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A diversidade na Igreja

"A casa do meu Pai tem muitas moradas", diz-nos Jesus no evangelho.

A unidade na diversidade não é sempre aparente na Igreja enquanto povo de Deus, mas é uma realidade em Deus e uma presença na fé cristã desde a sua origem. A Palavra de Deus não é partidária, elitista e exclusiva. O Reino de Deus é como uma árvore que estende os ramos para dar abrigo a todos os pássaros do céu. Cristo não morreu na cruz para salvar uma mão cheia de cristãos. Até o Deus Uno encerra em si o mistério de uma Trindade.

A Palavra de Deus é inequívoca e só pode levar à desinstalação, à abertura ao outro, e a recebê-lo e amá-lo enquanto irmão ou irmã. Ninguém fica de fora, nem mesmo - se tivessemos - os inimigos.

Muitos cristãos crêem nesta Igreja, nesta casa do Pai, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo. Mas como esquecer que muitos se sentem "de fora" por se verem rejeitados, amputados e anulados, e afastam-se por ninguém lhes ter mostrado que há um lugar para cada um, com a totalidade do seu ser?

Um blogue para cristãos homossexuais que não desistiram de ser Igreja

Porquê este blogue?

Este blogue é a partilha de uma vida de fé e é uma porta aberta para quem nela quiser entrar. É um convite para que não desistas: há homossexuais cristãos que não querem recusar nem a sua fé nem a sua sexualidade. É uma confirmação, por experiência vivida, que há um lugar para ti na Igreja. Aceita o desafio de o encontrares!

Este blogue também é teu, e de quem conheças que possa viver na carne sentimentos contraditórios de questões ligadas à fé e à orientação sexual. És benvindo se, mesmo não sendo o teu caso, conheces alguém que viva esta situação ou és um cristão que deseja uma Igreja mais acolhedora onde caiba a reflexão sobre esta e outras realidades.

Partilha, pergunta, propõe: este blogue existe para dar voz a quem normalmente está invisível ou mudo na Igreja, para quem se sente só, diferente e excluído. Este blogue não pretende mudar as mentalidades e as tradições com grande aparato, mas já não seria pouco se pudesse revelar um pouco do insondável Amor de Deus ou se ajudasse alguém a reconciliar-se consigo em Deus.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Encontro com Cristo para católicas e católicos LGBT portugueses

O grupo de Católicas e Católicos LGBT organizou mais um Encontro no passado dia 1 de Outubro. Peço desculpa aos meus leitores por não ter estado atento para noticiar no blogue. De qualquer forma aqui fica a informação da página facebook, para que possam acompanhar os próximos encontros

108º Encontro

E aqui vai o link da página facebook dos Rumos Novos

Pudores


Orgia gay na Congregação da Doutrina da Fé

E em dias onde se fala tanto das novas políticas de admissão aos seminários e de acompanhamento psicológico dos seminaristas (não tão novas, porque já foram noticiadas há algum tempo) - e sem poder evitar referir que a hierarquia da Igreja continua a confundir e a por no mesmo prato da balança distúrbios psíquicos e impulsos criminosos (pedofilia), orientação sexual, aceitação e vivência do celibato e vocação ou falta dela - não deixa de ser divertida a notícia publicada em julho deste ano, referindo a orgia interrompida pela polícia do Vaticano nos aposentos do cardeal Francesco Coccopalmerio. Será que a Igreja tem deficit de exame de consciência, de atitude reparadora e de sincera contrição? Para quando o abandono da hipocrisia? A orgia ocorreu em junho deste ano, e foi noticiada pelo DN a 5 de julho de 2017

Polícia do Vaticano interrompe orgia gay em apartamento de conselheiro do Papa

Habitação é propriedade da Congregação da Doutrina da Fé
"A polícia do Vaticano interrompeu uma orgia homossexual no apartamento onde vive o cardeal Francesco Coccopalmerio, um dos principais conselheiros do Papa Francisco.

A rusga aconteceu no mês passado mas só esta semana foi noticiado pela imprensa italiana e pelo britânico The Times.

A presença de Francesco Coccopalmerio na festa está a ser noticiada, mas tal não foi confirmado oficialmente.

O apartamento alvo da polícia está afeto à Congregação para a Doutrina da Fé, organismo que, entre outras atribuições, tem a responsabilidade de lidar com os escândalos de abuso sexual de menores por membros da igreja.

Já Coccopalmerio, além de ser próximo do Papa - segundo o The Times terá mesmo recomendado o secretário de Francisco - faz parte do Conselho Pontifício de Textos Legislativos.

A igreja católica volta assim a ser abalada por um escândalo sexual, pouco depois de o seu chefe das finanças, o cardeal George Pell, ter sido formalmente acusado de crimes sexuais."

In DN
Ler também o artigo publicado pelo The Times

Igreja Episcopal Escocesa celebra casamentos entre pessoas do mesmo sexo

Mark Runnacles/Getty Images
Depois de em 2014 ser possível casar pelo registo civil na Escócia, este ano também a Igreja Episcopal Escocesa, a Igreja Anglicana da Escócia, votou pela realização de casamentos gay pela Igreja. O primeiro casamento tem lugar no Outono de 2017. Passo a citar o artigo de Harriet Sherwood, do The Guardian, publicado a 8 de Junho de 2017. O texto será o original, em inglês:

Scottish Episcopal church votes to allow same-sex weddings

"Scottish Anglicans have voted overwhelmingly in favour of allowing same-sex couples to marry in church. The historic move sets the church on a potential collision course with the global Anglican communion and risks fracture within its own ranks.

The vote at the Scottish Episcopal church general synod makes it the first Anglican church in the UK to allow same-sex weddings, with the first ceremony likely to take place this autumn.

The move, which raises the prospect of gay Christians from England, Wales and Northern Ireland heading to Scotland for a church wedding, was hailed by gay rights campaigners.

Canon law was changed to remove a doctrinal clause stating that marriage is between a man and a woman. A new conscience clause allows clergy to opt out of performing same-sex weddings.

The decision invites the possibility of sanctions by the 80 million-strong Anglican communion. Last year, the US Episcopal church was subjected to punitive measures at the end of a four-day meeting of church leaders in Canterbury. They said the US church’s acceptance of same-sex marriage represented “a fundamental departure from the faith and teaching held by the majority of our provinces on the doctrine of marriage”.

Traditionalists insist that a literal reading of the Bible means marriage must be a lifelong union of a man and a woman and that the church must resist changes in social attitudes or cultural pressure.

Minutes after the vote, Gafcon, which represents conservative Anglicans worldwide, named Andy Lines as a new “missionary bishop” for Scotland. The post is intended to offer alternative leadership for traditionalist Anglicans opposed to the synod’s decision.

Lines told a press conference that the church was “not at liberty to tamper with [God’s] words” and that he would offer help and support to those “who wish to maintain the authority of the Bible”.

Jayne Ozanne, a leading campaigner for LGBT rights within the Church of England, said: “I’m thrilled that the Scottish Episcopal church has chosen to take this brave and momentous step in enabling same-sex marriage. This has been done in a graceful and sensitive way, recognising the differing views on how we interpret scripture, and is a model for others to follow.”

Vicky Beeching, another gay rights campaigner, tweeted: “Come on Church of England, we need you to watch & learn from Scotland’s bold step today. Hoping for that change someday soon.”

Archbishop Josiah Idowu-Fearon, secretary general of the Anglican communion, said he expected the decision to be discussed by Anglican primates who are meeting in Canterbury in October. He said: “There are differing views about same-sex marriage within the Anglican communion, but this puts the Scottish Episcopal church at odds with the majority stance that marriage is the lifelong union of a man and a woman. This is a departure from the faith and teaching upheld by the overwhelming majority of Anglican provinces on the doctrine of marriage.”

A spokesperson for the Church of England said the decision was a matter for the Scottish Episcopal church: “The Church of England is unable by law to marry couples of the same sex and the teaching of the Church of England remains unchanged. However, this is a matter on which there is real and profound disagreement in the Church of England.”

The change to canon 31 on the solemnisation of holy matrimony that was agreed by the Scottish Episcopal church required a two-thirds majority in each section of the synod, the bishops, clergy and laity. The bishops and laity voted 80% in favour, the clergy at 67%.

It removed a clause saying marriage was “a physical, spiritual and mystical union of one man and one woman … and is a holy and lifelong estate instituted by God”.

The new clause says: “In the light of the fact that there are differing understandings of the nature of marriage in this church, no cleric of this church shall be obliged to conduct any marriage against their conscience.”

Draft guidelines on the new canon produced by bishops before the vote acknowledged that the issue of same-sex marriage was “one of deep distress”.

The new position “does not alter the fact that within the church there remains a range of views on marriage”. The revised canon “permits those clergy who, on the grounds of conscience, wish to conduct the marriages of same-sex couples, to seek nomination to do so; it also allows that there will be those who, on the grounds of conscience, will not seek such nomination.”

Church employees and volunteers, such as vergers, organists, choristers and flower arrangers, should be allowed to exercise their conscience and decline to participate in same-sex weddings.

