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A diversidade na Igreja

"A casa do meu Pai tem muitas moradas", diz-nos Jesus no evangelho.

A unidade na diversidade não é sempre aparente na Igreja enquanto povo de Deus, mas é uma realidade em Deus e uma presença na fé cristã desde a sua origem. A Palavra de Deus não é partidária, elitista e exclusiva. O Reino de Deus é como uma árvore que estende os ramos para dar abrigo a todos os pássaros do céu. Cristo não morreu na cruz para salvar uma mão cheia de cristãos. Até o Deus Uno encerra em si o mistério de uma Trindade.

A Palavra de Deus é inequívoca e só pode levar à desinstalação, à abertura ao outro, e a recebê-lo e amá-lo enquanto irmão ou irmã. Ninguém fica de fora, nem mesmo - se tivessemos - os inimigos.

Muitos cristãos crêem nesta Igreja, nesta casa do Pai, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo. Mas como esquecer que muitos se sentem "de fora" por se verem rejeitados, amputados e anulados, e afastam-se por ninguém lhes ter mostrado que há um lugar para cada um, com a totalidade do seu ser?

Um blogue para cristãos homossexuais que não desistiram de ser Igreja

Porquê este blogue?

Este blogue é a partilha de uma vida de fé e é uma porta aberta para quem nela quiser entrar. É um convite para que não desistas: há homossexuais cristãos que não querem recusar nem a sua fé nem a sua sexualidade. É uma confirmação, por experiência vivida, que há um lugar para ti na Igreja. Aceita o desafio de o encontrares!

Este blogue também é teu, e de quem conheças que possa viver na carne sentimentos contraditórios de questões ligadas à fé e à orientação sexual. És benvindo se, mesmo não sendo o teu caso, conheces alguém que viva esta situação ou és um cristão que deseja uma Igreja mais acolhedora onde caiba a reflexão sobre esta e outras realidades.

Partilha, pergunta, propõe: este blogue existe para dar voz a quem normalmente está invisível ou mudo na Igreja, para quem se sente só, diferente e excluído. Este blogue não pretende mudar as mentalidades e as tradições com grande aparato, mas já não seria pouco se pudesse revelar um pouco do insondável Amor de Deus ou se ajudasse alguém a reconciliar-se consigo em Deus.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Podemos ver Deus na Arte?

Lourdes Castro

Uma fenda no mundo. Do espiritual na arte contemporânea (I)

1. Da Renúncia

Há cerca de cem anos, o pintor Wassily Kandinsky – percursor da arte abstrata – refletia sobre a arte do seu tempo e sobre as suas próprias experiências pictóricas, reflexões que dariam origem ao livro Do espiritual na arte, terminado em 1910 e publicado no ano seguinte. Esta obra teórica, uma das mais importantes da história da arte e porta para as novas expressões artísticas do século XX, começa assim: “Toda a obra de arte é filha do seu tempo e, muitas vezes, a mãe dos nossos sentimentos.” (1).

Logo nesta primeira afirmação encontramos, pelo menos, dois temas para reflexão. Por um lado, fica claro que cada época tem de encontrar a sua forma de expressão, porque a imitação de fórmulas ou modelos anteriores torna-se vazia, “sem alma”. A obra é filha do seu tempo porque a Vida exige uma plasticidade própria em cada época histórica – porque é a Vida que se manifesta na obra de arte. Por outro lado, a obra de arte não pode ser apenas um resultado, um mero espelho do “espírito do tempo”, porque ela é a raiz, a origem, “a mãe dos nossos sentimentos” e do ambiente dessa mesma época. Neste sentido, Oscar Wilde tinha razão: não é a arte que imita a vida, é a vida que imita a arte (2). A obra antecipa, ou melhor, cria o seu próprio contexto, o seu e o nosso mundo.

Se cada época é única, exigindo uma plasticidade própria, há no entanto épocas históricas com similitudes. E Kandinsky percebeu o parentesco espiritual dos artistas desse início de século com os dos povos primitivos: “Tal como nós, esses artistas puros tentaram refletir nas suas obras somente o essencial; a renúncia às contingências externas surgiu por si mesma, eles uniram-se às suas obras apenas por uma essência interior” (3). A arte do inicio do século XX, sentia-o, descobriu uma empatia com a simples e enigmática arte primitiva, e na noção deRenúncia o conceito-chave para a compreensão doespiritual. A simplicidade do traço justo, do gesto certo e necessário, sem excessos ou ornamentos supérfluo, permitiria a relação interior da obra com o seu autor – relação espiritual. Mas esta noção exige ser definida. Ela é problemática, polissémica e escorregadia (4). De tão utilizada irrefletidamente, esvazia-se ou serve para qualquer esoterismo. Para Kandinsky, profundamente influenciado pelo pensamento teosófico de Helena Blavatsky e antroposófico de Rudolf Steiner, a obra de arte manifesta uma dimensão espiritual na medida em que, necessitando absolutamente da sensibilidade-corpo, não existe apenas na sua materialidade mas para um conhecimento suprassensível da realidade. Espiritual, porque a obra de arte não representa tanto o mundo exterior quanto o interior da Vida: o objetivo do artista é reconduzir a realidade invisível, espiritual, o que é comum ao mundo e ao homem, a alma do universo, à experimentação sensível através da obra de arte. Nela deverá apreender-se como as determinações subjetivas individuais e as do universo/cosmos identificam-se (5).

