Pesquisar neste blogue

A diversidade na Igreja

"A casa do meu Pai tem muitas moradas", diz-nos Jesus no evangelho.

A unidade na diversidade não é sempre aparente na Igreja enquanto povo de Deus, mas é uma realidade em Deus e uma presença na fé cristã desde a sua origem. A Palavra de Deus não é partidária, elitista e exclusiva. O Reino de Deus é como uma árvore que estende os ramos para dar abrigo a todos os pássaros do céu. Cristo não morreu na cruz para salvar uma mão cheia de cristãos. Até o Deus Uno encerra em si o mistério de uma Trindade.

A Palavra de Deus é inequívoca e só pode levar à desinstalação, à abertura ao outro, e a recebê-lo e amá-lo enquanto irmão ou irmã. Ninguém fica de fora, nem mesmo - se tivessemos - os inimigos.

Muitos cristãos crêem nesta Igreja, nesta casa do Pai, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo. Mas como esquecer que muitos se sentem "de fora" por se verem rejeitados, amputados e anulados, e afastam-se por ninguém lhes ter mostrado que há um lugar para cada um, com a totalidade do seu ser?

Um blogue para cristãos homossexuais que não desistiram de ser Igreja

Porquê este blogue?

Este blogue é a partilha de uma vida de fé e é uma porta aberta para quem nela quiser entrar. É um convite para que não desistas: há homossexuais cristãos que não querem recusar nem a sua fé nem a sua sexualidade. É uma confirmação, por experiência vivida, que há um lugar para ti na Igreja. Aceita o desafio de o encontrares!

Este blogue também é teu, e de quem conheças que possa viver na carne sentimentos contraditórios de questões ligadas à fé e à orientação sexual. És benvindo se, mesmo não sendo o teu caso, conheces alguém que viva esta situação ou és um cristão que deseja uma Igreja mais acolhedora onde caiba a reflexão sobre esta e outras realidades.

Partilha, pergunta, propõe: este blogue existe para dar voz a quem normalmente está invisível ou mudo na Igreja, para quem se sente só, diferente e excluído. Este blogue não pretende mudar as mentalidades e as tradições com grande aparato, mas já não seria pouco se pudesse revelar um pouco do insondável Amor de Deus ou se ajudasse alguém a reconciliar-se consigo em Deus.
Mostrar mensagens com a etiqueta psicologia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta psicologia. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 7 de março de 2011

Homossexualidade: de quem é a culpa? Qual a origem? Herança, escolha ou facto?

Esta mensagem está em português do Brasil, de acordo com o artigo original.

Causas da homossexualidade

Existe gente que acha que os homossexuais já nascem assim. Outros, ao contrário, dizem que a conjunção do ambiente social com a figura dominadora do genitor do sexo oposto é que são decisivos na expressão da homossexualidade masculina ou feminina.


Como separar o patrimônio genético herdado involuntariamente de nossos antepassados da influência do meio foi uma discussão que monopolizou o estudo do comportamento humano durante pelo menos dois terços do século XX.

Os defensores da origem genética da homossexualidade usam como argumento os trabalhos que encontraram concentração mais alta de homossexuais em determinadas famílias e os que mostraram maior prevalência de homossexualidade em irmãos gêmeos univitelinos criados por famílias diferentes sem nenhum contato pessoal. Mais tarde, com os avanços dos métodos de neuro-imagem, alguns autores procuraram diferenças na morfologia do cérebro que explicassem o comportamento homossexual.

Os que defendem a influência do meio têm ojeriza aos argumentos genéticos. Para eles, o comportamento humano é de tal complexidade que fica ridículo limitá-lo à bioquímica da expressão de meia dúzia de genes. Como negar que a figura excessivamente protetora da mãe, aliada à do pai pusilânime, seja comum a muitos homens homossexuais? Ou que uma ligação forte com o pai tenha influência na definição da sexualidade da filha?

Sinceramente, acho essa discussão antiquada. Tão inútil insistirmos nela como discutir se a música que escutamos ao longe vem do piano ou do pianista.

A propriedade mais importante do sistema nervoso central é sua plasticidade. De nossos pais herdamos o formato da rede de neurônios que trouxemos ao mundo. No decorrer da vida, entretanto, os sucessivos impactos do ambiente provocaram tamanha alteração plástica na arquitetura dessa rede primitiva que ela se tornou absolutamente irreconhecível e original.

Cada indivíduo é um experimento único da natureza porque resulta da interação entre uma arquitetura de circuitos neuronais geneticamente herdada e a experiência de vida. Ainda que existam irmãos geneticamente iguais, jamais poderemos evitar as diferenças dos estímulos que moldarão a estrutura microscópica de seus sistemas nervosos. Da mesma forma, mesmo que o oposto fosse possível - garantirmos estímulos ambientais idênticos para dois recém-nascidos diferentes - nunca obteríamos duas pessoas iguais por causa das diferenças na constituição de sua circuitaria de neurônios. Por isso, é impossível existirem dois habitantes na Terra com a mesma forma de agir e de pensar.

Se taparmos o olho esquerdo de um recém-nascido por 30 dias, a visão daquele olho jamais se desenvolverá em sua plenitude. Estimulado pela luz, o olho direito enxergará normalmente, mas o esquerdo não. Ao nascer, os neurônios das duas retinas eram idênticos, porém os que permaneceram no escuro perderam a oportunidade de ser ativados no momento crucial. Tem sentido, nesse caso, perguntar o que é mais importante para a visão: os neurônios ou a incidência da luz na retina?

Em matéria de comportamento, o resultado do impacto da experiência pessoal sobre os eventos genéticos, embora seja mais complexo e imprevisível, é regido por interações semelhantes. No caso da sexualidade, para voltar ao tema, uma mulher com desejo sexual por outras pode muito bem se casar e até ser fiel a um homem, mas jamais deixará de se interessar por mulheres. Quantos homens casados vivem experiências homossexuais fora do casamento? Teoricamente, cada um de nós tem discernimento para escolher o comportamento pessoal mais adequado socialmente, mas não há quem consiga esconder de si próprio suas preferências sexuais.

Até onde a memória alcança, sempre existiram maiorias de mulheres e homens heterossexuais e uma minoria de homossexuais. O espectro da sexualidade humana é amplo e de alta complexidade, no entanto; vai dos heterossexuais empedernidos aos que não têm o mínimo interesse pelo sexo oposto. Entre os dois extremos, em gradações variadas entre a hetero e a homossexualidade, oscilam os menos ortodoxos.

Como o presente não nos faz crer que essa ordem natural vá se modificar, por que é tão difícil aceitarmos a riqueza da biodiversidade sexual de nossa espécie? Por que insistirmos no preconceito contra um fato biológico inerente à condição humana?

Em contraposição ao comportamento adotado em sociedade, a sexualidade humana não é questão de opção individual, como muitos gostariam que fosse, ela simplesmente se impõe a cada um de nós. Simplesmente, é!

Por Drauzio Varella, in drauziovarella.com.br

Genética e Homossexualidade


Transcrevo uma adaptação da mensagem publicada por Teleny no blogue retorno (G-A-Y)

Já escrevi (...) algumas vezes sobre a principal dificuldade enfrentada num (eventual) diálogo sobre a homossexualidade. Quando leio os argumentos, tanto dos "simpatizantes" quanto "antipatizantes", tenho a impressão de que, ao falar, estamos a usar línguas diferentes (ainda que (...) [n]a mesma língua portuguesa). Muitas vezes, altera-se (propositalmente) o conteúdo das afirmações de opositores, para "ganhar pontos" na sua própria argumentação. É evidente que, desta maneira, o diálogo torna-se ainda mais difícil (ou praticamente impossível). Acrescentemos aqui toda aquela carga emocional e já temos pronta uma briga sem fim.
 
Como exemplo, trago aqui uma declaração de José Manuel Giménez Amaya, professor de Anatomia e Embriologia na Universidade Autónoma de Madrid e director do grupo de pesquisa "Ciência, razão e fé" da Universidade de Navarra. O texto completo encontra-se no portal católico de notícias, Zenit [1]. O professor Amaya afirma:
 
"Há condicionamentos genéticos do homem que estão relacionadas com o seu comportamento, mas não se pode dizer que são absolutamente determinantes. Infelizmente, muitas vezes, quando se fala sobre os chamados genes que regulam o nosso comportamento, por exemplo, o ‘gene da conduta sexual', pretende-se dar a entender que tudo no homem é determinado pelo genoma. E neste caso, é importante notar, portanto, que, do ponto de vista científico, esta tese não pode ser sustentada."
 
A pergunta que surge naturalmente é: como é que um professor universitário tira conclusões tão precipitadas? Como sabe o que, de facto "pretende-se dar a entender"? Na linguagem popular, isso chama-se a isso "colocar palavras na boca alheia". Quem pretende aqui alguma coisa é o próprio Amaya.
 
Se a frase em questão tivesse o termo "muito" no lugar de "tudo", não seria tão tendenciosa. Desta maneira as coisas ficariam mais objectivas. Vejamos: Quando se fala sobre os chamados genes que regulam o nosso comportamento, por exemplo, o ‘gene da conduta sexual', pretende-se dar a entender que muito no homem é determinado pelo genoma. Pretende-se sim, [senhor] professor! Todos os cientistas, sem "interesses partidaristas" (homo- ou heterossexuais), continuam as investigações, nas mais diversas áreas do conhecimento do ser humano, procurando (entre muitas outras coisas) aproximar-se de uma explicação mais ampla das origens de homossexualidade. Acontece que, quando um cientista é mais cientista e menos activista, os resultados do seu trabalho merecem crédito.
 
O que se sabe, realmente, é que para formar (por exemplo) uma identidade sexual, contribuem muitos factores, sem excluir, evidentemente, o da genética. Li recentemente uma matéria de Dr. Dráuzio Warella [2], médico oncologista e escritor brasileiro, conhecido por popularizar a medicina através de programas de rádio e TV. [O referido artigo tem um ponto de vista bastante diferente e esclarecedor sobre esta questão. Dado o seu interesse e relevância, será publicado como uma mensagem separada neste blogue. Contudo, para os leitores mais ávidos, poderão ir à nota [2] e lê-lo já na íntegra]
Esta é a sua opinião:

(...) A propriedade mais importante do sistema nervoso central é sua plasticidade. De nossos pais herdamos o formato da rede de neurônios que trouxemos ao mundo. No decorrer da vida, entretanto, os sucessivos impactos do ambiente provocaram tamanha alteração plástica na arquitetura dessa rede primitiva que ela se tornou absolutamente irreconhecível e original. Cada indivíduo é um experimento único da natureza porque resulta da interação entre uma arquitetura de circuitos neuronais geneticamente herdada e a experiência de vida. (...)