Proposing the change, John Armes, the bishop of Edinburgh, told the synod: “No one is being asked to change their theology of marriage.” The new canon was an official recognition of a diversity of viewpoints, he said. “It is permissive, not directive.”

Ian Ferguson, of Aberdeen and Orkney, the only Scottish diocese to oppose the change during consultations over the past year, said: “This is one of the saddest and most painful days for us … We are broken. This schismatic move … will cause serious harm to our unity.” Members of the church “may seek alternative episcopal oversight”, he said.

Same-sex marriage was legalised in Scotland in 2014."


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Para não ser demasiado tarde

partilho um testemunho que nos alerta para não perdermos tempo. Seria bom que os pais que não aceitam os seus filhos o lessem. A vida são dois dias...

Até hoje
por João André Costa

"Eu e o Paulo temos uma relação. Pronto, já o disse. Eu e o Paulo sempre tivemos uma relação logo desde o primeiro momento em que nos vimos na Secundária. Ainda retenho a imagem na mente: ele na esquina do Pavilhão A, de calças à anos 90, justas e magras, como as pernas, compridas do chão ao tronco, um tronco elegante, despreocupado, à vontade por debaixo de um rosto calmo, curioso, de olhos negros como o cabelo forte, daquele cabelo que dá vontade de agarrar e encher as mãos, quase animalesco de tão farto. Bastou-nos meio segundo, e depois ele desviou o olhar.

Nessa tarde encontrámo-nos por detrás do ginásio, ele calado e eu também, ele a querer saber, a saber, e eu com as mãos suadas atrás das costas, a tremer, com um pé atrás e outro à frente, ele mais alto que eu, assim ao pé de mim, e eu a percebê-lo mais velho, talvez no 10º ou 11º, e eu ainda no 9º e tantos nervos, nunca tinha beijado ninguém e não queria deixar de beijar, os lábios dele vermelhos de sangue, de dor, vontade, paixão?, amor?, um passo em frente e fechei os olhos.
Até hoje.

Não sei quem teve mais dificuldade em aceitar a nossa relação, se os pais dele se os meus. Quando finalmente arranjei coragem para contar a toda a gente à mesa de jantar, a minha irmã desatou a rir-se, a minha mãe desatou a chorar e o meu pai perdeu a fala.
Até hoje.

E eu a pensar, a ansiar, a desejar tirar este peso de cima dos ombros, eu a querer contar, partilhar este amor, este ardor no peito de coração aos saltos sempre que estivemos juntos e sós, desde o escuro do anfiteatro da Universidade à sala de cinema, passando pela casa quando mais ninguém lá estava até à sala de enfermagem ao fim do turno. Eu a querer dar-lhes tudo e em trinta segundos perder um pai e uma mãe, porque a minha irmã não conta e a minha irmã já sabia (sempre soube) entre amigos e amigas, conversas de rua e conversas de escola. A minha irmã também é enfermeira. Até hoje.

Mas ao menos os meus pais não me puseram na rua. Pura e simplesmente deixaram de o ser, pais, demitindo-se com justa causa e por escrito. Já com os pais do Paulo foi bem pior, e como, mal ou bem, já estávamos os dois a trabalhar, alugámos um T1 no bairro e, aos 21, começámos uma vida juntos.
Até hoje.

Entretanto casámos, pelo Civil, pois claro, o Paulo pediu-me em casamento no nosso 3º aniversário depois de um jantar de mãos dadas e uma vida de mãos dadas e eu disse que sim, para sempre, e para sempre fechei os olhos. Na cerimónia apenas os padrinhos do Paulo e os meus, os que não fugiram, os que não nos deixaram.
Até hoje.

Hoje caminhamos na marcha. De mãos dadas com as alianças bem à vista, para todos, para que todos saibam e todos vejam, o meu pai, a minha mãe (porque a minha irmã não conta, já o disse). E não, pai, eu não trago o rabo à mostra nem penas ou asas de todas as cores, sou apenas eu, eu e Paulo e uma bandeira em cada mão, essa sim com todas as cores, como sempre fomos, de todas as cores desde que o vi na esquina do Pavilhão A. Podia ter sido uma rapariga, foi o Paulo, e eu nunca deixei de ser quem sou, nunca deixei de lutar, estudar e trabalhar, e o que se passa na cama e lá em casa é só connosco e mais ninguém. Não é pai? Porque mais ninguém tem nada com isso e eu também nunca te perguntei o que fizeste com a mãe antes de me fazeres ou enquanto me fizeste.

Estou a caminho de casa e o Paulo vem comigo. Batemos à porta e a minha mãe, com dois poços fundos de lágrimas no lugar dos olhos, abraça-me. Já não vou poder dizer nada ao meu pai."
in Público P3 a 25 de junho de 2017

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Um bispo que servia o povo

Segue uma segunda partilha que homenageia um bispo português e um homem bom, que soube servir o povo que lhe era confiado.

Bispo Vermelho

por Joaquim Franco a 25 de Setembro de 2017


"Recebia trabalhadores e sindicalistas, batia à porta de políticos e empresários, andava pelas ruas da cidade ao encontro dos que das ruas da cidade faziam casa". Joaquim Franco evoca Manuel Martins, o "bispo vermelho".

Aquela entrevista, nos idos anos 80, teria impacto na ainda pueril carreira do jornalista que ousava dedicar-se a um tema editorialmente difícil. "A Igreja tem de ser a voz dos sem voz". Ali estava uma âncora de frescura. Uma oportunidade de trazer a vivência eclesial, com todas as suas contradições e tensões, para a rama da informação. Pela voz de um homem de pequena envergadura, sorridente, que apoiava as palavras com o movimento das mãos dando-lhes a consistência de uma presença. Quando, na sua pronúncia do norte, o bispo Manuel Martins falava das "injustiças" e da "dignidade da pessoa humana", soava a poesia prática e assertiva.

Discípulo do pensamento de António Ferreira Gomes, e tal como Hélder Câmara, Manuel Martins dava o corpo e a alma à coerência evangélica. Com coragem, com frontalidades que lhe valiam inimigos e dissabores, mas com o respeito de todos. Sobretudo dos que se reviam naquele bispo combativo, dos mais pobres e humildes, dos desempregados, dos que não conseguiam chegar aos frios guichés da burocracia e da caridade, dos que na península de Setúbal trabalhavam sem receber salário. As periferias, de que agora tanto se fala, eram o espaço pastoral e social do bispo Manuel Martins.

Chegou à então recém-criada diocese de Setúbal em 1975. Moldou a ação à época pós-revolucionária. Quando a cintura industrial cedeu na península e as fracturas sociais alastraram, não hesitou em tomar partido pelas pessoas. Com a força da denúncia ou com a ação discreta e empenhada, no terreno, fazia pontes. Recebia trabalhadores e sindicalistas, batia à porta de políticos e empresários, andava pelas ruas da cidade ao encontro dos que das ruas da cidade faziam casa, sem teto, por imposição do desemprego ou apanhados depois nas redes da droga. A Cáritas de Setúbal, instituição solidária da Igreja, transformar-se-ia num refúgio para muitas destas pessoas. Também com o incentivo de Manuel Martins, havia em Setúbal uma tradição de padres operários. Nas fábricas, ombro a ombro, incentivavam os trabalhadores a reivindicar a dignidade. Alguns optaram pela política partidária e pelo movimento sindical, outro território de ação que o bispo acabaria por compreender.

São conhecidas as altercações com os poderes políticos. Martins denunciou a fome na península quando parecia que Lisboa não queria falar de tão incómodo assunto. Mário Soares e Cavaco Silva terão ficado muitas vezes com as orelhas vermelhas. Mais tarde, Soares diria em público que aqueles gritos de alerta do bispo de Setúbal lhe tinham feito bem.

Manuel Martins entendia que "a Igreja devia ser de esquerda e não de direita" (TSF, 26 março 2017). A expressão tem um contexto e deriva de uma visão própria sobre os critérios definidores do espectro político. Mas é esclarecedora quanto à forma como Manuel Martins posicionava a acção fundada no evangelho para a intervenção política e social. A Igreja "tem medo" (SIC, 22 fevereiro 2014), dizia, "e mudou o Credo, que passou a ser 'creio na Santa Igreja, católica, apostólica e... adormecida'", criticava.

Era um homem por vezes difícil de localizar, mas afável e disponível. Numa fria madrugada de novembro de 1991, recebeu no Paço a chamada de uma rádio a solicitar um comentário sobre a situação em Dili. Não só se disponibilizou, como esteve uma boa meia hora à conversa com o jornalista antes de entrar na emissão. Timor-Leste seria desde a primeira hora outra das suas causas visíveis, numa altura em que, pela tradição da prudência ou por desconhecimento, a diplomacia da Santa Sé e o clero em Portugal ainda hesitavam no alinhamento dos discursos. Chegou a fazer circular uma carta dirigida aos bispos europeus para que se unissem por Timor. Casalori repreendeu-o e proibiu-o de prosseguir com a ação.

