História da Arte, diretor da Escola de Ciências Sociais da Universidade de Évora)

In Brotéria 172 (n.º 1/2011)
Publicado por SNPC

Ler no blogue:
http://moradasdedeus.blogspot.com/2011/02/quando-beleza-doi.html
http://moradasdedeus.blogspot.com/2011/02/parabens-caravaggio.html
Ver no blogue:
http://moradasdedeus.blogspot.com/2011/02/caravaggio-em-imagens.html

A nudez na arte: do pudor ao que interessa

Nota: neste artigo de opinião "pornográfica" deveria ser substituída bastantes vezes por "erótica" pois, a meu ver, pornográfico é tudo o que é produzido pela "indústria do sexo" e para consumo de um determinado mercado; "erótico" não é tão restrito, é algo que estimula os sentidos e o desejo, mas que não está vocacionado para o mercado da "indústria pornográfica". Contudo, por lealdade para com a autora do texto, não fiz a substituição de um termo pelo outro, cabendo ao leitor a tarefa de discernimento. 

Caminhos cruzados: a arte, a nudez e a pornografia

Male nude known as Hector, David jacques Louis
O corpo humano causa fascínio e é exaltado como algo naturalmente belo. Instintivamente, a nudez sempre foi e será o meio pelo qual o homem busca uma ligação com o seu próprio ser e com a criação.

O poeta e pintor inglês William Blake afirmou que “a arte jamais poderia existir sem expor a beleza da nudez.” Desde os primórdios dos tempos a nudez pertence à arte, estando presente nos ateliês de artistas clássicos e contemporâneos, assim como está presente em todas as outras vertentes artísticas. O corpo humano é visto como uma obra de arte. E como tal é contemplado. Afinal, é uma notável composição de músculos, uma máquina que reage e funciona à base de emoções. Que sangra, que expressa. Que causa prazer para quem sente e vê, de uma desconcertante (im)perfeição.

Mas antes da admiração, há uma eterna e cansativa discussão acerca do que é arte e do que é pornografia. Discussão errada. Com isto, infelizmente, a retratação da nudez ganhou rótulos, que se tornaram mais importantes do que a própria arte.

O rapto das Sabinas, Rubens
Todos sabemos o que é algo pornográfico, não é necessário dizer. A arte pode ser pornográfica, sem dúvida. Mas nem toda a pornografia pode ser arte. É, no entanto, delicado determinar o que é ou não arte. Cada um vê a beleza de modo muito particular. Por isso, coloca-se uma questão mais importante: é boa arte? Por vezes uma mente imatura, ou puritana, execra toda e qualquer manifestação da nudez, sem levar em consideração que não se trata apenas da estética, mas sim do conceito que encarna naquela obra. É preciso ver para além do que se vê. Isso deixa claro que, em determinadas ocasiões, é uma questão puramente de moralismo: ofender-se com uma imagem pornográfica é mais conveniente, desqualificando-a como arte.

É estranho que algumas pessoas se escandalizem com a exposição dos órgãos genitais, alegando que é algo grotesco e que alude puramente a luxúria, mas não se importam em admirar uma imagem sensual. Ora, a simples sensualidade é tão obscena quanto a pornografia, pois revela o que não está, desperta a imaginação, usa a nudez como pano de fundo para uma ideia mais subtil, mas que seduz e convence. Pablo Picasso disse ser “a arte algo perigoso, pois é reveladora”. E não é somente uma arte pornográfica que revela.


Prometheus, Christian Griepenkerl
Então esqueça os rótulos de pornográfico, erótico ou o que o valha. Não é isso o que importa. Independente da maior ou menor exposição do corpo é preciso entender que mais importante é identificar a qualidade artística de um trabalho. Alguns deles não pretendem mesmo ser mais do que apenas o sexo, numa exposição direta. É a libido na sua forma mais crua e explícita, mas nem por isso deixa de ser arte.

A famosa escultura de David – de Michelangelo – é a mais óbvia e explícita exposição do corpo humano. É pornografia ou é arte? A pergunta soa estúpida, não? A questão é que David é uma das mais belas obras a exaltar o corpo humano. É tecnicamente bem feito, é hiper-realista, é inebriante. Uma obra espectacular incontestável do Renascimento que fala connosco por meio da nudez e muito além da nudez. Se for boa arte, o que chamará a atenção não será apenas o corpo exposto mas sim uma série de impressões e conceitos inerentes a ela. É o que acontece com o bom observador.


L'apparition, Daniel Barkley
O escritor britânico Joseph Conrad disse sabiamente que “o autor escreve apenas metade de um livro. A outra metade fica por conta do leitor”. Creio que tal ideia pode ser aplicada à arte. O observador é uma extensão daquilo que observa, pois é dele a interpretação, independente da intenção do artista. São os conhecimentos e as inferências feitas pelo observador que vão responder à pergunta que realmente deve ser feita: é boa arte?

Adaptação para português (de Portugal) de um texto de Rejane Borges, in Obvious

Ler um texto de opinião sobre o trabalho de Egon Schiele

Porque estou aqui

Sinto-me privilegiado por ter encontrado na Igreja um lugar vazio, feito à minha medida. É certo que tê-lo encontrado (ou encontrá-lo renovadamente, pois não é dado adquirido) foi também mérito da minha sede, do meu empenho, de não baixar os braços e achar, passivamente, que não seria possível. Passo a contextualizar: a comunidade onde vou à missa é pequena e acolhedora, e podia bem não o ser. Ao mesmo tempo, sentia um desejo grande de reflexão de vida cristã e encontrei um casal (heterosexual) que tinha a mesma vontade. Começámo-nos a reunir semanalmente numa pequena comunidade de oração e reflexão que, apesar de crítica, nos tem ajudado a sermos Igreja e a nela nos revermos. Paralelamente, face ao contínuo desencanto em relação a algumas posturas e pontos de vista de uma Igreja mais institucional e hierárquica, tive a graça de encontrar um grupo de cristãos homossexuais, que se reuniam com um padre regularmente, sem terem de se esconder ou de ocultar parte de si.

Sei que muitos cristãos homossexuais nunca pensaram sequer na eventualidade de existirem grupos cristãos em que se pudessem apresentar inteiros, quanto mais pensarem poder tomar parte e pôr em comum fé, questões, procuras, afectos e vidas.

Por tudo isto me sinto grato a Deus e me sinto responsável para tentar chegar a quem não teve, até agora, uma experiência tão feliz como a minha.

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As imagens que ilustram as mensagens são retiradas da Internet. Quando se conhece a sua autoria, esta é referida. Quando não se conhece não aparece nenhuma referência. Caso detectem alguma fotografia não identificada e conheçam a sua autoria, pedimos que nos informem da mesma.

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