[1] Ler aqui o artigo
[2] Ler aqui o artigo

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Interpretação dos Sonhos

Gregory Colbert
A Essência e o Ser apresenta
"Interpretação dos Sonhos"
Módulo aberto do curso de Introdução à Psicologia de Jung


A arte da interpretação dos sonhos é uma das mais importantes ferramentas para se trabalhar com a psique profunda.

Os sonhos são entidades misteriosas, e as suas mensagens estão encriptadas através de um simbolismo individual mas também universal, arquetípico. Entendê-los e integrá-los é o desafio do EGO que está em processo de individuação.

Os sonhos são como cartas que o SELF envia para o EGO, e que se referem a processos tanto conscientes como inconscientes da vida pessoal e transpessoal do indivíduo.

Este módulo tem como objectivo familiarizar o estudante e o psicoterapeuta com a estrutura dos sonhos, como decifrar seu simbolismo e como interpretá-lo contextualizando no momento em que é sonhado, através do suporte teórico e técnico da Psicologia de Carl Jung.

Quando é?
12 e 26 de Janeiro, 9 e 23 de Fevereiro, 16 e 23 de Março,
sempre das 20h às 22h

Quanto é?
€210 (3 mensalidades de €70)

Onde é?
A Essência e o Ser
Rua Dr. José Joaquim de Almeida, nº 420 d, R/C esq.
2775-514 Carcavelos

Contactos
214579312 ou 917580944
 
Informações
http://www.aessenciaeoser.net/

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A homossexualidade: contra ou pró-natura? A sexualidade não admite opções...

Scott Tuk
Violência contra homossexuais

A homossexualidade é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados. Nesse sentido, não existe aspecto do comportamento humano que se lhe compare.

Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência à existência de mulheres e homens homossexuais. Apesar dessa constatação, ainda hoje esse tipo de comportamento é chamado de antinatural.

Os que assim o julgam partem do princípio de que a natureza (ou Deus) criou órgãos sexuais para que os seres humanos procriassem; portanto, qualquer relacionamento que não envolva pénis e vagina vai contra ela (ou Ele).

Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer e a língua para articular palavras?

Se a homossexualidade fosse apenas perversão humana, não seria encontrada noutros animais. Desde o início do século XX, no entanto, ela tem sido descrita em grande variedade de espécies de invertebrados e em vertebrados, como répteis, pássaros e mamíferos.

Virtualmente em todas as espécies de pássaros, nalguma fase da vida, ocorrem interacções homossexuais que envolvem contacto genital, que, pelo menos entre os machos, ocasionalmente terminam em orgasmo e ejaculação.

Comportamento homossexual envolvendo fêmeas e machos foi documentado em pelo menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, hamsters, cobaias, coelhos, porcos-espinhos, cães, gatos, cabritos, gado, porcos, antílopes, carneiros, macacos e até leões, os reis da selva.

O relacionamento homossexual entre primatas não humanos está fartamente documentado na literatura científica. Já em 1914, Hamilton publicou no Journal of Animal Behaviour um estudo sobre as tendências sexuais em macacos e babuínos, no qual descreveu intercursos com contato vaginal entre as fêmeas e penetração anal entre machos dessas espécies. Em 1917, Kempf relatou observações semelhantes.

Masturbação mútua e penetração anal fazem parte do repertório sexual de todos os primatas não humanos já estudados, inclusive bonobos e chimpanzés, nossos parentes mais próximos.

Considerar contra a natureza as práticas homossexuais da espécie humana é ignorar todo o conhecimento adquirido pelos etologistas em mais de um século de pesquisas rigorosas.

Os que se sentem pessoalmente ofendidos pela simples existência de homossexuais talvez imaginem que eles tenham escolhido pertencer a essa minoria por capricho individual. Quer dizer, num belo dia pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas como sou desavergonhado prefiro relacionar-me com pessoas do mesmo sexo.

Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.

A sexualidade não admite opções, simplesmente é. Podemos controlar o nosso comportamento; o desejo, jamais. O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira.
Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é acto de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países fazem com o racismo.

Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais na vizinhança, que procurem dentro das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal costumam aceitar a alheia com respeito e naturalidade.

Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social.

Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser fascistas a ponto de pretender impor sua vontade aos que não pensam como eles.

Afinal, caro leitor, a menos que os seus dias sejam atormentados por fantasias sexuais inconfessáveis, que diferença faz se a colega de escritório é apaixonada por uma mulher? Se o vizinho dorme com outro homem? Se, ao morrer, o apartamento dele será herdado por um sobrinho ou pelo companheiro com quem viveu trinta anos?

Drauzio Varella
adaptação de rioazur
http://www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/6375/violencia-contra-homossexuais

domingo, 28 de novembro de 2010

O Papa, os homossexuais e os padres: incoerência, cegueira ou ignorância? Um Apagão comentado...

Ai, meu Deus, é uma no cravo outra na ferradura. Quando uma pessoa pensa que houve uma luzinha que se acendeu, vem logo um apagão para desmentir. Cito um artigo e, já que de tão triste se torna cómico, tomo a opção de fazer comentários em notas de rodapé:

Papa reafirma que homossexualidade é incompatível com ser padre

No mesmo livro em que fala dos preservativos e VIH [ou HIV] o Papa Bento XVI reafirma as suas ideias sobre as pessoas homossexuais.

Se por um lado o papa defende que os homossexuais são "seres humanos"[1] e que não devem ser "discriminados por causa disso", por outro indica casos específicos em que essa discriminação é obrigatória e aponta supostas razões para validar essa discriminação.

Mas o discurso do papa não fica por aqui, afirmando que a homossexualidade é "contrária à essência do que Deus originalmente desejava"[2].

Relativamente ao sacerdócio, para o papa a questão está no celibato... segundo a imagem que Bento XVI apresenta no livro, quando um homossexual quer ser padre não tem de renunciar a uma vida com outra pessoa (pois nunca irá celebrar o matrimónio católico com alguém do mesmo sexo), ao contrário do que acontece com os heterossexuais que têm essa possibilidade [3].

E como se não bastasse, Bento XVI continua a fazer referência a um documento do Vaticano de 2005 em que se diz que os candidatos homossexuais não podem ser padres porque, supostamente, a sua homossexualidade iria interferir no "bom sentido da paternidade" necessário para ser padre [4].

E no final Bento XVI esclarece ainda que também é importante evitar uma "situação em que o celibato dos padres seria praticamente vista como uma tendência para a homossexualidade."[5]

E ficamos assim todos e todas esclarecidos sobre as últimas da visão da Igreja Católica sobre os homens homossexuais.

In PortugalGay.PT a 27 de Novembro de 2010

COMENTÁRIOS:
[1] Uau! Será que somos?

[2] ... será que entendi bem? O Papa pensa que Deus se enganou? Ou o homossexual é tão "criativo" que sai fora do âmbito da Criação de Deus?

[3] vejo aqui algumas pontas soltas: Mas se um homossexual quer ser padre, naturalmente deve estar de acordo ou pelo menos aceitar as normas vigentes da Igreja, logo deverá certamente querer viver em celibato, certo? Mas por este ponto de vista, um heterossexual também NÃO TEM DE renunciar a uma vida com outra pessoa... E por isso é que há filhos de padres, e mulheres/amantes de padres e Vidas Duplas. Mas no caso dos heterossexuais não se parte do princípio que estes casos são a maioria, certo? E porque é que se parte do princípio que a maioria dos padres homossexuais não vive em celibato? É certo que muitos não o fazem, mas os outros não podem pagar por tabela; até porque, de facto, há muitos que o são, mas não se sabe porque não o apregoam - nem o puderam dizer nunca, não é verdade?!

[4] Ha! Ha! Ha! A maioria dos padres que conheço não dariam bons pais e, supostamente, são heterosexuais. E quem disse que um gay não tem vocação de paternidade? (nunca o li na Bíblia, devo ter faltado à sessão de catequese em que se falou disso)

[5] Tarde de mais, Santo Padre, é o que mais se vê por aí! Enquanto os padres não se puderem casar, há muitos heterossexuais que põem logo de parte a hipótese de serem padres, por ser incompatível com formar família. E há muitas falsas vocações e muita gente com sérios distúrbios e problemas psicológicos, sociais, morais ou relacionais que vão para o seminário pelas razões ERRADAS: para ver se se libertam do sentimento de culpa, para forçar uma vivência mais desligada com o seu corpo achando que conseguirão vencer "a tentação" (pois nunca o souberam integrar, nem a sua sexualidade, no desenvolvimento humano), por uma atracção pelo rito, pelo fausto, pela aura e pela veneração com que um padre é visto nalguns "meios" da Igreja. E enquanto não houver um sério discernimento vocacional e psicológico dentro do seminário, esta realidade não mudará. E esse discernimento, obviamente, não deverá nem poderá ser feito por ninguém de dentro do seminário, mas por profissionais imparciais e de reconhecidas capacidades.
Deixo a ressalva que existem, felizmente, muitos bons padres e padres pelas boas razões. Mas vão escasseando...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Não se nasce heterossexual!

Ser heterossexual é um acidente no marco da castração do sujeito.


A opinião é do psicanalista argentino Marcelo A. Pérez, num artigo para o jornal página/12, a 20 de Maio deste ano, extraído do seu livro ¿Cómo se llega a ser heterosexual?. Tradução com base na de Moisés Sbardelotto. Vamos ver o que o nosso psicólogo acha disto...

"Como se chega a ser heterossexual? (…)
A sexualidade do sujeito é um ponto de chegada, não de partida. "Constrói-se" independentemente do sexo anatómico, e essa produção inclui os avatares da lógica fálica, do caso por caso. A essa fábrica, Freud chamou Édipo & Complexo de Castração, e a sua matéria-prima pulsional é a linguagem. (…).