Há uma vida de histórias reveladoras da personalidade. Quando chegou a Setúbal, foi, discreto e sem se identificar, assistir a um culto numa igreja protestante local. As cortes locais dos partidos mais à direita chegaram a recusar ir a missas presididas pelo "bispo vermelho". E que dirá aquela mulher que inadvertidamente deitou as chaves de casa no lixo e viu o bispo mergulhar no contentor para a ajudar a encontrá-las?

A morte é a mais previsível das contingências humanas. Morte física, porque a outra fica ao abrigo da fé e das interpretações filosóficas ou religiosas. Se pela condição da idade, estaríamos à espera da partida de Manuel Martins, já a morte recente de António Francisco dos Santos apanhou a Igreja e o país de surpresa. Manuel Martins sofreu muito com a morte precoce do bispo do Porto.

Não fomos a tempo de os juntar à mesa do café para registar a revisão sintonizada de memórias e leituras deste tempo de perplexidades. Devem estar juntos noutra dimensão, a limpar as arestas da Igreja e do mundo. Ou a usar o sentido de humor que os caracterizava - por vezes cáustico e incisivo na voz de Manuel Martins - para medir as acusações de heresia feitas ao Papa Francisco por um grupo de católicos integristas..."


Crise de bispos em Portugal

Bispos e padres acusam núncio em Lisboa de ser pouco humano e nada “franciscano”

Por António Marujo a 14 de Outubro de 2017

“Muitas vezes, é pouco humano.” O desabafo, em declarações ao Expresso, de um dos bispos portugueses, acerca do núncio (embaixador) da Santa Sé em Portugal é revelador do mal-estar que, numa parte significativa do clero, existe em relação a Rino Passigato.

Outro bispo, que tal como o anterior, prefere não ser identificado – como quase todos os vinte membros do clero com quem o Expresso falou – recorda que são conhecidos “os problemas que ele criara” na Bolívia e no Peru, onde esteve antes de vir para Portugal, no final de 2008. “Os bispos que ele nomeava eram de uma linha tradicionalista” ou apenas interessados na carreira e no poder, acrescenta. Em Portugal, diz ainda, também o tem tentado fazer, apesar de, em alguns casos, ter tido a oposição de bispos ou padres.

Um terceiro bispo acrescenta, sem rodeios, que o núncio “só faz disparates” e ouve poucas pessoas. E lembra que eram conhecidas as relações difíceis entre ele e o anterior patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.

O desagrado começou cedo: pouco depois de chegar a Portugal, o conselho permanente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) perguntou a Passigato que critérios tinha para a nomeação de bispos, pois o núncio deixara de pedir sugestões de nomes. Os responsáveis da CEP queriam saber como passara a ser.

Também no Vaticano a imagem do núncio em Lisboa “é muito fraca”, diz outro prelado. E pelo menos dois cardeais com funções muito importantes junto do Papa falam de um comportamento e uma forma de decidir “deplorável” e “incompetente”.

Todo este mal-estar se reavivou com a morte inesperada do bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, que criou mais uma vaga no episcopado português, a acrescentar a uma lista de substituições nada fácil: Évora (desde Abril do ano passado), Funchal (Abril deste ano) e Viseu, cujo bispo pediu também no mês passado – e viu ser aceite – a sua renúncia ao cargo, por razões de saúde.

Vila Real entra no rol já no próximo mês de Abril, quando Amândio Tomás completar 75 anos – por essa razão, terá de apresentar o pedido de renúncia. Santarém esteve sem bispo durante um ano, tendo o sucessor de Manuel Pelino sido nomeado sábado passado. Esta conjugação de vagas significa que o actual núncio moldará de forma decisiva o episcopado português dos próximos anos.

Receios e más memórias

Os receios de membros do clero em relação ao papel de Passigato prendem-se, também, com casos anteriores. Um deles tem a ver com a mudança de António Francisco, de Aveiro para o Porto, em Março de 2014. O processo demorou nove meses, depois da saída de Manuel Clemente para Lisboa, e a lentidão mereceu muitas críticas públicas à nunciatura.

Na altura, o bispo que agora morreu também resistiu à nomeação – e sofreu com ela: Aveiro era um barco à medida dos seus remos, costumava ele dizer, acabando nomeado contra a sua vontade e sem ter em conta a boa relação da diocese com o bispo. Os católicos de cada diocese também deveriam ser chamados a dar a sua opinião, dizia, em 2015, em entrevista à revista espanhola “Vida Nueva”, o próprio D. António Francisco.

No último momento antes da nomeação para o Porto, um grupo de padres aveirenses tentou demover o núncio. Passigato foi alertado para os problemas cardíacos do bispo – pouco tempo antes, tinha mesmo feito um cateterismo e os pais morreram ambos com um AVC.

O núncio “não esteve bem”, diz ao EXPRESSO o padre João Alves, ex-reitor do Seminário de Aveiro e, desde Setembro, pároco numa das paróquias da cidade. “A nomeação para o Porto não teve em conta os problemas de saúde”, sublinha. E diz: “Quando ele saiu de Aveiro, muitos previmos um futuro não muito longo, porque conhecíamos bem o seu jeito próximo de ser bispo.” Desde o início, vários perceberam que uma morte assim “era previsível.”

Por tudo isso, o padre aveirense – que, em 2014, esteve com o núncio – escreveu, logo depois da morte de D. António, ao diplomata, lamentando a “frieza” com que foram acolhidos há três anos e o desfecho do processo, mesmo se “não se deve falar em culpados”. Até ao fecho desta edição, não recebera qualquer resposta.

Outros padres recordam ainda o caso do actual bispo de Angra, João Lavrador. Conta-se que ele pediu ao núncio para não ir para os Açores, por ter ambos os pais acamados e a precisar de apoio. Acabou mesmo nomeado, em Setembro de 2015. O pai morreu em Abril de 2016 e a mãe em Janeiro deste ano. “Fala-se muito sobre a família, mas depois tomam-se decisões destas”, lamenta um padre. O próprio bispo não comentou.

Há uma outra voz que recorda: no livro “Cartas ao Papa”, o antigo bispo do Porto, D. António Ferreira Gomes, obrigado ao exílio por Salazar na década de 1960, dizia que seria “bem mais competente e eficaz” que o papel dos núncios fosse desempenhado pelos bispos locais e pelas conferências episcopais.

Dia 27 de Setembro, o Expresso dirigiu várias perguntas ao núncio apostólico. Apesar da insistência, não foram recebidas quaisquer respostas."

Primeiro-damo

Durante a manhã, Destenay juntou-se às primeiras-damas numa visita ao Museu Magritte
(Foto de Eric Lalmand/AFP/Getty Images)
O marido do primeiro-ministro luxemburguês

Não é uma notícia nova, mas só agora consegui publicá-la. Partilho-a mas desejaria que não fosse necessário escrever notícias sobre estes assuntos... que o respeito fosse regra em todas as sociedades humanas.

"É a foto de família das primeiras-damas da NATO. Entre nove mulheres, está um homem. É Gauthier Destenay, o marido do primeiro-ministro do Luxemburgo.

***

Já é habitual. As mulheres dos líderes mundiais que se reúnem nas cimeiras da NATO posam para a fotografia oficial das primeiras-damas. A deste ano introduz um pormenor histórico. Pela primeira vez, há um marido de um primeiro-ministro entre as nove mulheres. É Gauthier Destenay, casado com o líder do Luxemburgo.

A fotografia foi tirada na passada quinta-feira durante um jantar no Castelo Real de Laeken, na Bélgica, enquanto os líderes mundiais estavam reunidos. De fato preto e gravata azul, Destenay posou na segunda fila ao lado dos vestidos e saltos altos das primeiras-damas.

Destenay estava atrás da mulher de Donald Trump e de Emine Erdogan, mulher de Tayyip Erdogan, Presidente da Turquia. Brigitte Trogneux, mulher de Emmanuel Macron, Presidente da França, também estava na fotografia.

Gauthier Destenay, de 44 anos, é arquiteto e casou com o atual primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, em 2015, numa cerimónia com cerca de 500 convidados no Cercle Cité no Place d’Armes, no centro da capital, tornando-se o primeiro líder homem a casar com alguém do mesmo sexo durante o seu mandato. Na altura, o casamento foi visto como um sinal de abertura para o Luxemburgo."

In Observador, a 26 de Maio de 2017

O Casamento

"Xavier Bettel, primeiro-ministro do Luxemburgo, casou-se com Gauthier Destenay. Este é o primeiro casamento homossexual de um líder europeu.

***

O primeiro-ministro do Luxemburgo, Xavier Bettel e o seu parceiro Gauthier Destenay chegaram de mão dada à câmara municipal da capital para se casarem.

A cerimónia civil aconteceu durante a tarde de sexta-feira, dia 15 de maio, e juntou a imprensa e cerca de 250 pessoas. Antes de Bettel entrar na câmara municipal com o seu parceiro, o primeiro-ministro luxemburguês desejou que todos os presentes sejam tão felizes como ele esteve durante o dia do seu casamento.