E Kandinsky propôs a música como o modelo para a pintura, porque ao afastar-se da perceção quotidiana, aosuspendê-la, é capaz de reproduzir as determinações escondidas do Ser, aproximando-nos assim das coisas mesmas. Um método que Michel Henry comparou àredução fenomenológica husserliana (6). Será precisamente esta palavra, redução, que, desde o final do século XX, o escultor Rui Chafes vai aplicar como programa: “A redução é uma transcendência. Essa ideia de transcendência associada à redução – que é uma ideia que vem dos ícones, da arte bizantina e também da arte medieval – é uma ideia fundamental para o meu trabalho.” (7)

Há na obra de Rui Chafes (1968), e na sua profunda reflexão teórica, um cuidado ascético: de quem percebe que a obra pode ser o lugar do silêncio no meio do barulho mediático; uma introdução de aspereza e resistência num mundo em que tudo desliza à superfície e parece transparente; uma poetização do mundo que se opõe à sua aniquilação pelo consumo e massificação; uma estratégia de lentidão e peso contra a aceleração. Mas aqui o peso da vida não se apresenta como esculturas evidentemente pesadas. Ainda que o sejam, pois trabalha o ferro, elas parecem leves, tantas vezes a flutuar, a elevarem-se, suspensas nas árvores de um parque ou no teto da galeria. E faz-nos repetidamente elevar o olhar, um movimento gótico – referência importante deste escultor, que tantas vezes demonstra a sua admiração pela obra de Tilman Riemenschneider - opondo-se nessa elevação à horizontalidade da escultura minimalista, mas mantendo desta o seu rigor.

É então a leveza (8) do pássaro e não a da pena de que aqui se trata. Uma desmaterialização paradoxal, realizada através da matéria pesada que trabalha: o ferro. Nele apaga as marcas do trabalho manual, pintando-o de negro ou cinza. O escultor olha as suas peças não como objetos, mas talismãs: “tumultos de forças, de dúvidas e de medo”. O carácter objectual da obra-de-arte é residual, uma necessidade no seu trabalho de escultor, mas a “coisa” é-o apenas para abrir mundos. O serem objetos estranhos ao mundo torna-os potências estrangeiras ao hábito, abrindo brechas no horizonte de oportunidades humano – e esta estranheza torna-se maior quando a sua inserção no meio natural transforma o ambiente dos jardins, florestas, parques.

Estes catalisadores de forças permitem um encontro com o que, segundo Rui Chafes, nos mantém acordados: a consciência da morte. O artista desempenha assim um papel ético, abre fendas no mundo e interroga-o nessa abertura, permitindo que outros se aproximem da sua própria autenticidade. Cria emoções ou permite que se aceda a elas. E entre elas a melancolia de um lugar perdido, que a beleza sempre aponta: “acredito que a transcendência não tem outro significado a não ser o de mostrar ou pressentir algo que não está aqui. E penso que a redução, enquanto processo de trabalho ou pensamento, pode efetivamente conduzir ao abrir uma porta nesta fronteira, seja em que plano for, religioso ou artístico, existem muitos caminhos.” (9). A redução compreende-se então como um processo ascético libertador: “A verdadeira liberdade não é, ao contrário do que muita gente pensa, poder ter. A verdadeira liberdade é justamente poder não ter, poder abdicar, poder renunciar, poder prescindir. Essa é que é a verdadeira liberdade, esse é que é o luxo, só alguns o podem ter. Quantos de nós poderemos ter essa liberdade? Quantos de nós nos podemos permitir dar simplesmente um passo ao lado?” (10). E esta é uma exigência que a obra coloca também ao contemplador: precisa de se despojar, renunciar a si, para poder “ver”, ou mais corretamente: “ver-se”. Compreende-se aqui o que Paul Ricoeur escreveu: “Leitor, só me encontro quando me perco” (11). É também uma exigência kandinskiana.