A sexualidade assume existência a partir dessa linguagem-esburacada e é um conceito cultural que já não é possível confundir com a anatomia genital dos seres falantes. E se é cultural é o mesmo que perguntar: como é possível que uma senhora alta oriental se apaixone por um cavalheiro caucasiano baixo? Ou como se chega a ser histérico em vez de psicótico?

Mas então, como? Uma resposta pontual pode ser esta: "falando", gerúndio que serve de caminho para que o sujeito chegue. Mas esse falar [1], longe de ser interpretado como um conjunto de códigos comuns para se entender mutuamente, nada mais é do que o representante do gozo sexual. Esse nó é problemático, porque o sujeito já não sabe o que diz quando fala, já que – repetimos – não se trata de "fazer-se entender", mas sim de gozar.

Estamos a dizer, pois, que existe algo chamado falo, que une o real – anatómico, sexual – com o significante. Essa contingência determinará a escolha sexual do objecto. Isto é, ser heterossexual é um acidente no marco da castração do sujeito.

Esse acidente de castração é elaborado em três etapas. E – a julgar pela clínica – se a neurose existe, é porque há acidentes, e a passagem do segundo tempo do Complexo para o terceiro – no qual o sujeito reconhece que o pai não é a lei, mas sim que a transmite – é muito mais problemático do que acreditávamos.

Mas, então, não nascemos heterossexuais? Não só não nascemos, como também, nem que queiramos, não o somos. A sexualidade, como o corpo, temo-la, adquirimos, conquistamos. Como dirá Lacan: "é um presente da linguagem". Em todo o caso, já desde Freud sabemos que o inconsciente é homossexual, desde o momento em que não há mais do que a inscrição de um único significante: o falo. A partir do narcisismo, o auto erotismo tem o seu auto recolhimento no homossexual. A partir de Lacan, o sujeito está ancorado no "todo fálico". Essa posição implica que o inconsciente rejeite o Outro sexo. Segundo se lê no seminário “Ainda” – e isso está na base da axiomática "a relação sexual não existe" – o gozo, enquanto sexual, é fálico. Isto é, não se relaciona com o Outro enquanto tal. E também podemos responder a partir da nossa praxis: o inconsciente repete o próprio real, base de qualquer sintoma: o homossexual também se encontra nele.

Ouvimos actualmente, mais do que nunca, certos pacientes (amantes da precisão científica) que se vêem a duvidar da potencial escolha sexual de seus filhos. Principalmente porque, em muitos casos, eles mesmos já se divorciaram para viver com uma pessoa do seu próprio sexo. Quando se trata do inconsciente, não há maneira consciente de garantir um não-acidente no trajecto. Assim como não há método para definir um objecto único para a pulsão: se houvesse, estaríamos no campo da natureza e não do ser falante.

Numa sociedade muito mais tolerante e melhor informada – o que não é pouco –, podemos acompanhar nesses avatares lógicos o devir de cada experiência subjectiva para, mesmo sem responder sempre, pelo menos questionar a partir de um lugar em que dois pássaros sejam juntos num só laço: desejo e amor. Isto é, administrar o gozo de uma maneira mais produtiva."

[1] Seminário 22, Lacan
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=32631

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O fenómeno transgender

O nosso moderador, pediu-me que trouxesse ao Blog, algum texto que nos ajudasse a reflectir o fenómeno da transexualidade. Encontrei um texto brilhante do Prof. Allen Gomes, que nos ajuda a reflectir esta e outras formas de ser homem e mulher...partilho convosco:

"A nossa sociedade, desde sempre, encarou o sexo, ou o género, de uma forma fortemente bipolarizada e esteriotipada: masculino e feminino.
Na sua forma típica – palavra que me parece menos má do que normal – cada sexo sentia-se identificado com o seu corpo (identidade de género), exibia um comportamento social de acordo como o que cada sociedade, em cada momento, prescreve para cada sexo (papel de género) e orientava-se – em termos de atracção erótica – para o outro sexo (orientação sexual). Em termos simples: homem heterossexual com uma identidade e papel de género masculino e mulher heterossexual com uma identidade e papel de género feminino. Este seria o melhor dos mundos- o admirável mundo velho!

Só que, um número significativo de pessoas, não se consegue encaixar nesta polaridade tão redutora e apresenta vivências ou comportamentos típicos do outro sexo, numa ou mais das suas características. Na terminologia médico-psicológica estas pessoas apresentam transposições de género, situações consideradas de carácter patológico e, portanto, enquadradas nas respectivas classificações clínicas, enquanto no léxico delas próprias se designam por transgender, não se consideram como doentes, mas como tendo um estilo de vida alternativo (...). De acordo com a tipicidade dos elementos definidores do sexo, descreveram-se à partida três grandes transposições do género: a homossexualidade – identidade e papel de género típicos, com orientação sexual atípica; travestismo – identidade de género e orientação sexual típicas e papel de género atípico; transexualismo – identidade, papel e orientação sexual atípicos.

Temos assim, três grandes categorias, aparentemente bem definidas... contudo, a diversidade do comportamento sexual não se esgota em categorias tão rígidas. A orientação sexual é muito mais complexa que a simples polarização heterossexual/homossexual. Ela é um contínuo entre dois extremos – o heterossexual e o homossexual exclusivos. Entre estes pólos, encontra-se uma imensa variedade de comportamentos em que, em maior ou menor grau, se encontram pessoas com vivencias de dupla atracção, cuja frequência e predominância apresenta importantes nuances ao longo da vida. Assim, ao nível da orientação sexual, construiu-se uma nova categoria – bissexualidade –que em si só também não dá para compreender a pessoa, que de facto é susceptível a fenómenos de dupla atracção. Por outro lado, com o passar do tempo, foi-se constatando que não havia critérios científicos para considerar o comportamento homossexual como patológico, pelo que, desde há mais de trinta anos, a homossexualidade foi retirada das grandes classificações internacionais de doença (...). O transexualismo mantém-se como a categoria mais estável. Cientificamente, define-se como todo o indivíduo que deseja viver e ser aceite como membro do outro sexo, sentindo-se altamente desconfortável com o seu sexo anatómico e procurando, afincadamente, tratamentos hormonais, cosméticos e cirurgicos que tornem o seu corpo o mais congruente possível com a sua vivência psicológica. Uma alma de mulher aprisionada num corpo de homem – transexual masculino, ou uma alma de homem aprisionada num corpo de mulher – transexual feminino, constitui ainda a definição mais compreensiva destas pessoas.

Neste contexto classificativo, onde se enquadram os indivíduos do sexo masculino que se vestem de mulheres e se comportam como tal de uma forma permanente, que tomam hormonas femininas, que utilizam silicone para tornar as suas formas mais femininas mas que não se submetem a cirurgias que modifiquem os seus orgãos genitais? A resposta, é que pura e simplesmente, não se enquadram nas classificações existentes! Daí que, o nome mais adequado para eles, seja o que as comunidades gay e transgender utilizam – as drag queens. Como se vê, não são nem travestis, nem transsexuais. A imagem que melhor os caracteriza será o de uma “mulher com pénis” (...).

Como se vê, a diversidade humana a nível de género é tão vasta como a qualquer outro nível. No aspecto científico, classificar as variações de género em categorias rígidas, não só não resolve o problema da compreensão do fenómeno transgender – que abrange todas as identidades sexuais que culturalmente transgridem os chamados papéis masculinos e femininos – como se pode revestir de alguns perigos. A construção, nestas situações, de categorias clínicas bem delimitadas, pode obrigar técnicos de saúde e leigos a fazer com que as pessoas se encaixem, forçadamente, nelas, correndo o risco de se adoptarem procedimentos radicais – nomeadamente cirurgicos – que, no futuro, se revelem insatisfatórios para as pessoas a que foram aplicados.

A título de ilustração, gostaria de terminar este artigo, com uma citação de um site da internet – FTM (female-to-male)International: 'nós situamo-nos em vários pontos do continuum transgender-transexualism. Muitos de nós, fizemos a transição através de auto-exploração com colegas ou conselheiros. Muitos tentaram a transição física tomando hormonas para produzir caracteres sexuais secundários, como voz grave e barba, ou submeteram-se a cirurgias – tais como mastectomia bilateral, para criar um torso masculino e faloplastia, para construir genitais masculinos. Outros, embora partilhando uma identidade de género masculino, decidiram que as hormonas/cirurgias não seriam necessárias para demonstrarem a sua masculinidade. Outros, ainda, expressam a sua identidade masculina, exclusivamente, através da forma como se vestem e se comportam socialmente...'"

In Paixão, amor e sexo de Francisco Allen Gomes (páginas 127-132), Publicações Dom Quixote

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Dicas para pais e mães

O meu filho é gay
A saída do armário dos filhos é recebida com choque, apreensão e, muitas vezes, com revolta por parte dos pais. O terapeuta familiar Pedro Frazão, 33 anos, é autor de um estudo sobre este tema. Saiba quais são as principais recomendações deste especialista.

por Clara Soares, in visão, 9 de Dezembro de 2009

Quando o seu filho lhe diz que é gay

O que não deve fazer:

Transmitir ao adolescente/jovem adulto de que se trata apenas de uma fase e que com o tempo vai voltar a ser heterossexual, desvalorizando todo o trabalho de preparação que o jovem fez para partilhar com os pais o que sentia

Criar um pacto de silêncio sobre as questões relacionadas com os afectos e sexualidade dos jovens

Criar um clima de confrontação e hostilidade que faça o adolescente/jovem adulto sentir-se ainda mais isolado do que já se sentia antes do coming out ("sair do armário")

Fazer ameaças de que ou o adolescente muda a sua orientação sexual ou é afastado da família ou expulso de casa

Proibir o adolescente ou jovem adulto de se encontrar com os seus amigos ou namorados(as) que muitas vezes são apontados pelos pais mais intolerantes como responsáveis pela situação

Fazer formulações culpabilizantes de que os filhos são gays ou lésbicas porque os pais falharam ou porque a orientação sexual dos filhos resulta de experiências infantis (ex: a mãe estava demasiado próxima e o pai era distante)

Fazer comentários homofóbicos e que ridicularizam pessoas gays ou lésbicas

Procurar psiquiatras e psicólogos com o objectivo de mudar a orientação sexual dos filhos

O que deve fazer:

Criar um contexto seguro para que o adolescente ou o jovem adulto fale abertamente sobre os seus sentimentos