Tal como previa Stéphane Bern, amigo próximo e locutor francês, foi uma cerimónia “rápida mas com um simbolismo muito forte.

Para além de Bern, estavam entre os convidados Félix Braz, ministro da Justiça luxemburguesa e François Bausch, ministro das Infraestruturas. Também esteve presente o especialista em sociedade Pierre Dillenburg, que recentemente celebrou o seu casamento com Roland Hüdsch.

Charles Michel, primeiro-ministro belga, também assistiu ao acontecimento. Em declarações à imprensa, Michel acredita que este casamento é um sinal de abertura luxemburguesa a certos assuntos sociais, numa altura em que a homofobia cresce na Europa.

Xavier Bettel torna-se o primeiro líder europeu a casar com alguém do mesmo sexo. Após a cerimonia, Bettel e Destenay celebraram a união com cerca de 500 convidados no Cercle Cité no Place d’Armes, no centro da capital. As celebrações continuaram amanhã no La Gaichel, o prestigiado restaurante com uma estrela Michelin.”

In Observador, a 15 de Maio de 2017

Divisão e partilha nas tarefas da parentalidade

Porque ainda faz falta educar os pais e as mães?

Partilho este vídeo pois infelizmente ainda há muito caminho a percorrer em questões ligadas à igualdade de género, questões de partilha de responsabilidades, deveres e direitos em casais heterossexuais, onde o sexismo ainda dita hábitos.

Ver o vídeo no facebook

Amor é Amor

Love is Love


Vozes de um bispo chegam ao céu

A propósito da recente morte do antigo bispo de Setúbal D. Manuel Martins, partilho um artigo de Setembro passado em modo de homenagem

Morre um bispo, vai morrendo meia Igreja
Marcelo Rebelo de Sousa na análise aos “católicos progressistas”.

Por Paulo Mendes Pinto

"Quando no dia 19 de Abril assisti à apresentação do livro de Joaquim Franco e António Marujo sobre o Papa Francisco (Papa Francisco - A Revolução Imparável, Manuscrito, 2017), não esperava grande reflexão por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, que apresentava a obra. A simples presença do Presidente da República na inspiradora igreja do convento dos dominicanos, em Lisboa, era por si só motivo de aglomeração de gentes. Era já um facto inegável e um momento especial. Mas nada me faria prever uma mensagem que fosse além do que seria normal dizer sobre a pastoral de um jesuíta auto transformado em Francisco.

Mas como o melhor da vida são as coisas inesperadas, a apresentação do livro feita pelo Chefe de Estado fez jus ao que de melhor tem o professor Marcelo Rebelo de Sousa. Católico, conhecedor da realidade da sua Igreja, ator e personalidade atenta a esse universo e a toda a sociedade civil, Marcelo rapidamente complementou a sua reflexão sobre o Papa Francisco com uma reflexão sobre os autores, a forma apaixonada como abordaram este Papa e, acima de tudo, o próprio catolicismo nacional.

Teria sido muito bom se muitos bispos tivessem assistido à única e irrepetível aula de Marcelo sobre Cristianismo Contemporâneo e, em especial, sobre catolicismo e sociedade no Portugal contemporâneo. Se todos o sabemos conservador, de direita, o que ele afirmou foi de uma sobriedade, de um esclarecimento, de uma capacidade de entender o tecido social e a sua relação com as instituições, verdadeiramente única.

Que os autores do livro se posicionavam do lado dos que aguardavam do Papa ainda mais reformas, ainda mais posições a favor das questões sociais, das problemáticas que a Igreja tem vindo a adiar, isso era claro para Marcelo, tal o era para todos os que, em sintonia, assistimos à sessão. Mas Marcelo foi mais longe. Ao olhar intelectualmente para os autores, para o Joaquim Franco e para o António Marujo, fazendo a ressalva das suas jovens idades, colocava-os na genealogia dos católicos progressistas da década de sessenta do século passado.

E ao alinhar estes dois jornalistas com essa plêiade de intelectuais católicos, e de esquerda, valorizava de forma clara, explicitando-o, o lugar social da luta de esquerda dentro de uma Igreja que não pode ser monolítica. O ponto alto, para um quase êxtase místico de muitos que não esperavam ouvir isto, foi quando o católico e conservador Presidente da República afirmou que hoje faz falta, à Igreja e à sociedade, o incómodo, a luta desses católicos comprometidos com um discurso político de esquerda. E a Igreja está mais pobre na medida em que esse grupo vindo das décadas de sessenta e de setenta se vai erodindo, vai perdendo gente e espaço social, vai sendo menos influente. Essa via de pensamento e de atitude faz falta à Igreja Católica, afirmava Marcelo Rebelo de Sousa.

E hoje, essa via faz ainda mais falta. Faleceu talvez a voz mais consequente dos chamados católicos de esquerda, o “Bispo Vermelho”. É claro que a vitalidade de pensamento da Igreja Católica em Portugal tem várias outras vozes de consenso com a rutura, que não se preocupam por se aproximarem das margens, por fazerem novo pensamento fora da tradição e do imobilismo que gera o conservadorismo. Podemos ler Frei Bento Domingues, o.p., tal como o fazemos com Anselmo Borges. Podemos ter sempre a voz também incómoda e até irreverente de Januário Torgal Ferreira, bispo emérito das Forças Armadas e de Segurança, ou de Frei Fernando Ventura. Mas retomo Marcelo Rebelo de Sousa na sua ímpar capacidade de analisar a complexidade social.

Se as sociedades são diversas, se as interpretações dos Textos Sagrados são, também elas, diversas, então a unanimidade nunca será saudável em horizonte religioso, qualquer que ele seja. Marcelo Rebelo de Sousa deu-nos duas lições nessa sessão. Por um lado, que faz falta a diversidade, especialmente quando ela funciona como alarme social para nos fazer pensar e agir. Mas, por outro, deu-nos uma segunda lição: que a diversidade é sempre positiva e deve ser valorizada. Quem dera que os católicos de esquerda tivessem hoje mais peso, disse Marcelo.

Hoje têm, de facto, menos peso, numa Igreja que precisa destas vozes que nos estremeçam e nos retirem da letargia. Seja na Igreja Católica ou noutra confissão, seja em casa, na família ou no trabalho.

Ser conformado é a pior das sinas.

Coordenador da área de Ciências das Religiões da Universiade Lusófona"
In Público, 26 de Setembro de 2017

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Um encontro de bloggers LGBTI

Nem só de palavras vive o gay

O autor do blogue adolescente gay tomou a iniciativa de organizar um jantar / encontro da blogosfera. É uma óptima iniciativa à qual o moradas de deus se vai associar. O intuito será apenas o convívio entre autores de blogues que abordam a temática LGBTI em Portugal. Os leitores dos blogues também estão convidados.

Para saberes mais, lê AQUI

sábado, 13 de maio de 2017

Temos Mãe

Papa Francisco na missa de canonização dos pastorinhos, em Fátima

Da missa, hoje de manhã, ficam as palavras repetidas duas vezes pelo Papa Francisco: "temos uma Mãe". O papa referiu também que em Fátima todos têm lugar debaixo deste "manto de luz" de Maria, e que com ela estamos em boas mãos. O tom inclusivo que caracteriza este nosso Papa voltou a marcar o seu discurso.

A Fé, por Migues Esteves Cardoso

Acreditar em Deus

por Miguel Esteves Cardoso, a 12 de Maio de 2017

A fé não é fulgurante. É simples. Lembro-me de ser pequenino e acreditar nos anjos da guarda. Mas com essa idade acredita-se em tudo. Parte-se do princípio que todos os seres existem, a começar pelos invisíveis que vivem no fundo do jardim e por aqueles que esperam pela noite para nos assustar.

A fé não é uma prova de superioridade. Nada há de menos atraente do que a satisfação dos crentes olhando com carinho e condescendência para os ateus, abanando as cabecinhas enquanto sorriem e sussurram que não desesperem porque o tempo deles também há-de vir.

Comigo a fé veio do reconhecimento da minha incapacidade, por muito que eu lesse e estudasse, para compreender o que se passava à minha volta. Do "quem sou eu para saber?" veio a consciência de um Deus que sabe. Não uma pessoa, precisamente: um Deus.

A fé é uma desistência de mestria, de domínio, de arrogância. É um acto de humildade que alivia (do esforço escusado de compreender e saber tudo) e que liberta, porque nos deixa ficar nesta vida e neste mundo, mais ou menos contentes com o que temos.

A fé é irrelevante à existência de Deus. Pretender o contrário é mera propaganda. Em nada pode ser melhor a pessoa com fé do que quem não a tem. As palavras mais importantes desta simples verdade são "em nada". O facto das pessoas quererem ser religiosamente indoutrinadas e dirigidas é uma realidade humana que em nada tem - ou pode ter - a ver com a divina.

Graças a Deus. E independentemente de nós. E muito menos de cada um de nós.