A redução, a renúncia, o despojamento pode ser encontrado ao longo de todo o século, com motivos, processos ou objetivos muito distintos: desde o radicalismo de Malevich, que pintou em 1915 o seu icónico (e apresentado como tal) Quadrado negro sobre branco; nosready-made de Duchamp (onde nem a escolha dos objetos é marcada pelo gosto); na obra de Rauschenberg, sintetizada no gesto de apagar um desenho de um colega e amigo, De Kooning; nos negros sobre negros de Ad Reinhard; nos zips de Newman ou nos ecrãs de Rothko; na galeria vazia de Yves Klein ou no seu azul registado; nos embrulhos que ocultam objetos ou edifícios de Christo; nas lâmpadas de Flavin ou no minimalismo de Judd a André. E, no extremo (aparentemente...) oposto, no excesso e amontoamento (aqui o excesso transporta também uma renúncia, aniquila e reduz): na acumulação de objetos ou lixo em Arman; na sua compressão ou nas expansões nas obras de César; no limite dadaísta da arte que se auto-aniquila – como na critica mordaz ao mercado burguês e à interioridade kandinskiana em Piero Manzoni (...). São inumeráveis os exemplos.

Nesse final dos anos 50 e início de 60, na obra de Lourdes Castro (1930), então a trabalhar em Paris, encontramos estes dois momentos: excesso e renúncia. Numa primeira fase, a acumulação e a sobreposição de objetos encontrados na rua, em casa, no lixo: resgatando-os numa colagem que lhes retorna a dignidade e unificando-os, ao cobri-los com uma mesma cor (alumínio/cinza-prata). A relação entre a arte e a vida quotidiana é aqui evidente. Depois deste excesso (e ainda desenvolvendo uma pesquisa sobre a acumulação), Lourdes encontra nas experiências serigráficas, a sombra: o mínimo de cada coisa. Uma redução, a procura do essencial, que a faz tirar as sombras da sombra. De tão próximas, diante dos nossos olhos, companhia constante, já não as vemos. E depois da sobreposição, trabalha no sentido da simplificação e individuação: dos amigos, dos gestos diários e comuns, o pentear do cabelo, o cigarro que se leva à boca, a leitura de um livro, o abraço, a refeição, os objetos diários – é ainda a relação arte-vida que aqui está em causa. E de tão comuns estas sombras tornam-se únicas, e de tão íntimas tornam-se universais. Estas sombras pintadas, no início, a acrílico sobre tela, são mais do que retratos-figurações, mesmo que acompanhadas do nome do retratado. Mais do que “alguém” identificável, elas são sinal da vida humana nua. Mais do que pormenores acessórios, fixam o necessário e exato. Uma imagem plana. Simplificada até ficar apenas o seu contorno. O mínimo da sombra.

Nesta pesquisa artística, Lourdes encontra posteriormente o material que lhe permite a desmaterialização desejada: oplexiglas. Com este material, só possível nesses anos 60, a sombra pode tornar-se transparente, luminosa, colorida. O plexiglas, pintado, serigrafado ou recortado, permite a distância da parede, projetar sombras das sombras, sobrepor cores em camadas. Mas a beleza e leveza imaterial destas sombras está marcada pela constatação ou consciência da sua passagem e fragilidade. Os amigos que lhe cederam a sombra morrerão. Os gestos, os objetos, os corpos já não são os mesmos. A parede onde as desenhou foi repintada. E aquelas sombras tornam-se lugar da sombra maior. Mas, “mais que a morte, teme-se a beleza” escreveu o poeta William Carlos William, porque a beleza dá um “beijo mortal” (12), transporta a morte, a finitude, porque mostra a fragilidade do fragmento diante do Todo. Ameaça a existência e lembra aos homens a caducidade do mundo. E a experiência da transitoriedade ficou definida nos Teatros de sombra que Lourdes apresentou na segunda metade dos anos 70.

Momentos resgatados ao fluxo de consumo da vida. Gestos diários projetados sobre um lençol, demorados, atentos. Fugacidade aparente que esconde uma permanência a encontrar. Também percebemos este impulso no Herbário de sombras, um catálogo meticuloso, científico quase, daquilo que vai deixar de ser, que passa. Como no constante regresso desenhado à sombra projetada das flores sempre novas nas jarras – desenho que começa no cuidado com que trata, apanha e arranja as flores e escolhe a jarra. Sempre em volta de um centro. Não tanto as sombras, quanto a artista. Estas obras são assim prolongamento ascético de uma vida ascética, centrada. Fruto de uma perceção atenta, de uma disponibilidade genuína (descentrada) – e sabemos como a arte do arranjo floral (Ikebana) é um caminho de sabedoria e espiritualidade, tão nobre como o tiro com arco ou a cerimónia do chá.