Assumir que, à semelhança do que foi vivido pelos filhos, os pais também necessitam de tempo para se adaptar à nova realidade

Procurar informação especializada sobre questões relacionadas com a orientação sexual

Se necessário, procurar um profissional de saúde mental especializado em questões de sexualidade

Conhecer gays e lésbicas que lhe possam assegurar que uma orientação sexual minoritária não é um problema e que lhe mostrem que essas pessoas podem ter vidas completas como homens e mulheres a todos os níveis

Procurar outros pais que têm filhos gays e lésbicas e que viveram situações semelhantes

http://clix.visao.pt/o-meu-filho-e-gay=f539523

sábado, 19 de junho de 2010

Conceitos à luz da homossexualidade e do desafio de ser cristão

Motivado pela criação do movimento "Mulheres XXI" (cem mulheres católicas que não se revêm no Prof. Cavaco Silva enquanto candidato de direita, face às suas "posições" relativamente a valores que consideram fundamentais - leia-se casamento homossexual), venho partilhar alguns conceitos da psicologia e sociologia que me parecem pertinentes, baseando-me em trabalhos da Prof. Doutora Gabriela Moita:

Homofobia - Embora tenha sido Kenneth Smith (1971) quem, pela primeira vez, usou o termo homofobia, é habitualmente atribuída a George Weinberg (1972) a responsabilidade pela sua popularização. Weinberg definia, então, homofobia, como o pavor em estar em espaços fechados com homossexuais. Mais tarde, em 1976, Gregory Lehne redefine o termo, passando homofobia a significar um medo irracional ou intolerância relativamente à homossexualidade. Recentemente, Colleen Logan propõe, em alternativa, a expressão "preconceito homossexual (homoprejudice)" baseando-se na definição de preconceito de Aronson, segundo o qual se trata de uma "atitude ngativa ou hostil para com um grupo distinto de pessoas, baseado em generalizações resultantes de informação correcta ou incorrecta" (Logan, 1996)

Heterossexismo - termo proposto por Stephen Morin em 1977, significando as crenças e atitudes que não atribuem o mesmo valor aos estilos de vida entre pessoas do mesmo sexo e entre pessoas de sexos diferentes. De uma forma geral, o termo é utilizado para referenciar o sistema ideológico que nega, denigre e estigmatiza qualquer forma de comportamento, identidade, relacionamento ou comunidade não heterossexual. É, ainda, usado para caracterizar os preconceitos heterossexuais contra homossexuais bem como os comportamentos baseados nestes preconceitos - surge o paralelismo entre o sentimento anti-gay e outras formas de preconceito como o racismo, o antisemitismo ou o sexismo. Um dos efeitos pragmáticos de heterossexismo é a necessidade de indivíduos homossexuais poassarem por heterossexuais. (Herek, 1996)

A estes conceitos, gostaria de contrapôr outros dois, face ao cunho católico deste blog, e aos meus desafios pessoais enquanto tal:

Caridade - É a mais nobre de todas as virtudes teologais, é ela que informa todas as outras virtudes e mede o grau de santidade. Consiste no amor sobrenatural a Deus e a todos os que Deus ama, estejam ainda neste mundo ou já tenham dele partido, sejam amigos ou inimigos. Implica o dom de si mesmo, levando a uma certa identificação com o próprio Deus. A bem-aventurança resultante deste exercício é a dos "obreiros da paz, que serão chamados filhos de Deus", e os frutos do Espírito Santo dele resultantes são o estado de caridade, a alegria e a paz.

Compaixão - Compaixão (do latim compassione) pode ser descrito como uma compreensão do estado emocional de outrem; não deve ser confundida com empatia. A compaixão frequentemente combina-se a um desejo de aliviar ou minorar o sofrimento de outro ser senciente, bem como demonstrar especial gentileza com aqueles que sofrem. A compaixão pode levar alguém a sentir empatia pelo outro. A compaixão é frequentemente caracterizada através de acções, na qual uma pessoa, agindo com espírito de compaixão, busca ajudar aqueles pelos quais se compadece. A compaixão diferencia-se de outras formas de comportamento prestativo humano no sentido de que seu foco primário é o alívio da dor e sofrimento alheios. Actos de caridade que busquem principalmente conceder benefícios em vez de aliviar a dor e o sofrimento existentes, são mais correctamente classificados como actos de altruísmo, embora, neste sentido, a compaixão possa ser vista como um subconjunto do altruísmo, sendo definida como o tipo de comportamento que busca beneficiar os outros minorando o sofrimento deles.

Quer o "Mulheres XXI", quer nós, homens e mulheres católicos e homossexuais do século XXI, temos grandes desafios a cumprir...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

No início...a benção original

Apesar de alguns sinais de mudança na sociedade e na nossa Igreja, as vozes dissonantes (na sociedade e na nossa Igreja) muitas vezes conseguem convencer-nos de que a nossa identidade sexual é errada, uma perversão, uma maldição que temos de "carregar" o resto dos nossos dias...a forma como olhamos a nossa identidade sexual (benção ou pecado, perversão ou graça) influenciará a forma como me aceito, me relaciono com os outros, com o mundo que me rodeia e com Deus... gostava de vos trazer esta perspectiva (profundamente também psicológica, pois conduz à aceitação e à abertura) do teólogo Pierre Stutz:



"No início
não foi o pecado original
mas a benção original
pois é decisivo
se é um mais ou um menos
o que deu origem à minha vida.
No início
é-te prometido
que és abençoado
na tua identidade
na tua força de relação
na tua fragilidade
na tua ligação à criação.
No início
Deus deixa as suas cores de vida em ti
para que a vida seja colorida
para que a corrente da vida flua
para que a tua transparência se mantenha
para que as janelas do céu se abram."

"No início" de Pierre Stutz (baseado em Gen, 24b-25)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Identidade sexual...o que é, e o que não é!

Depois de a lei que possibilita o casamento homossexual ter sido promulgada ontem pelo Presidente da República, penso ser importante esclarecer o que é a identidade sexual... para tal sugiro um trecho de um artigo científico acerca desta temática. Muito preconceito emerge da ignorância, outro do medo e fragilidade interior...neste espaço, apenas podemos trabalhar o primeiro factor. Estou disponível para quaisquer dúvidas e/ou comentários.

O desenvolvimento da identidade sexual pode ser encarado em três dimensões: a identidade de género, os papéis sexuais e a orientação sexual. A identidade de género – o primeiro componente da identidade sexual – desenvolve-se entre o nascimento e os três anos de idade, e Green define-a como “a convicção básica do indivíduo acerca do seu sexo biológico” (Green, 1974; cit in Shively & De Cecco, 1993: 81). Nem sempre é congruente com o sexo biológico visível, pois ocasionalmente alguns rapazes têm a convicção de serem raparigas e vice-versa. Sabemos que, enquanto na identidade de género há um processo de auto-identificação, na identidade biológica há uma identificação pelos próprios indivíduos e pelos outros (Shively & De Cecco, 1993).

Na formação da identidade sexual, o segundo componente a desenvolver-se são os papéis sociais e sexuais, ou seja, as características culturalmente associadas com ser homem ou mulher – que através dos estereótipos são percepcionados como as características masculinas ou femininas. Os papéis sociais estão muito associados à aparência, aos comportamentos, a aspectos de personalidade e ao que é esperado que uma pessoa pareça, aja ou se comporte, segundo determinadas normas culturais. Os papéis sexuais associam-se por sua vez, ao que se espera de uma “menina-menino”, evoluindo ao longo da vida, consoante as circunstâncias sociais. O desenvolvimento destes aspectos encontra as suas bases a partir dos três anos, até cerca dos sete anos de idade, no entanto, não são processos estáveis e definitivos, pois a abertura cultural à diversidade possibilita hoje muitas mais flutuações no modo como as pessoas se identificam a si mesmas e as categorias que utilizam e que metamorfizam ao longo do tempo. Assim, a identidade de género é a vivência privada do papel social e o papel social é a expressão pública da identidade de género (Money & Erhardt, 1972; Gomes & Marques, no prelo). Podemos encarar a identidade de género como um contínuo de masculinidade e feminilidade, como duas faces da mesma moeda (DeCecco et al., 1975; cit in Shively & De Cecco, 1993) ou como dois contínuos, um de presença ou ausência de masculinidade e outro paralelo de feminilidade. Fausto-Sterling (1993) considera as categorias de masculino e feminino demasiado rígidas em relação à realidade humana e às possíveis variações da vida biológica humana, como os exemplos de intersexualidade, que apresentam uma variedade impressionante de cromossomas, hormonas e características genitais masculinas e femininas. Esta autora, que tem muito apoio e reconhecimento pelos movimentos activistas, gerou alguma controvérsia no mundo científico, pois rejeita a própria existência do género. O terceiro componente da identidade sexual é a orientação sexual – a preferência por parceiros do sexo oposto, do mesmo sexo ou por ambos os sexos – que pode ser vista como tendo pelo menos dois aspectos essenciais: a preferência física sexual e a preferência afectiva. Há perspectivas bipolares da orientação sexual, de heterossexual a homossexual, ou ainda mais idiossincráticas e focadas na variabilidade da biologia à cultura, como defende Fausto-Sterling (1999). Milton Diamond, um médico que se dedicou a investigar a identidade de género, afirma que a orientação sexual engloba várias dimensões da identidade sexual, identidade de género e papéis sociais, sendo as categorias de homossexual, heterossexual ou bissexual mais adequadas como adjectivos que como nomes, pois referem-se apenas ao sexo do parceiro com que uma pessoa prefere em termos eróticos, amorosos, afectivos e também com quem deseja ter comportamentos sexuais (Diamond, 2002). Uma outra autora que se tem debruçado sobre a orientação sexual, Lisa Diamond, tem contestado o modo de estudar a sexualidade, particularmente a feminina, por se encarar a orientação sexual como a predisposição para experienciar atracção sexual por pessoas do mesmo sexo, do sexo oposto ou por ambos; enquanto a identidade sexual é encarada como um auto-conceito que o sujeito organiza à volta desta disposição – a primeira com um desenvolvimento precoce, e a segunda a desenvolver-se desde a adolescência ou início da idade adulta, variando com o contexto social, histórico e cultural (Diamond, 2000). A fluidez na identidade sexual demonstra-se na quantidade de mudanças longitudinais na identidade sexual, nas atracções e nos comportamentos, nas categorias de orientação sexual, em diferentes circunstâncias, com as atracções sexuais a demonstrarem mudanças frequentes. Ter comportamentos ou atracções homossexuais não significará necessariamente ter uma identidade homossexual, pois os comportamentos e atracções são vividos pelo próprio como relativos às relações sexuais com parceiros do mesmo sexo, enquanto a identidade se relaciona com ver-se a si mesmo como homossexual (Davies & Neal, 1996). A importância de diferenciar os comportamentos da identidade, advém da compreensão geral da população e das vivências pessoais em relação à homossexualidade: a maioria das pessoas não descreve a sua sexualidade de modo congruente com o seu comportamento e fantasias. Albuquerque afirma que para se usar o termo homossexual, a orientação sexual tem de estar presente de um modo estável e duradouro (Albuquerque, 2006).