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Holofotes em Fátima

Fátima, 100 anos depois

Não querendo deixar passar a data em branco, e por não ser um especialista de Fátima, moradasdedeus partilha com os seus leitores o Macroscópio de ontem, publicado no Observador, de José Manuel Fernandes

"Amanhã chegará a Portugal o Papa Francisco que presidirá à peregrinação que marca o centenário da primeira das aparições, a 13 de Maio de 1917. Uma boa ocasião para regressar a uma reflexão sobre o sentido de Fátima e sobre o seu significado para os portugueses. (...) Vamos apenas procurar guiá-lo através de alguns textos que podem ajudar a compreender melhor Fátima e as controvérsias quase tão antigas como a primeira das aparições.
A abrir gostaria de chamar a atenção para um dos textos que ajudaram a divulgar as aparições e mais terão contribuído para a credibilização do milagre de Fátima: a reportagem do enviado do jornal “O Século”, Avelino de Almeida, que a 13 de Outubro de 1917, foi uma das testemunhas do chamado “milagre do Sol”. A reportagem – Coisas espantosas! Como o sol bailou ao meio dia em Fátima – está reproduzida em vários sites (como este) e seria depois complementada com um testemunho porventura mais pessoal publicado duas semanas depois na Ilustração Portuguesa em conjunto com a reportagem fotográfica de Judah Ruah (de quem são a maioria das fotografias conhecidas desse da multidão que nesse dia se reuniu na Cova de Iria, nomeadamente a que abre esta newsletter). É desse segundo texto aquela que é, porventura, a passagem mais conhecida do seu testemunho: “E, quando já não imaginava que via alguma coisa mais impressionante do que essa rumorosa mas pacífica multidão animada pela mesma obsessiva ideia e movida pelo mesmo poderoso anseio, que vi eu ainda de verdadeiramente estranho na charneca de Fátima? A chuva, à hora prenunciada, deixar de cair; a densa massa de nuvens romper-se e o astro-rei – disco de prata fosca – em pleno zénite, aparecer e começar dançando n’um bailado violento e convulso, que grande número de pessoas imaginava ser uma dança serpentina, tão belas e rutilantes cores revestiu sucessivamente a superfície solar… / Milagre, como gritava o povo; fenómeno natural, como dizem sábios? Não curo agora de sabê-lo, mas apenas de te afirmar o que vi… o resto é com a Ciência e com a Igreja…

(Quanto aos testemunhos do que se passou nesse dia de Outubro o Observador recolheu alguns deles, assim como reuniu as imagens mais significativas, numa fotogaleria especial, em grande formato: 13 testemunhos sobre o "milagre do Sol".)

Feita esta rápida incursão ao passado, vejamos o que dizem hoje os historiadores, sendo que estes discutem sobretudo como Fátima se transformou no fenómeno que hoje é, mais do que debatem a autenticidade do que se passou. Ora uma dessas interpretações clássicas é a de Vasco Pulido Valente, que no seu livro A República Velha, dedica um subcapítulo a Fátima. No Observador reproduzimo-lo com o título Fátima, a política e a República. Pequena passagem, relativa à atitude que a Igreja portuguesa foi tendo ao longo dos anos: “Ao começo, a hierarquia manteve uma distância prudente, como se costuma dizer. O que significa que, ajudando e permitindo, só se comprometeu quando a reputação de Fátima estava estabelecida e o seu valor como símbolo político confirmado.

Mas neste ano de 2017 tem sido abundante a publicação de livros, tendo a Rita Cipriano selecionado alguns em O que ler durante a visita do Papa Francisco. Estão lá onze referências sobre Fátima mais três relativas ao Papa Francisco, todas apresentadas de forma muito breve.

Uma análise mais longa da bibliografia recente, comparando-a com as obras clássicas e com a monumental Documentação crítica de Fátima (cinco volumes organizados pela Igreja Católica, mais um volume com uma selecção dos principais documentos relativos ao período 1917-1930 e que está disponível em PDF) é a do longo ensaio de António Araújo no Público, Fátima, cem anos depois, publicado no passado mês de Fevereiro. Na sua síntese, depois de grandes controvérsias, hoje “prevalece uma abordagem mais serena e desapaixonada, da História à Teologia”.

Prova de que há sempre descobertas a fazer foi a revelação, ainda em Março, de que um anúncio no Diário de Notícias previa Fátima dois meses antes. É uma história curiosa, contada por João Céu e Silva, sobre uma pequena inserção publicitária, a 10 de Março de 1917, onde se escrevia: “135917. Não esqueças o dia feliz em que findará o nosso martírio. A guerra que nos fazem terminará." Estranho, mas interessante e sem aparente explicação.

Mas passemos agora à conversa – julgo ser este o termo mais adequado – que se tem desenvolvido entre vários padres e teólogos sobre o sentido e o significado de Fátima e a interpretação a dar ao que foi relatado pelos pastorinhos. Duas entrevistas de D. Carlos Azevedo – uma ao Expresso, outra ao Público – chamaram a atenção pelos seus títulos. “Nossa Senhora não aprendeu português para falar com Lúcia”, no Expresso. “Maria não vem do céu por aí abaixo”, no Público. Eis uma passagem com o essencial da sua posição, retirada desta última referência: “Chegou o momento para falarmos com linguagem exacta. Joseph Ratzinger no ano 2000, quando fez o comentário teológico à última parte do segredo de Fátima, usou sempre a palavra visões e esse é o rigor teológico. O grande teólogo Karl Rahner também escreveu um livro sobre visões e profecias, usando a palavra visões. Esse é o termo exacto.”

Esta leitura remate precisamente para um texto de Joseph Ratzinger escrito antes de ser eleito papa e tomar o nome Bento XVI, um texto teológico de grande densidade que foi escrito pelo então responsável pela Congregação para a Doutrina da Fé a propósito da revelação, por João Paulo II, do famoso “terceiro segredo”. Esse texto, intitulado simplesmente A Mensagem de Fátima, está disponível em português no site do Vaticano.

(Sobre as circunstâncias da revelação desse “terceiro segredo” vale a pena ler a entrevista que Aura Miguel, da Rádio Renascença, fez ao Cardeal Angelo Sodano, o homem que, no ano 2000, por decisão do Papa, levantou o véu do “terceiro segredo” de no final da missa de 13 de Maio, em Fátima, quando se soube que a visão era sobre as lutas contra os cristãos e contra o “homem vestido de branco”. A sua interpretação é que dar a decisão de João Paulo II o fazer foi por querer "relançar uma mensagem de esperança”).

A interpretação desse texto e a discussão sobre se estamos perante “visões” ou “aparições” já suscitou dois textos com interpretações diferentes no Observador: o padre Gonçalo Portocarrero de Almada interrogou-se sobre o tema em Fátima (1): Aparições ou visões?, tendo defendido que “Na Cova da Iria os pastorinhos tiveram visões e não aparições, mas o valor não é menor porque, como notou Bento XVI, visões têm uma força de presença tal que equivalem à manifestação externa sensível”; já o cónego José Manuel dos Santos Ferreira, num texto com um título quase igual, Fátima: visões ou aparições?, seguiu uma linha porventura mais tradicionalista: “Também os fenómenos físicos que acompanharam os acontecimentos de Fátima e foram observados por numerosas testemunhas, não podem ser frutos de uma visão imaginativa. O seu número é impressionante. Esses fenómenos exteriores manifestam sem qualquer dúvida possível a presença efetiva de uma pessoa celeste.

Ao mesmo tempo também há os que, dentro da Igreja Católica, contestem Fátima e o seu significado, nalguns casos de forma muito desabrida, noutras de forma mais moderada. Tânia Pereirinha do Observador falou com alguns deles em “Aquilo para mim não é Nossa Senhora, é um pedaço de barro!”. Dois padres – Anselmo Borges e Mário de Oliveira –, um frade – Frei Bento Domingues – e um bispo – D. Januário Torgal Ferreira – expuseram os seus argumentos. E se a contestação de Mário de Oliveira tem muitas décadas, a reflexão de Anselmo Borges, bem mais moderada, ficou também exposta em dois artigos no Diário de Notícias: O que eu penso sobre Fátima (1) e O que eu penso sobre Fátima (2). Nesses textos, para além de regressar ao tema das visões ou aparições, este padre considera que o núcleo da mensagem de Fátima é, “Em primeiro lugar, a oração. É uma grande mensagem? É. Para crentes e não crentes. Quem não precisa de rezar?” Já à outra mensagem, "Fazei sacrifício e penitência", considera que deve ser dado um enquadramento mais cuidadoso: “O sacrifício pelo sacrifício não vale nada, mas, por outro lado, sem sacrifício, nada de grande, de verdadeiramente valioso, se realiza”.

Ainda no domínio da teologia, uma referência para o texto de Paulo Mendes Pinto, especialista em Ciência das Religiões, na Visão: De “aparição” a “visão”: Ratzinger e a redefinição de Fátima como objecto de teologia. Eis o seu ponto de vista: “Ao definir Fátima como uma “visão”, subalterniza teologicamente o que possa ter acontecido, tornando-o “particular”, mas abre ao infinito todas as possibilidades de interpretação, dando guarida às formas mais pessoais de viver a fé. Isto é, ao libertar Fátima do peso excessivo de toda e qualquer narrativa, colocando sempre acima a Revelação bíblica, o futuro Papa dava a Fátima a possibilidade de fugir ao tempo, ao contexto e de continuadamente se poder recriar na maleabilidade e na subjectividade de cada crente no seu momento e no seu contexto específico.

Mas de todos os textos que tenho vindo a referir, talvez o mais notável, na minha perspectiva, seja o que resultou da conversa muito franca e aberta de João Francisco Gomes, do Observador, com o bispo de Leiria/Fátima, D. António Marto: “Representava melhor o diabo do que o anjo, ironia do destino”. Nela o teólogo que confessa ter sido céptico de Fátima explica como foi evoluindo na sua posição. Primeiro: “Quando acabei o curso, era um racionalista, éramos muito racionalistas. Tudo tinha de passar pelo filtro da razão, portanto tudo o que fosse de um ponto de vista mais do aspeto emocional, sentimental, era desvalorizado. Às vezes olhávamos até com desdém, com desprezo, para as expressões de piedade popular.” E depois: “Punha em causa algumas expressões da fé (risos). Sobretudo a piedade popular, mas isso era típico de uma espécie de cultura de elites, que olha com desprezo para o que é do povo, para o que é popular. A partir daí, mudou a minha maneira de ver e de avaliar esse aspeto da piedade popular. Claro que a piedade popular também precisa de ser purificada com os critérios do Evangelho, mas tem valores profundos, que não podemos desprezar sem mais.

Ao mesmo tempo, a estreia do mais recente do mais recente filme de João Canijo, Fátima –, um filme que acompanha um grupo de mulheres que peregrina desde Vinhais, que Eurico de Barros, no Observador, considerou que irá “ocupar um lugar especial, pelo método de elaboração e pelo ponto de vista, pela ponta inédita em que pega e pela qualidade dramática, pelo peso de verismo e pela isenção de “parti pris” e de julgamento, na filmografia nacional dedicada ao fenómeno fatimista” – suscitou também algum debate – este entre não crentes. O tiro de partida foi dado por Daniel Oliveira, no Expresso, numa coluna a que chamou Fátima, reflectiu sobre como “é difícil compreender este nosso povo sem compreender o culto mariano, a função libertadora do sacrifício e a experiência coletiva da fé.” Viu mais, pois em Fátima sinais de um “espírito comunitário” que aprecia. Fernanda Câncio veio contrariá-lo no Diário de Notícias, em Do ut des, ou Fátima, altar do egoísmo, onde defende a tese completamente oposta, a de ali só existe um “individualismo egomaníaco”.

Partindo deste filme, da entrevista de D. António Marto e também do que se diz nestes textos, eu próprio escrevi no Observador um texto assumidamente pessoal: Fátima, ou a confissão de humildade de um não-crente. Eis a forma como termino: “Não posso, nem devo, deixar de me emocionar quando olho para os peregrinos que se dirigem a Fátima animados por algo que é muito mais do que pedir uma graça, cumprir uma promessa ou simplesmente ajoelhar-se, acender uma vela e rezar. Tal como não posso deixar de pensar naquilo que não alcançamos, recordando de novo Bento XVI nessa mesma aula: “o perigo do mundo ocidental é que o homem, obcecado pela grandeza do seu saber e do seu poder, esqueça o problema da verdade”. Humanamente e simplesmente.

A fechar, até porque este Macroscópio já vai longo, mais uma inevitável referência ao último Conversas à Quinta, Fátima, da I República à tradição do culto mariano. Como saberão eu seu o primeiro fã deste programa, não por ser o moderador, mas pela imensa qualidade dos dois "conversadores", Jaime Gama e Jaime Nogueira Pinto. Desta vez arrisco dizer que a conversa foi ainda foi melhor do que o habitual. Superlativa, quer pela forma como Jaime Gama enquadrou Fátima na religiosidade popular e na tradição portuguesa, quer pelo que Jaime Nogueira Pinto recordou do Portugal (e do Mundo) de 1917. Não percam (também em podcast)."

Conceitos LGBTI: Transfobia, Transgénero, Transexual, Travesti, Triângulo Negro, Triângulo Rosa

Glossário LGBTI: letra T

Reconhecendo as minhas próprias limitações relativas a alguns conceitos utilizados ao falar de questões ligadas à comunidade LGBTI, resolvi partilhar com os leitores do blogue um glossário dos termos mais recorrentes. Esta publicação será faseada

"Conscientes dos efeitos de estereotipização e da tentativa de normalização, não se pretende com este glossário contribuir ainda mais para o aumento dessa problemática. Pretendemos apenas clarificar alguns conceitos básicos para que possamos todos/as falar a mesma língua.

Transfobia – ódio, medo ou repulsa irracionais e injustificados por pessoas trans.

Transgénero – termo abrangente que inclui qualquer pessoa que, por qualquer razão, não se identifica com o género associado ao sexo que lhe foi atribuído à nascença. Pode, ou não, fazer algum tipo de transição.

Transsexual – termo médico, que data de 1850, criado para referir as pessoas que desejam que o seu sexo biológico corresponda à sua identidade de género, mudando assim o seu corpo através de hormonas e/ou cirurgias. Refere-se a idivíduos que não se identificam com o género associado ao sexo que lhes foi atribuído à nascença. Frequentemente descrevem sentir disforia de género e fazem algum tipo de transição com o objetivo de aliviar essa disforia.

Travesti – pessoa que se veste com roupas do sexo oposto por prazer ou diversão. Um travesti não é necessariamente um homossexual. Em Portugal, o termo é usado para designar drag queens ou crossdressers, indiferentemente.

Triângulo Negro – símbolo nazi para identificar lésbicas, prostitutas, mulheres sem crianças e aquelas com peculiaridades “antissociais”. Semelhante ao triângulo rosa, o triângulo negro tornou-se tanto um símbolo de orgulho lésbico como do feminismo.

Triângulo Rosa – símbolo criado para identificar os homossexuais masculinos nos campos de concentração nazi. Tornou-se num símbolo do orgulho gay e foi usado pela primeira vez para relembrar a judeus homofóbicos que os homossexuais também estiveram nos campos de concentração." (Ler mais em: triângulo rosa)

Conceitos LGBTI: Identidade Sexual, Sexo Biológico, Stonewall

Glossário LGBTI: letra S

Reconhecendo as minhas próprias limitações relativas a alguns conceitos utilizados ao falar de questões ligadas à comunidade LGBTI, resolvi partilhar com os leitores do blogue um glossário dos termos mais recorrentes. Esta publicação será faseada

"Conscientes dos efeitos de estereotipização e da tentativa de normalização, não se pretende com este glossário contribuir ainda mais para o aumento dessa problemática. Pretendemos apenas clarificar alguns conceitos básicos para que possamos todos/as falar a mesma língua.

Sexual (identidade) – a autodefinição do comportamento sexual. Etiquetas como assexual, heterossexual, homossexual, gay, lésbica, bissexual, pansexual, queer, indeciso entre outros.

Sexo Biológico – sistema de classificação tendo como base características geno ou fenotípicas de um indivíduo. Os indivíduos podem ser classificados, geralmente, como sendo do sexo masculino ou feminino. Existem diversos fatores que contribuem para o a classificação do sexo biológico de uma pessoa: cromossomas (XY, XX, ou outras combinações), genitais (estruturas reprodutivas externas), gónadas (presença de testículos ou ovários), hormonas (testosterona, estrogénios), entre outros."

Stonewall (Rebelião de) - série de violentas manifestações espontâneas de membros da comunidade LGBT contra uma invasão da polícia de Nova Iorque que aconteceu nas primeiras horas da manhã de 28 de junho de 1969, no bar Stonewall Inn, localizado no bairro de Greenwich Village, em Manhattan. Esses motins são considerados como o evento mais importante que levou ao movimento moderno de libertação gay e à luta pelos direitos LGBT .

Conceitos LGBTI: Queer

Glossário LGBTI: letra Q

Reconhecendo as minhas próprias limitações relativas a alguns conceitos utilizados ao falar de questões ligadas à comunidade LGBTI, resolvi partilhar com os leitores do blogue um glossário dos termos mais recorrentes. Esta publicação será faseada

"Conscientes dos efeitos de estereotipização e da tentativa de normalização, não se pretende com este glossário contribuir ainda mais para o aumento dessa problemática. Pretendemos apenas clarificar alguns conceitos básicos para que possamos todos/as falar a mesma língua.

Queer – termo que diz respeito à forma como algumas pessoas expressam a sexualidade ou a identidade de género. Por vezes é usado como sinónimo da comunidade LGBT. Note-se que por detrás deste termo está geralmente um elevado nível de ativismo político dentro da comunidade LGBT. Refira-se ainda que está associada a este termo uma teoria – Teoria Queer – que se desenvolveu nos anos 80 nos Estados Unidos com a publicação do livro Gender Trouble de Judith Butler."