Flutuações e diferenças de género no desenvolvimento da orientação sexual:
Perspectivas teóricas
Joana Almeida e Ana Alexandra Carvalheira
Análise Psicológica (2007), 3 (XXV): 343-350

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Livro

Gostava de vos deixar a referência do livro que cito no post anterior:

Born to be gay – história da homossexualidade
William Naphy
Edições 70

É um livro muito bem escrito, que nos ajuda a compreender a homossexualidade ao longo da história, os “porquês” da nossa orientação sexual ter passado de comportamento normativo a doença mental, até há poucos anos atrás...
Penso que estarmos informados, nos ajuda até a ter compaixão por aqueles que nos perseguem, acusam e nos fazem sentir proscritos... e lembro aqui os nossos irmãos budistas que consideram a ignorância o maior dos pecados...

A homossexualidade à luz dos tempos...

Quero começar por pedir desculpa pelo atraso deste meu post, mas as últimas semanas têm sido profundamente trabalhosas a vários níveis... espero conseguir a partir de agora ter uma frequência menos “espaçada” no tempo. Na sequência do meu primeiro texto, gostaria de começar por citar William Naphy no seu livro Born to be Gay – História da homossexualidade:

“O aspecto mais relevante do mundo anterior ao advento da lei mosaica (as leis que Deus outorgou aos Israelitas através de Moisés, começando pelos Dez Mandamentos) é o facto de poucas culturas demonstrarem qualquer preocupação “moral” significativa com as relações entre pessoas do mesmo sexo. Como veremos, a questão, e partindo do princípio de que ela existia, tinha mais a ver com “posições” do que com “parceiros”. Isto é, a maioria das culturas parecia aceitar que os homens podiam ter relações sexuais uns com os outros mas entendia que alguém que assumisse a posição passiva (no sexo anal) tornava-se depois disso, de certa forma, menos homem. Contudo, mesmo a questão da passividade perdia significado se o parceiro passivo fosse adolescente (entre os 14 e os 20 anos). Na verdade, de uma perspectiva religiosa, o elemento mais notável é o número de religiões não monoteístas que tinham deuses e deusas que praticavam actos homossexuais (de várias maneiras) na mitologia dos cultos. Na maioria das religiões anteriores ao aparecimento do monoteísmo no Médio Oriente, os modelos (deuses/deusas) idolatrados, imitados e adorados apresentavam uma imagem de ambivalência sexual – na prática, a bissexualidade era a norma mitológica.”

Naphy, 2006, p. 11

Lendo apenas este pequeno trecho do primeiro capítulo do livro referente ao período histórico até 1300 a.C., percebemos que a homossexualidade era “normal”, isto é, não era considerada um comportamento desviante e por isso “não normal”. Devemos também ter atenção ao facto de que a moralidade está intimamente ligada aos códigos religiosos e/ou mitológicos, e por isso, temos também de compreender o olhar sobre a homossexualidade à luz do tempo histórico, cultural e mitológico. Não quero usar este espaço para “divagações teóricas”, mas não posso de deixar de dizer que a nossa relação com Deus está muitas vezes “contaminada” pelas minhas projecções em relação a Deus, pondo na sua “boca” as palavras que quero ouvir; e como Deus insiste em precisar dos homens e das mulheres para esta relação com a humanidade, a sua vontade é inevitavelmente sujeita à interpretação, aos medos e aos desejos daqueles que O escutam... isto para dizer, que podemos “compreender” a posição da hierarquia da Igreja relativamente à homossexualidade. Felizmente também temos homens e mulheres na Igreja que conseguem fazer uma leitura contextualizada (histórica, sociológica, teológica) da realidade que foi e que já não faz sentido continuar a ser. E não nos podemos esquecer que nós somos Igreja, e como Cristãos adultos e conscientes, temos a obrigação de estar na Igreja desta forma, vivendo com verdade a minha orientação sexual e o facto de ser filho amado de Deus...e acredito, tal como nos diz Santa Teresinha do Menino Jesus “que quando uma alma se eleva, eleva o mundo”...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

como prometido

Como podem constatar, a mensagem anterior foi publicada por um diferente moderador: é um psicólogo, é cristão e é homossexual. Acredito que seja um contributo valioso e mais um olhar sobre questões que nos interessam.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

...

“juntos na vida, juntos na morte”
inscrição no túmulo de Niankhknum e Khnumhotep, em 2430 a.C.

Muitos séculos, muitas vidas, muitas formas de pensar e perceber o Homem e a sociedade, nos separam do Antigo Egipto em que a homossexualidade era socialmente aceite e integrada e a “modernidade” deste século XXI... apesar de desde 1974, a Associação Americana de Psiquiatria não categorizar a homossexualidade como doença mental (apesar de continuar presente como distúrbio minor), tendo sido definitivamente abandonada de qualquer tipo de categoria de diagnóstico em 1987, muitos continuam a querer convencer ou convencer-se de que a homossexualidade é um desvio. E se não é “doença” é uma escolha, um capricho de alguns homens e mulheres que escolhem esta “forma de estar”, vivendo a sua sexualidade de forma pervertida para escandalizar e trazer problemas a tantas famílias e instituições de “bem”. O reconhecimento pela comunidade psiquiátrica de que a orientação sexual não é uma “doença” foi um passo muito importante para a compreensão da orientação sexual – é que se não é uma doença, não tem cura... mas muitos continuam a achar que é uma escolha, mas nós sabemos que não é...e penso que este pode ser o ponto de partida para a nossa reflexão: ser e pensar/opinar são coisas muito diferentes!

Somos homossexuais e somos católicos... somos! E tal como não escolhi ser homossexual, acredito que também não escolhi ter fé e insistir em querer relacionar-me com Deus nesta Igreja que é a minha... foi-me concedido de graça e pela Graça! Estamos a falar da nossa identidade – conjunto de aspectos conscientes e inconscientes que nos habitam e nos diferenciam– que está intrinsecamente marcada por estes dois aspectos tão importantes: o desejo de Deus e o desejo erótico por pessoas do mesmo sexo que o meu, tendo esta forma de ser reflexo naquilo sou, acredito, aspiro e faço. São infinitas as possibilidades de conjunção de todas estas (e outras) variáveis, por isso devemos falar de “identidades” e não de “identidade”, assim como de “homossexualidades” e não de “homossexualidade”.

Outra verdade de ser humano é a necessidade de pertença, por isso pertencemos a vários grupos (ou precisamos pertencer) – sociedade civil, grupo religioso, família – grupos que tantas vezes me levam a dividir naquele(a) que sou e naquele(a) que os outros esperam que eu seja. Esta dissociação que pode ser necessária por uma questão de sobrevivência, gera conflito(s) interiores que afecta(m) os meus pensamentos, emoções, sensações e intuições (a minha psique), e estes conflitos expressam-se sobre a forma de sintomas, linguagem das perturbações do humor, da ansiedade, somatoformes, do sono ou outras, conforme as minhas fragilidades e características mais profundas.

É para partilhar estes conflitos que este espaço pode servir... a abordagem desta “secção de psicologia” é aquela que tentei apresentar: sou o conjunto de tudo aquilo que em mim é verdade, não sendo possível ignorar uma parte de mim, sem experimentar consequências...
Este espaço não será um “consultório on-line” pois estou convicto que só a relação cura – e eu, pelos grupos a que pertenço (ou preciso pertencer) também aqui me “escondo” atrás de uma máscara que se chama LaioeCrisipo. Mais do que tratar conceitos teoricamente, sinto que este espaço poderá ser um encontro de vidas que experimentam o difícil e o belo de ser homossexual, olhando o significado que isso tem na minha psique e consequentemente na minha vida de todos os dias.

Poderão sempre deixar os vossos comentários/questões publicamente, ou escrever-me directamente para o mail laioecrisipo@gmail.com.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Brevemente: Psicologia e Teologia

Surgiu a ideia de trazer dois contributos relevantes para um cristão homossexual. Este blogue terá dois novos moderadores, um psicólogo e um teólogo, que poderão partilhar os seus pontos de vista nestas duas áreas tão diferentes e tão essenciais à vida de uma pessoa que se quer conhecer, encontrar e crescer.

Porque estou aqui

Sinto-me privilegiado por ter encontrado na Igreja um lugar vazio, feito à minha medida. É certo que tê-lo encontrado (ou encontrá-lo renovadamente, pois não é dado adquirido) foi também mérito da minha sede, do meu empenho, de não baixar os braços e achar, passivamente, que não seria possível. Passo a contextualizar: a comunidade onde vou à missa é pequena e acolhedora, e podia bem não o ser. Ao mesmo tempo, sentia um desejo grande de reflexão de vida cristã e encontrei um casal (heterosexual) que tinha a mesma vontade. Começámo-nos a reunir semanalmente numa pequena comunidade de oração e reflexão que, apesar de crítica, nos tem ajudado a sermos Igreja e a nela nos revermos. Paralelamente, face ao contínuo desencanto em relação a algumas posturas e pontos de vista de uma Igreja mais institucional e hierárquica, tive a graça de encontrar um grupo de cristãos homossexuais, que se reuniam com um padre regularmente, sem terem de se esconder ou de ocultar parte de si.

Sei que muitos cristãos homossexuais nunca pensaram sequer na eventualidade de existirem grupos cristãos em que se pudessem apresentar inteiros, quanto mais pensarem poder tomar parte e pôr em comum fé, questões, procuras, afectos e vidas.