Conceitos LGBTI: Pansexual, Pride, Poliamor e Polissexual

Glossário LGBTI: letra P

Reconhecendo as minhas próprias limitações relativas a alguns conceitos utilizados ao falar de questões ligadas à comunidade LGBTI, resolvi partilhar com os leitores do blogue um glossário dos termos mais recorrentes. Esta publicação será faseada

"Conscientes dos efeitos de estereotipização e da tentativa de normalização, não se pretende com este glossário contribuir ainda mais para o aumento dessa problemática. Pretendemos apenas clarificar alguns conceitos básicos para que possamos todos/as falar a mesma língua."

Pansexual ou Omnissexual - pessoa que se sente atraída fisicamente, emocionalmente e psicologicamente por pessoas independentemente do seu sexo ou identidade de género. A pessoa pansexual não necessita identificar o género da outra para sentir atracção e rejeita a ideia de só existirem dois géneros. A sua orientação sexual é mais abrangente do que a dos bissexuais. Pansexualidade é considerada uma das identidades sexuais.

Pride (Gay Pride) – O mesmo que Orgulho Gay, conceito segundo o qual gays, lésbicas, bissexuais e transexuais (LGBT) devem ter orgulho da sua orientação sexual e identidade de género. O movimento tem três premissas principais: que as pessoas se orgulhem pela sua orientação sexual e identidade de género; que a diversidade é uma dádiva; e que a orientação sexual e a identidade de género são inerentes ao indivíduo e não podem ser intencionalmente alteradas. (ler mais em Orgulho Gay)
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Acrescento dois conceitos que não fazem parte apenas de um glossário LGBTI, mas julgo útil que surjam próximo de Pansexual para que não haja confusões:

Poliamor – o estado ou prática de manter várias relações (de carácter sexual ou emocional) em simultâneo, com o total conhecimento e consentimento de todas as pessoas envolvidas.

Polissexual – relativo a relações que, do ponto de vista sexual, não são monogâmicas mas onde não existe intimidade emocional.



Ler mais sobre:
  • Proliferação de novos termos ligados ao erotismo, à identidade sexual e à orientação sexual in Cambio21
  • Glossário de termos e conceitos relativos ao Poliamor in More than two


Conceitos LGBTI: Orientação Sexual, Orgulho Gay

Glossário LGBTI: letra O

Reconhecendo as minhas próprias limitações relativas a alguns conceitos utilizados ao falar de questões ligadas à comunidade LGBTI, resolvi partilhar com os leitores do blogue um glossário dos termos mais recorrentes. Esta publicação será faseada e é baseada numa publicação do site da rede ex aequo

"Conscientes dos efeitos de estereotipização e da tentativa de normalização, não se pretende com este glossário contribuir ainda mais para o aumento dessa problemática. Pretendemos apenas clarificar alguns conceitos básicos para que possamos todos/as falar a mesma língua."

Orgulho Gay ou Orgulho LGBT - conceito segundo o qual gays, lésbicas, bissexuais e transexuais (LGBT) devem ter orgulho da sua orientação sexual e identidade de género. O movimento tem três premissas principais: que as pessoas se orgulhem pela sua orientação sexual e identidade de género; que a diversidade é uma dádiva; e que a orientação sexual e a identidade de género são inerentes ao indivíduo e não podem ser intencionalmente alteradas. A palavra orgulho é usada neste caso como um antónimo de vergonha, que foi usada ao longo da história para controlar e oprimir indivíduos LGBT. (...) O moderno movimento de orgulho gay começou após a Stonewall em 1969, quando os homossexuais nos bares locais enfrentaram a polícia de Nova Iorque durante uma rusga inconstitucional. (...) A partir do desfile anual que comemora o aniversário da Rebelião de Stonewall, nasceu um movimento popular nacional, e atualmente muitos países celebram a marcha do orgulho LGBT. O movimento promove a causa dos direitos LGBT em todo o mundo. Os símbolos do orgulho LGBT incluem a bandeira arco-íris, a borboleta, a letra grega lambda e o triângulo rosa, assim como os triângulos pretos, reclamados do seu antigo uso.

"Orientação Sexual – atração física, sexual, emocional e/ou psicológica de um indivíduo a um sexo em particular. É definida pela Associação Psicológica Americana como um dos quatro componentes da sexualidade e distingue-se pela atração emocional, romântica, sexual ou atração afetiva por indivíduos de um determinado sexo. "

O conceito de Orgulho gay foi baseado na wikipedia

quinta-feira, 11 de maio de 2017

Conceitos LGBTI: Masculino, Movimento Gay, M2F

Bruce Sargeant
Glossário LGBTI: letra M

Reconhecendo as minhas próprias limitações relativas a alguns conceitos utilizados ao falar de questões ligadas à comunidade LGBTI, resolvi partilhar com os leitores do blogue um glossário dos termos mais recorrentes. Esta publicação será faseada e é baseada numa publicação do site da rede ex aequo

"Conscientes dos efeitos de estereotipização e da tentativa de normalização, não se pretende com este glossário contribuir ainda mais para o aumento dessa problemática. Pretendemos apenas clarificar alguns conceitos básicos para que possamos todos/as falar a mesma língua.

Masculino/a – termo criado para descrever as características físicas, emocionais e sociais convencionalmente atribuídas e impostas aos homens.

Movimento Gay (também conhecido por movimento GLBT ou LGBT) – é o esforço ao longo da história para obter compreensão e tratamento igual para gays, lésbicas, bissexuais e transgéneros. É usado frequentemente para designar as lutas contra a discriminação, pelos direitos legais e também as associações que levam a cabo essas lutas.

M-F/MTF/M2F - masculino para feminino. É usado para especificar o sentido da mudança no sexo das pessoas transexuais para o fazer corresponder à sua identidade de género. Neste caso também se pode referir como uma “transexual feminina” ou uma “mulher transexual”."

Conceitos LGBTI: Lésbica

Glossário LGBTI: letra L

Reconhecendo as minhas próprias limitações relativas a alguns conceitos utilizados ao falar de questões ligadas à comunidade LGBTI, resolvi partilhar com os leitores do blogue um glossário dos termos mais recorrentes. Esta publicação será faseada e é baseada numa publicação do site da rede ex aequo

"Conscientes dos efeitos de estereotipização e da tentativa de normalização, não se pretende com este glossário contribuir ainda mais para o aumento dessa problemática. Pretendemos apenas clarificar alguns conceitos básicos para que possamos todos/as falar a mesma língua.

Lésbica – mulher que se sente atraída fisicamente, emocionalmente e psicologicamente por uma outra mulher."

Conceitos LGBTI: Heterofobia, Heterossexual, Heterossexismo, Homofobia, Homofobia Internalizada, Homossexual e HSH

Glossário LGBTI: letra H

Reconhecendo as minhas próprias limitações relativas a alguns conceitos utilizados ao falar de questões ligadas à comunidade LGBTI, resolvi partilhar com os leitores do blogue um glossário dos termos mais recorrentes. Esta publicação será faseada e é baseada numa publicação do site da rede ex aequo

"Conscientes dos efeitos de estereotipização e da tentativa de normalização, não se pretende com este glossário contribuir ainda mais para o aumento dessa problemática. Pretendemos apenas clarificar alguns conceitos básicos para que possamos todos/as falar a mesma língua.

Heterofobia – consiste nas reações de medo e de ódio tidas por pessoas homossexuais em relação a pessoas heterossexuais.

Heterossexual – pessoa que se sente atraída física, emocional e psicologicamente por pessoas de sexo diferente do seu.

Heterossexismo – é o pressuposto social de que todos/as são heterossexuais e que a heterossexualidade é de alguma forma superior à homossexualidade. Heterossexismo é um termo mais abrangente que a homofobia, já que este último remete imediatamente para a noção de fobia. O heterossexismo está presente em frases como: “ela enlouquece qualquer homem” ou “ele é o marido de sonho para todas as mulheres”, frases que partem do pressuposto de que a heterossexualidade é a única orientação que existe ou que importa.

Homofobia – termo usado pela primeira vez pelo psicólogo George Weinberg num livro seu intitulado A Sociedade e o Homossexual Saudável (1972), em que se refere à homofobia como sendo medo irrealista ou irracional ou como uma aversão à homossexualidade e/ou a pessoas homossexuais. A homofobia é uma doença social que se tem vindo a prolongar devido aos estereótipos negativos e aos conceitos errados associados geralmente à homossexualidade. A homofobia pode levar ao ódio, à discriminação e à violência contra homossexuais e bissexuais.

Homofobia internalizada – acontece quando alguém faz comentários homofóbicos em relação a si próprio/a ou à homossexualidade em geral. Tendo em conta que muitas pessoas na sociedade ainda vêem a homossexualidade como algo pervertido, sujo e anormal, uma pessoa com homofobia internalizada vai interiorizar e dirigir essa homofobia para si própria acreditando que é alguém pervertido/a, sujo/a ou defeituoso/a. Isto leva a sentimentos complexos e pode ter um grande impacto na autoestima, podendo provocar depressões e ansiedade. Há pessoas que se autoinfligem ou chegam mesmo a tentar o suicídio como resultado da homofobia internalizada.