Por tudo isto me sinto grato a Deus e me sinto responsável para tentar chegar a quem não teve, até agora, uma experiência tão feliz como a minha.

Este blogue também é teu

São benvindos os comentários, as perguntas, a partilha de reflexões e conhecimento, as ideias.

Envia o link do blogue a quem achas que poderá gostar e/ou precisar.

Se não te revês neste blogue, se estás em desacordo com tudo o que nele encontras, não és obrigado a lê-lo e eu não sou obrigado a publicar os teus comentários. Haverá certamente muitos outros sítios onde poderás fazê-lo.

Queres falar?

Podes escrever-me directamente para

rioazur@gmail.com

ou para

laioecrisipo@gmail.com (psicologia)


Nota: por vezes pode demorar algum tempo a responder ao teu mail: peço-te compreensão e paciência. A resposta chegará.

Os textos e as imagens

Os textos das mensagens deste blogue têm várias fontes. Alguns são resultados de pesquisas em sites, blogues ou páginas de informação na Internet. Outros são artigos de opinião do autor do blogue ou de algum dos seus colaboradores. Há ainda textos que são publicados por terem sido indicados por amigos ou por leitores do blogue. Muitos dos textos que servem de base às mensagens foram traduzidos, tendo por vezes sofrido cortes. Outros textos são adaptados, e a indicação dessa adaptação fará parte do corpo da mensagem. A maioria dos textos não está escrita segundo o novo acordo ortográfico da língua portuguesa, pelo facto do autor do blogue não o conhecer de forma aprofundada.

As imagens que ilustram as mensagens são retiradas da Internet. Quando se conhece a sua autoria, esta é referida. Quando não se conhece não aparece nenhuma referência. Caso detectem alguma fotografia não identificada e conheçam a sua autoria, pedimos que nos informem da mesma.

As imagens são ilustrativas e não são sempre directamente associáveis ao conteúdo da mensagem. É uma escolha pessoal do autor do blogue. Há um critério de estética e de temática ligado ao teor do blogue. Espero, por isso, que nenhum leitor se sinta ofendido com as associações livres entre imagem e conteúdo.