Homossexual – pessoa que se sente atraída fisicamente, emocionalmente e psicologicamente por uma pessoa do mesmo sexo."

HSH - Sigla que resume "Homens que têm Sexo com Homens", referindo-se a pessoas do sexo masculino que, frequente ou esporadicamente, têm actividade sexual com pessoas do sexo masculino. HSH deriva do original inglês "Men Who Have Sex With Men" (MSM) e a expressão pretende integrar não só homens homossexuais e bissexuais, mas também homens que, apesar de não se identificarem com estas "categorias", têm ou já tiveram sexo com homens. De forma semelhante HSM significa Homens que têm sexo com mulheres.

Conceitos LGBTI: Gay, Gaydar, Género

Glossário LGBTI: letra G

Reconhecendo as minhas próprias limitações relativas a alguns conceitos utilizados ao falar de questões ligadas à comunidade LGBTI, resolvi partilhar com os leitores do blogue um glossário dos termos mais recorrentes. Esta publicação será faseada e é baseada numa publicação do site da rede ex aequo

"Conscientes dos efeitos de estereotipização e da tentativa de normalização, não se pretende com este glossário contribuir ainda mais para o aumento dessa problemática. Pretendemos apenas clarificar alguns conceitos básicos para que possamos todos/as falar a mesma língua.

Gay – 1) diz-se de um homem que se sente atraído fisicamente, emocionalmente e psicologicamente por um outro homem. 2) usado por vezes como sinónimo de homossexual. Em inglês o termo gay engloba quer o homem homossexual quer a mulher homossexual.

Gaydar – termo usado para referir a perceção que as pessoas LGBT têm para reconhecer outras pessoas LGBT.

Género – 1) sistema de classificação que atribui qualidades de masculinidade e de feminilidade aos corpos do homem e da mulher. As características de género são muitas vezes arbitrárias e podem mudar quer ao longo do tempo quer de cultura para cultura. 2) Muitas vezes confunde-se o conceito de género com o conceito de sexo biológico. Separar os conceitos é bastante útil para compreender os diferentes comportamentos e também para a compreensão de fatores que dizem respeito ao desejo sexual e à expressão de género ou identidade.

Género (expressão de) – diz respeito aos maneirismos, forma de vestir, forma de apresentação, aspeto físico, gostos e atitudes de uma pessoa. 

Género (identidade de) – identificação pessoal, subjetiva e autonomamente determinada que cada indivíduo tem relativamente ao seu género. Pode, ou não, estar de acordo com o género associado ao sexo que lhe foi atribuído à nascença."

Intersexo visto pela Sociedade Intersexual Norte Americana

Radovanovitch: Black Sculpture
O que é Intersexo?

"A natureza não decide onde a categoria "masculina" termina e a categoria "intersexo" começa ou onde a categoria "intersexo" termina e a categoria "feminina" começa. Os seres humanos é que decidem. Por Sociedade Intersexual Norte Americana.

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“Intersexo” é o termo comummente usado para designar uma variedade de condições em que uma pessoa nasce com uma anatomia reprodutiva ou sexual que não se encaixa na definição típica de sexo feminino ou masculino. Por exemplo, uma pessoa pode nascer com uma aparência exterior feminina mas com anatomia interior maioritariamente masculina. Ou nascer com genitais que se situam algures entre o feminino e o masculino – por exemplo, uma rapariga pode nascer com um clitóris visivelmente grande ou com ausência de abertura vaginal e um rapaz pode nascer com um pénis anormalmente pequeno ou com um escroto dividido e com formato mais semelhante a lábios vaginais. Ou ainda, uma pessoa pode nascer com uma variedade genética em que algumas das suas células têm cromossomas XX e outras cromossomas XY.

Apesar de falarmos de intersexo como uma condição inata, a anatomia intersexo nem sempre se revela no nascimento. Por vezes a intersexualidade só se manifesta na puberdade, quando a pessoa se depara com a infertilidade ou quando morre e é autopsiada. Algumas pessoas vivem e morrem com anatomia intersexo sem que ninguém (incluindo elas próprias) se aperceba.

Então, que variações da anatomia sexual contam como categoria intersexo? Na prática, pessoas diferentes têm respostas diferentes a esta questão. Não surpreende uma vez que o intersexo não é uma categoria discreta ou natural.

Mas o que significa isto? Intersexo é uma categoria socialmente construída que reflete variações biológicas reais. Para melhor explicar esta ideia podemos ligar o espetro sexual ao espetro de cores. Não há dúvida de que na natureza existem diferentes comprimentos de onda que se traduzem em cores visíveis para a maioria de nós como o vermelho, azul, laranja ou amarelo. Mas a decisão de distinguir entre, digamos, o vermelho e o vermelho alaranjado só acontece quando precisamos efetivamente dessa decisão – como quando nos pedem uma tinta de uma cor específica. Por vezes a necessidade social leva-nos a fazer distinções de cor que de outra forma surgiriam como incorretas ou irracionais, como, por exemplo, quando nos referimos a algumas pessoas como “pretas” ou “brancas” quando na realidade não são exatamente pretas nem brancas.

Da mesma forma, a natureza oferece-nos um largo espetro de anatomia sexual. Seios, pénis, clitóris, escrotos, lábios, gónadas - todos variam em tamanho, forma e morfologia. Os cromossomas “sexuais" podem igualmente variar significativamente. Mas nas sociedades humanas, as categorias sexuais tendem a ser simplificadas em masculino, feminino e, por vezes, intersexo, de forma a facilitar as interações sociais, expressar o que sentimos e conhecemos e manter a ordem social.

Portanto, a natureza não decide onde a categoria "masculina" termina e a categoria "intersexo" começa ou onde a categoria "intersexo" termina e a categoria "feminina" começa. Os seres humanos é que decidem. Os seres humanos (atualmente, maioritariamente médicos) decidem o quão pequeno um pénis tem de ser ou o quão incomum uma combinação de características tem de ser, para contar como intersexo. Decidem se uma pessoa com cromossomas XXY ou cromossomas XY e insensibilidade aos andrógenos se enquadra, ou não, como intersexo.

No nosso trabalho, descobrimos que as opiniões dos médicos sobre o que deve contar como "intersexo" podem variar consideravelmente. Alguns defendem que se tem de ter "genitália ambígua" para se ser considerado intersexo, mesmo se a anatomia interna é principalmente de um sexo e a externa é maioritariamente de outro. Outros defendem que o cérebro da pessoa tem de ser exposto a uma mistura incomum de hormonas pré-natais - de modo que mesmo que a pessoa tenha nascido com genitais atípicos, não é considerada intersexo a menos que o seu cérebro tenha igualmente experimentado um desenvolvimento atípico. Há ainda os que defendem a presença simultânea de tecido ovariano e testicular para caracterizar o intersexo.

Em vez de perder tempo num jogo semântico sem fim, nós, na Sociedade Intersexual Norte Americana (ISNA) defendemos uma abordagem pragmática para a definição da categoria intersexo. Trabalhamos para construir um mundo livre de vergonha, silêncio e cirurgias genitais indesejadas para qualquer pessoa nascida com o que alguns acreditam ser uma anatomia sexual fora da norma.

A propósito, porque algumas formas de intersexo refletem preocupações metabólicas subjacentes, uma pessoa que pensa poder ser intersexo deve procurar obter um diagnóstico e descobrir se precisa de cuidados de saúde profissionais.

Tradução de Sandra Cunha."
in esquerda.net e isna

Porque estou aqui

Sinto-me privilegiado por ter encontrado na Igreja um lugar vazio, feito à minha medida. É certo que tê-lo encontrado (ou encontrá-lo renovadamente, pois não é dado adquirido) foi também mérito da minha sede, do meu empenho, de não baixar os braços e achar, passivamente, que não seria possível. Passo a contextualizar: a comunidade onde vou à missa é pequena e acolhedora, e podia bem não o ser. Ao mesmo tempo, sentia um desejo grande de reflexão de vida cristã e encontrei um casal (heterosexual) que tinha a mesma vontade. Começámo-nos a reunir semanalmente numa pequena comunidade de oração e reflexão que, apesar de crítica, nos tem ajudado a sermos Igreja e a nela nos revermos. Paralelamente, face ao contínuo desencanto em relação a algumas posturas e pontos de vista de uma Igreja mais institucional e hierárquica, tive a graça de encontrar um grupo de cristãos homossexuais, que se reuniam com um padre regularmente, sem terem de se esconder ou de ocultar parte de si.

Sei que muitos cristãos homossexuais nunca pensaram sequer na eventualidade de existirem grupos cristãos em que se pudessem apresentar inteiros, quanto mais pensarem poder tomar parte e pôr em comum fé, questões, procuras, afectos e vidas.

Por tudo isto me sinto grato a Deus e me sinto responsável para tentar chegar a quem não teve, até agora, uma experiência tão feliz como a minha.

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