Contribuidores

Amigos do blogue

Mensagens mais visitadas nesta semana

Categorias

11/9 (1) 2011 (1) 25 de Abril (1) 3ª idade (1) 5ª feira Santa (1) abandono (3) abdicar (1) abertura (4) aborto (3) abraão (1) abraço (1) abstinencia sexual (2) abusos (4) acção (4) aceitação (4) acolhimento (19) acompanhamento (3) açores (1) acreditar (1) acrobacia (1) activismo (2) activistas (2) actores (1) actos dos apostolos (1) actualidade (85) adão e eva (1) adesão (1) adeus (2) adilia lopes (2) administrativo (1) admiração (1) adolescentes (1) adopção (15) advento (15) afecto (3) africa (21) África (1) africa austral (1) africa do sul (8) ágape (1) agenda (2) agir (1) agressividade (1) água (2) alan gendreau (1) alegorias (1) alegria (11) aleluia (1) alemanha (15) alentejo (3) alerta (1) alexandra lucas coelho (1) Alexandre Quintanilha (1) alimento (1) alma (4) almada (1) alteridade (2) alternativo (9) amadeo de sousa cardoso (1) amantes (2) amargura (1) américa (5) américa central (1) américa latina (10) AMI (1) amigo (3) amizade (4) amnistia internacional (2) amor (54) amplos (2) androginia (1) andrógino (1) angelo rodrigues (1) angola (2) animal (3) anjos (8) anselmo borges (2) anti-semitismo (1) antigo testamento (15) antiguidade (1) antónio ramos rosa (3) antropologia (1) anunciação (2) anuncio (1) ao encontro (1) aparência (1) aparições (2) apatia (1) API (1) apocalipse (1) apócrifos (2) apoio psicologico (1) apolo (2) apóstola (1) apóstolos (1) apple (1) aprender (1) aproximar (1) aquiles (1) ar livre (1) arabes (1) arabia saudita (2) arbitro (1) arco-iris (4) argélia (4) argentina (9) arquétipo (1) arquitectura (9) arrependimento (1) arte contemporanea (18) arte e cultura (322) arte sacra (59) artes circences (1) artes plásticas e performativas (32) artista (2) arvo pärt (6) árvore de natal (1) ascensão (1) asia (9) asilo (2) assassinato (1) assembleia (2) assexuado (3) assexual (1) assexualidade (2) assintomático (1) associação do planeamento da família (1) associações (1) astronomia (1) ateliers (1) atenção (5) atender (1) ateu (2) atletas (2) australia (6) autoconhecimento (1) autodeterminação de género (2) autonomia (1) autoridade (2) avareza (1) ave-maria (2) avô (1) azul (1) bach (6) bairro de castro (1) baixa (1) banal (1) banco alimentar (3) bancos (2) bandeira (2) baptismo (1) baptizado (2) barcelona (5) barroco (3) basquetebol (1) beatificação (2) beatos (1) beckham (1) beijo (4) beja (1) bela e o monstro (1) beleza (18) bélgica (2) belgrado (1) belo (5) bem (5) bem estar (1) bem-aventuranças (3) ben sira (1) beneditinos (2) bento xvi (35) berlim (5) berlusconi (1) best-sellers (1) bethania (2) betos (1) bi (1) bíblia (45) bibliografia (1) bicha (1) bienal (1) bifobia (1) bigood (1) bill viola (1) binarismo (1) biografias (28) biologia (4) bispos (10) bissexualidade (9) bizantina (1) bjork (1) blogue informações (44) bloguer (1) blogues (2) blondel (1) boa nova (1) boa vontade (1) bom (1) bom pastor (1) bom samaritano (1) bombeiro (1) bondade (2) bonecas (1) bonhoeffer (2) bose (5) botswana (1) boxe (2) braga (2) brasil (15) brincadeira (1) brincar (1) brinquedos (2) britten (1) budismo (2) bullying (5) busca (1) buxtehude (1) cadaver (1) calcutá (1) calendário (3) calvin klein (1) caminhada (1) caminho (5) campanha de prevenção (1) campanha de solidariedade (6) campo de concentração (3) cancro (2) candidiase (1) candomblé (1) canonização (2) cantico dos canticos (3) canticos (2) canto (1) cantores (2) capela do rato (11) capelania (1) capitalismos (1) caraíbas (3) caravaggio (4) carcavelos (1) cardaes (1) carência (1) caridade (7) caritas (2) carlos de foucauld (1) carmelitas (2) carnaval (1) carne (1) carpinteiro (1) carta (15) carta pastoral (2) casa das cores (1) casais (17) casamento (61) casamento religioso (1) castidade (3) castigo (1) catacumbas (1) catalunha (3) catarina mourão (1) catástrofes (1) catecismo (3) catolica (1) catolicismo (26) causas (1) CD (1) cegueira (1) ceia (1) celebração (3) celibato (9) censos (3) censura (2) centralismo (1) cep (1) cepticismo (1) céu (1) chamamento (1) chapitô (1) charamsa (1) charles de foucauld (1) chatos (1) chechénia (1) chemin neuf (1) chicotada (1) chile (2) china (3) chirico (1) chorar (1) ciclone (1) cidade (2) ciência (2) cig (1) cimeira (3) cinema (41) cinemateca (1) cinzas (1) ciparisso (1) circo (1) cisgénero (1) civismo (1) clamidia (1) clarice lispector (1) clarissas (1) clausura (3) clericalismo (3) clero (5) cliché (1) co-adopção (3) coccopalmerio (1) cockinasock (2) cocteau (2) código penal (2) colaborador (1) colegialidade (1) colegio cardenalicio (2) colégio militar (1) colóquio (2) colossenses (1) combate (1) comemoração (2) comentário (1) coming out (1) comissão justiça e paz (1) comodismo (1) compaixão (3) companhia de jesus (11) comparação (1) complexidade (1) comportamento (2) composição (1) compromisso (1) comunhão (18) comunicação (2) comunidade (3) comunidade bahai (1) comunidades (3) conceitos (15) concertos (18) concílio (1) condenação (8) conferência (15) conferencia episcopal portuguesa (2) confessar (1) confiança (4) confissão (3) conformismo (1) conhecer (2) conjugal (1) consagrado (2) consciência (4) consumo (1) contabilidade (1) contemplação (5) contos (1) contracepção (1) convergencia (1) conversão (3) conversas (1) convivência (2) cópia (1) copta (1) coração (5) coragem (4) coreia do norte (1) cores (1) corintios (1) corita kent (1) coro (1) corpo (19) corpo de Deus (2) corporalidade (2) corrupção (1) corrymeela (1) cracóvia (1) crença (1) crente (1) creta (1) criação (5) crianças (8) criatividade (1) crime (8) criquete (1) crise (8) crisipo (2) cristãos lgbt (1) cristianismo (41) cristiano ronaldo (2) crítica (15) crossdresser (2) CRS (2) cruz (11) cuba (1) cuidado (1) cuidar (2) culpa (4) culto (2) cupav (2) cura (2) curia (1) curiosidade (6) cursos (4) CVX (1) dádiva (3) dador (2) dadt (8) daltonismo (1) dança (7) Daniel Faria (4) daniel radcliffe (2) daniel sampaio (1) danielou (1) dar (3) dar a vida (12) dar sangue (2) Dark Hourses (1) David (8) david lachapelle (3) deficiência (1) defuntos (1) delicadeza (1) democracia (1) dependências (1) deportação (1) deputados (1) desânimo (1) desassossego (3) descanso (1) descentralização (1) descobrir (1) desconfiança (1) descrentes (1) descriminalização (4) desejo (5) desemprego (1) desenho (12) deserto (3) desfile (1) desilusão (2) desordenado (1) despedida (1) desperdicio (1) despojar (1) desporto (34) detecção (1) Deus (50) deuses (1) dia (1) dia mundial dos pobres (1) diaconado (1) diácono (1) diálogo (9) diálogo interreligioso (7) diferenças (3) dificuldade (1) dignidade (2) dinamarca (1) dinamismo (1) dinheiro (1) direcção espiritual (1) direito (30) direito laboral (1) direitos humanos (51) direitos lgbt (9) discernimento (1) discípulas (1) discípulos (1) discriminação (29) discurso (2) discussão (5) disforia de género (1) disney (2) disparidade (1) disponibilidade (1) ditadura (1) diversidade (8) divindade (2) divisão (2) divorciados (4) divórcio (3) divulgação (1) doação (1) doadores (1) doclisboa (1) documentários (3) documentos (1) doença (2) dogma (1) dois (1) dom (10) dom helder câmara (1) dom manuel martins (2) dom pio alves (1) doma (1) dominicanas (3) dominicanos (6) donativos (1) dons (1) dor (4) dos homens e dos deuses (1) dostoievsky (1) doutores da igreja (2) doutrina da fé (2) doutrina social (5) drag (2) drag queens (2) dst (2) dureza (1) e-book (1) eckart (2) eclesiastes (3) eco (1) ecologia (6) economia (7) ecos (1) ecumenismo (14) edith stein (3) educação (7) efémero (1) efeminação (1) efeminado (2) egipto (2) ego (1) egoismo (1) elite (1) emas (1) embrião (1) emoção (1) empatia (1) emprego (10) enciclica (2) encontro (16) ensaios (11) ensino (1) entrevista (15) entrudo (1) enzo bianchi (2) equipa (1) equipamentos (1) erasmo de roterdão (1) erotismo (3) escandalo (2) escândalo (2) esclarecimento (1) escócia (1) escolas (5) escolha (2) escravatura (1) escultura (8) escuridão (1) escuta (7) esgotamento (1) esmola (1) espaço (3) espanha (10) espanto (1) esparta (1) espectáculos (1) espera (6) esperança (3) esperma (4) espermatezoide (1) espírito (4) Espírito Santo (4) espiritualidade (100) esquecer (1) estar apaixonado (1) estatística (13) estética (3) estoril (2) estrangeiro (2) estrelas (1) estudos (20) estupro (1) eternidade (1) ética (3) etty hillesum (4) eu (5) EUA (39) eucaristia (11) eugenio de andrade (4) eurico carrapatoso (8) europa (45) eutanásia (1) evangelho (19) evangelização (2) évora (1) ex-padre (1) exclusão social (2) exegese (1) exemplo (3) exercicios espirituais (2) exército (12) exibicionismo (2) exílio (1) exodus (1) exposição (1) exposições (13) ezequiel (1) f-m (1) f2m (1) facebook (4) fado (1) falar (1) falo (2) falocratismo (1) faloplastia (1) família (36) famílias de acolhimento (1) famosos (18) fardo (1) fariseismo (1) fátima (4) favela (1) (22) fé e cultura (5) fecundidade (2) feio (1) felicidade (1) feminino (4) feminismo (3) fernando pessoa (2) festa (2) festival (11) fiat (1) fidelidade (4) FIFA (4) figuras (11) filho pródigo (1) filhos (3) filiação (1) filipinas (1) filmes (27) filoctetes (1) filosofia (4) finlandia (1) firenze (2) flagelação (1) flaubert (1) flauta (2) floresta (1) fome (3) fontana (2) força (1) forças armadas (2) formação (3) fotografia (41) fr roger de taizé (3) fra angelico (1) fracasso (1) fragilidade (5) frança (9) franciscanos (1) francisco de sales (1) francisco I (78) francisco tropa (1) françoise dolto (2) fraqueza (1) fraternidade (4) frederico lourenço (5) freira (3) frescos (1) freud (2) frio (2) fronteira (2) ftm (1) fundacao evangelizacao culturas (3) fundamentalismos (1) funeral (1) futebol (16) futebol americano (1) futuro (3) galileu (1) galiza (1) ganancia (1) gandhi (2) ganimedes (2) gastronomia (2) gaudi (4) gaudium et spes (2) gay (112) gay lobby (3) gaydar (1) gayfriendly (2) género (25) generosidade (1) genes (1) genesis (3) genética (4) genital (1) geografia (1) gestos (1) gilbert baker (1) ginásio (1) global network of rainbow catholics (1) glossário (15) gnr (2) GNRC (1) goethe (1) gomorra (2) gonorreia (1) gozo (2) gratuidade (3) gravura (1) grécia (1) grécia antiga (9) grit (1) grün (1) grupos (1) gula (1) gulbenkian (3) habitação (1) haiti (1) harvey milk (1) hasbro (1) havai (1) heidegger (1) helbig (1) hellen keller (1) hemisfério sul (1) henri de lubac (1) héracles (1) herança (1) heresia (1) hermafrodita (2) hermafroditismo (2) herpes genital (1) heterofobia (1) heteronormatividade (1) heterosexuais (5) heterosexualidade (3) heterossexismo (2) hierarquia (34) hilas (1) hildegarda de binden (1) hildegarda de bingen (1) hinos (1) hipocrisia (3) história (42) história da igreja (1) Hitler (1) holanda (5) holocausto (2) homem (14) homenagem (2) homilia (6) homoafetividade (7) homoerotismo (14) homofobia (65) homoparentalidade (3) homossexualidade (150) honduras (1) hormonas (1) hospitais (1) hospitalidade (4) HPV (1) HSH (3) humanidade (5) humildade (6) humor (9) hysen (2) icone gay (9) icones (4) iconografia (1) idade (1) idade média (2) idealização (1) identidade (13) ideologia do género (2) idiota (1) idolatria (2) idolos (1) idosos (1) ignorância (2) igreja (156) igreja anglicana (7) igreja episcopal (2) igreja lusitana (1) igreja luterana (2) igreja presbiteriana (1) igualdade (9) II guerra mundial (7) ikea (2) ILGA (10) iluminismo (1) iluminuras (1) ilustração (1) imaculada conceição (1) imigração (2) imitação (1) impaciencia (1) impotência (1) imprensa (53) inácio de loyola (1) incarnação (4) incerteza (1) inclusão (5) incoerência (1) inconsciente (1) indemnização (1) india (2) indiferença (1) individuo (1) infalibilidade (1) infancia (1) infância (2) infecção (1) infertilidade (1) infinito (1) informática (1) ingenuidade (1) inglaterra (3) iniciativas (1) inimigos (3) injustiça (1) inocentes (1) inquérito (1) inserção social (1) instinto (1) instrumentos musicais (1) integração (2) inteligencia (1) inter-racial (1) intercessão (1) intercultural (2) interior (4) internacional (3) internet (1) interpretação (1) interrogação (1) intersexualidade (5) intolerância (2) inutilidade (1) inveja (1) investigação (4) invocação (1) invocar (1) iolau (1) irão (1) irlanda (6) irmão (2) irmão luc (1) irmãos de jesus (1) irmãs de jesus (1) irreverencia (1) isaias (2) islandia (1) islão (12) isolamento (1) israel (2) IST (3) italia (5) jacinto (1) jacob (3) jacopo cardillo (1) jacques berthier (1) james alison (4) james martin (4) jantar (1) japão (1) jardim (1) jasão (1) jean vanier (1) jejum (2) Jeová (1) jeremias (1) jerusalem (1) jesuitas (3) jesus cristo (49) JMJ (8) joana de chantal (1) João (8) joao climaco (1) joao paulo II (8) joão XXIII (2) job (2) jogos (2) jogos olimpicos (2) jonas (1) Jonatas (5) jorge sousa braga (1) jornadas (1) jornalismo (2) josé de arimateia (1) josé frazão correia (1) jovens (7) judaismo (9) judas (4) jung (2) justiça (21) juventude (5) kenose (1) kitsch (3) krzystof charamsa (1) l'arche (1) ladrão (1) lady Gaga (2) lagrimas (2) lágrimas (1) laicidade (2) laio (2) lançamento (1) lázaro (1) lazer (2) LD (1) lectio divina (1) lei (25) lei da blasfémia (1) leigos (3) leigos para o desenvolvimento (1) leiria (1) leituras (37) lenda (1) leonardo da vinci (1) lésbica (48) lev tolstoi (1) Levinas (1) levitico (2) levítico (2) lgbt (74) lgbti (20) liberdade (8) libertinagem (1) liderança (3) limpeza (1) linguagem (2) lisboa (83) literalidade (1) literatura (4) lituania (1) liturgia (6) livrarias (2) livros (36) ljungberg (2) londres (1) Lopes-Graça (1) loucura (1) lourdes castro (4) loures (1) louvor (2) lua (1) lubrificante (1) lucas (5) lucian freud (1) luiz cunha (1) luta (5) luto (3) luxemburgo (1) luz (2) m-f (1) M2F (1) macbeth (1) machismo (4) macho (2) madeleine delbrel (1) madre teresa de calcuta (9) madureira (1) mãe (1) mães (7) mafra (1) magdala (2) magia (1) magnificat (8) magrebe (1) mal (2) malasia (2) man (1) mandamentos (1) manifestação (1) manuel alegre (1) manuel cargaleiro (1) manuel clemente (4) manuel graça dias (1) manuel linda (1) manuel neuer (2) maori (1) mãos dadas (2) marcelo rebelo de sousa (1) marcha (5) marcos (1) Maria (18) maria de lourdes belchior (1) maria madalena (4) maria-rapaz (1) marinheiros (1) marketing (1) marrocos (2) martha medeiros (1) martin luther king (1) martini (2) mártir (5) martírio (3) masculinidade (10) masculino (1) mastectomia (1) masturbação (2) matéria (1) maternal (1) maternidade (1) mateus (7) matrimónio (1) mattel (1) mecenas (2) media (2) mediação (1) médicos (2) medio oriente (2) meditacao (8) medo (9) meia-idade (1) melancolia (1) membro (1) memória (1) memorial (1) mendigo (1) menino (4) menores (2) mensagem (2) menstruação (1) mentira (1) mercado (1) mesa (1) mestrado (1) metafora (1) metanoia (1) méxico (3) michael stipe (2) Michelangelo (2) Michele de Paolis (2) micronesia (1) migrante (1) miguel esteves cardoso (2) milão (1) mimesis (1) mineiros (2) minimalismo (1) ministerio publico (1) minorias (1) minorias étnicas (1) mira schendel (1) misericordia (3) misericórdia (3) misoginia (1) missa (7) missão (4) missionarias da caridade (1) missionário (3) mistério (3) mística (6) mitcham (2) mito (3) mitologia (8) mitos (2) moçambique (4) moda (5) modelos (8) modernidade (2) moina bulaj (1) moldavia (1) monge (4) monogamia (1) monoparentalidade (1) montenegro (1) montserrat (1) monumentos (1) morada (1) moral (6) moralismo (1) morte (25) mosteiro (1) movimento civico (1) movimento gay (1) MRAR (1) MSV (1) MTF (1) mudança (1) mudança de nome (1) mudança de sexo (6) mulheres (19) mundial (3) mundo (148) munique (1) murais (1) muro pequeno (2) musculos (1) museus (11) musica (2) música (87) musical (1) namoro (3) nan goldin (1) não crentes (2) não-violência (1) narciso (2) natação (1) natal (43) natividade (3) NATO (3) natureza (5) naufrago (1) nauru (1) nazis (5) newman (1) nigeria (1) nobel (2) noé (1) nómada (1) nome (5) nomeação (1) nós somos igreja (2) nossa senhora (1) nota imprensa (1) notícias (2) nova iorque (2) nova zelandia (2) novelas (1) novo testamento (5) nudez (20) numero (1) núncio apostólico (1) NY (1) o nome da rosa (1) obediência (1) objectivos milénio (1) obra (14) obstáculos (1) oceania (1) ocupação (1) ódio (5) ofensa (1) oferta (1) olhar (4) olho (1) olimpicos (2) olimpo (1) omnissexualidade (1) ONU (14) opinião (157) oportunidades (3) optimismo (2) opus gay (2) oração (59) oração comum (2) oração do nome (1) orar (3) ordem de cister (2) ordem dos advogados (1) ordem dos médicos (6) ordenação de gays (5) ordenação de mulheres (8) orgão (3) orgia gay (1) orgulho gay (7) orientação (12) oriente (1) origem (2) orlando cruz (1) ortodoxia (2) oscar romero (1) ousar (1) outro (2) ovideo (1) ovocitos (1) ovulo (1) paciencia (1) pacificador (1) pacífico (3) pacifista (2) padraig o tuama (1) padre (22) padre antónio vieira (1) padres (2) padres casados (1) padres da igreja (1) padres do deserto (2) paganismo (1) pai (7) pai natal (1) pai-nosso (2) pais (6) pais de gales (2) paixão (15) palácios (1) palavra (8) palestina (1) palestra (1) paneleiro (1) pansexualidade (1) papas (41) papel da mulher (11) papiloma (1) paquistão (1) paradas (3) parágrafo 175 (2) paraíso (3) parcialidade (1) parentalidade (4) paridade (2) paris (7) parlamento (3) paróquias lgbt (1) participação (2) partilha (8) pascal (3) páscoa (4) pasolini (2) pastoral da saúde (1) pastoral homossexual (27) pastoral trans (2) pastoral universitária (2) paternal (1) paternidade (3) patinagem (3) patio dos gentios (2) patriarca (1) património (5) pátroclo (1) paul claudel (4) paulo (5) paulo VI (1) pausanias (1) paz (12) pecado (7) pederasta (1) pederastia (1) pedir (1) pedofilia (10) pedra (1) pedro arroja (1) pélope (1) pena (4) pénis (1) penitência (5) pensamentos (3) pensão (1) pentecostes (2) perdão (6) peregrinação (1) peregrino russo (1) perfeição (2) pergunta (2) periferias (4) perigo (1) perplexidade (1) perseguição (1) perseverança (1) pessimismo (2) pessoa (8) petição (2) piano (1) piedade (1) pina bausch (3) pink narcisus (1) pintura (15) piolho-da-pubis (1) pirítoo (1) pistas (1) pluralidade (1) pobreza (14) poder (1) poesia (53) poitiers (1) polémica (4) poliamor (1) policia (3) polissexualidade (1) política (50) polo aquatico (1) polónia (1) pontes (1) pontificado (1) pontífices (1) POP art (1) população (1) pornodependencia (1) pornografia (2) portas (1) porto (9) porto rico (1) portugal (115) poseidon (1) povo de Deus (3) praia (1) prática (2) prazer (4) prece (3) preconceito (3) pregador (1) prémios (12) presença (2) presentes (1) presépios (5) preservativo (12) presidente (3) prevenção (1) pride (1) primavera (3) primeiros cristãos (1) principes (1) prisão (3) priscilla (1) procriacao (3) procura (4) professores (1) projecto (1) prostituição (4) prostituta (2) protagonista (1) provisório (1) próximo (5) psicanálise (1) psicologia (16) psicoterapia (1) psiquiatria (1) publicidade (4) pudor (1) qatar (4) quaintance (1) quakers (1) quaresma (35) queer (7) quenia (1) questionário (1) quotidiano (2) racial (1) racismo (4) radcliffe (2) rahner (1) rainhas (1) ranking (1) rapto (2) raul brandão (1) rauschenberg (1) razão (2) realidade (5) recasados (3) reciclar (5) reciprocidade (1) recolha de alimentos (1) recolhimento (1) reconciliação (5) rede ex aequo (8) redes sociais (5) refeição (1) reflexão (61) reforma (3) refugiados (3) registo civil (2) reino de Deus (2) reino unido (14) reis (9) relação (14) relatórios (2) religião (18) religion today (1) religiosidade (3) religioso (2) REM (2) Renascimento (1) renúncia (1) repetição (1) repouso (1) repressão (1) reproducao (2) república (1) republica checa (1) respeito (3) respiração (1) responsabilidade (2) ressurreição (2) restauro (1) retiro (10) retrato (4) reutilizar (5) rezar (2) Richard Zimler (1) ricky cohete (1) ricky martin (4) ricos (1) rigidez (1) rilke (4) rimbaud (2) riqueza (1) rival (1) rodin (1) roma (3) romance (1) romanos (1) romenia (1) rosa (6) rosa luxemburgo (1) rosto (1) rothko (1) rotina (1) roupa interior (1) rufus wainwright (5) rugby (4) rui chafes (2) rumos novos (4) russia (4) ryan james caruthers (1) s. bento (7) s. valentim (1) sábado santo (1) sabedoria (2) sacerdócio (2) sacerdotes (1) sacerdotisas (2) sacramentos (4) sacro (1) sagrada família (5) sagrado (7) sahara ocidental (3) sair (2) sair do armario (19) salmos (5) salvação (5) Samuel (1) sanção (1) sangue (1) santa catarina (1) santa cecilia (1) santa hildegarda (1) santa sé (2) santa teresa de avila (2) santarem (4) santas (2) santegidio (1) santidade (8) santo agostinho (3) santo ambrosio (1) santo antonio (1) santos (18) são cristóvão (1) sao francisco (7) sao joao (1) São José (2) sao juliao (1) sao tomas de aquino (1) sao tome e principe (1) sapatas (1) sapatos (1) saramago (1) sartre (1) saúde (26) Saul (1) schütz (1) seamus heaney (1) sebastião (9) séc XX (1) secura (1) sede (10) sedução (1) segurança (2) sem-abrigo (2) semana santa (7) semen (1) seminários (5) sensibilidade (1) sensibilização (1) sentença (1) sentidos (4) sentimentos (2) sepulcro (1) sepultura (1) ser (3) ser humano (3) ser solidário (44) sermões (5) serralves (1) servia (2) serviço (8) setúbal (3) sexismo (2) sexo (10) sexo biológico (2) sexo seguro (2) sexta feira santa (2) sexualidade (23) shakespeare (1) sic (1) sicilia (1) sida (20) sífilis (1) sightfirst (1) silêncio (12) sim (1) símbolos (2) simone weil (4) simplicidade (3) singapura (1) singularidade (1) sínodo (5) sintomas (1) sintomático (1) sobrevivente (1) sobreviver (1) sociedade (89) sociologia (1) sodoma (3) sodomia (2) sofrimento (13) solicitude (1) solidão (13) solidariedade (4) sondagem (10) sonhos (2) Sophia (8) st patrick (1) steven anderson (1) stockhausen (1) stölzel (1) stonewall (2) submissão (1) sudário (1) suécia (4) suicidio (5) sul (1) surrealismo (1) susan sontag (1) sustentabilidade (1) taborda (1) tabu (2) taizé (6) talentos (1) tapeçaria (1) tavener (6) TDOR (1) teatro (14) teatro do ourives (1) tebas (1) tecnologia (3) tel aviv (1) televisão (2) templo (2) tempo (4) temps d'images (1) tenebrismo (1) tentação (2) teologia (46) teologia da libertação (2) teólogo (2) teoria do género (1) terceiro género (1) teresa benedita da cruz (1) teresa forcades (1) terras sem sombra (1) terrorismo (1) teseu (1) teste (1) testemunhas de jeová (1) testemunhos (39) testículos (1) textos (2) the king's singers (1) Thibirine (2) thomas merton (2) tibães (1) timor (1) timoteo (1) tocar (1) tolentino (32) tolerância (5) torres vedlas (1) tortura (1) trabalho (6) trabalho doméstico (1) tradição (1) traição (1) transexualidade (22) transfobia (6) transformista (1) transgender (8) transgeneridade (1) transgéneros (3) trapistas (2) travesti (3) travestismo (3) trevor hero (1) triângulo (5) tribunal (4) tricomoniase (1) Trindade (3) trinidad e tobago (1) tristeza (2) troca (1) troilo (1) tu (2) turim (1) turismo (2) turquia (3) ucrania (2) uganda (6) últimos (1) umberto eco (1) umiliana (1) unção (1) UNESCO (1) união (15) único (1) unidade (7) unitaristas (1) universal (1) universidade (2) universo (1) utero (1) útil (1) vaidade (3) valores (2) vanitas (1) vaticano (48) vaticano II (12) vazio (1) velhice (3) veneza (3) vento (1) verdade (10) vergonha (1) via sacra (10) vício (1) vida (64) vida dupla (1) vidas consagradas (5) video (39) vieira da silva (1) vigarice (1) vigiar (2) vih/hiv (19) vingança (1) vintage (1) violação (4) violência (9) violência doméstica (1) VIP (1) virgindade (1) viril (2) virilidade (1) vírus (1) viseu (1) visibilidade (2) visitação (1) visitas (7) visões (1) vitimas (2) vítor melícias (1) vitorino nemésio (1) vitrais (1) viver junto (2) vocação (5) voluntariado (10) von balthasar (2) vontade (2) voyeur (1) warhol (1) whitman (1) wiley (1) wrestling (1) xenofobia (4) youtube (1) yves congar (1) zeus (1)

As nossas visitas