Segundo Plínio, a arte da pintura surgiu na Grécia, com o desenho do contorno da sombra projetada sobre o muro daquele que vai viajar, delineado por aquele que fica. A sombra é sinal, vestígio, presença de uma ausência que não se quer, ou não se pode, esquecer. Mas na obra singular de Lourdes Castro a morte não tem a última palavra, e a cor, a fluorescência, a transparência dão-nos a face da alegria. A brevidade da vida e o seu carácter transitório não encontram aqui a angústia, mas a compreensão. A sombra é sempre a tinta da luz, remete para ela e não para a obscuridade. Em Lourdes Castro, asintonia com a vida – palavra tão próxima de Kandinsky - procura de todas as horas, revela-se numa demanda do essencial presente, aqui e agora: a flor, o fruto, a pedra, o gesto, o outro, a carta, a sombra da vida que se faz ou recebe. A procura da justiça e rigor, outros nomes para a verdade. Como o seu companheiro, Manuel Zimbro, escreveu: “Quando se escolhe atentamente não há escolha, há atenção” (13). Atenção que salva e sustenta o mundo. Na obra desta artista percebemos a exatidão das palavras de Michel Henry, comentando Kandinsky: a obra de arte é “a ressurreição da vida em nós”. (14)

Os artistas primitivos eram “puros” como lhes chama Kandinsky, porque estavam em “sintonia” com os seus sentimentos e emoções mais profundas e verdadeiras. Essa é pureza da verdade. Fora de um mundo burguês, de mercado, criavam de acordo com uma necessidade interior. A sua pureza vem de refletirem apenas o essencial renunciando ao contingente. Este desejo de mínimo necessário, de redução ao essencial, de uma pobreza, por um lado, e por outro, o desejo de regresso às origens, aos sentimentos mais fundos, às emoções universais, em suma, ao espírito, estas duas características da arte primitiva – indissociável da experiência do sagrado e dos ritos religiosos – podemos encontrar ao longo do século XX. Aliás esta dimensão ritual e festiva da experiência religiosa vai ser um filão explorado neste século, desenvolvendo happenings e performances, exigindo a participação direta do espetador, tornando-o em autor da obra. Ou na identificação do artista com o sacerdote ou xamã. Também a dimensão sacrificial vai ser recuperada, e nela a importância do corpo e do sangue. Ou a religião ironizada, atacada, o desejo herético de a ultrapassar – e não é o cristianismo a “religião da saída do religião”? A estes temas voltaremos em próximo ensaio, procurando a compreensão das referências e, mais profundamente, o enraizamento na conceção cristã do homem e do mundo da pluralidades dos discursos artísticos nossos contemporâneos.

(1) Comunicação na Semana de Estudos de Teologia, UCP, 2007
(2) Wassily Kandinsky, Do espiritual na arte, Lisboa, D.Quixote, 1987, p.21
(3) Cfr Oscar Wilde, Intenções. Quatro ensaios sobre estética, Lisboa, Cotovia, 1992, p.43ss
(4) Ibidem, p.22
(5) Qualquer obra de arte, por ser fruto da actividade humana, não é já uma manifestação espiritual? Ou poderemos associar esta noção à experiência religiosa, ao sentimento da sacralidade do mundo, a uma hierofania? É o espiritual a dimensão da experiência da transcendência ou a capacidade humana de se transcender? Qualquer obra de arte, por ser fruto da actividade humana, não é já uma manifestação espiritual? Ou poderemos associar esta noção à experiência religiosa, ao sentimento da sacralidade do mundo, a uma hierofania? É o espiritual a dimensão da experiência da transcendência ou a capacidade humana de se transcender?
(6) Michel Henry, “Kandinsky et la signification de l´oeuvre d´art.”, inPhenomenologie de la vie III, Paris, PUF, 2004, p.211
(7) Michel Henry, “Kandinsky: le mystère des dernières oeuvres” in Op.cit, p.222
(8) Rui Chafes, O silêncio de..., Lisboa, Assírio & Alvim, 2007, p.93
(9) Sobre a Leveza cfr Italo Calvino, Seis propostas para o próximo milénio, Lisboa, Teorema, 1998, pp.17-44
(10) Rui Chafes, O Silêncio de..., p.157
(11) Ibidem, p.94
(12) Paul Ricoeur, Do Texto à Acção, Porto, Rés, s.d., p.124 (13) Bruno Forte, A porta da beleza. Por uma estética teológica. Aparecida S.P.; Ideias e Letras, 2006, p.164
(13) Manuel Zimbro, “Base de Mundo” in Lourdes Castro, Sombras à volta de um centro, Lisboa, Assírio & Alvim, 2003, p.52
(14) Michel Henry, Phenomenologie de la vie, p.301

Paulo Pires do Vale
Comunicação na Semana de Estudos de Teologia, UCP, Lisboa, 2007
23.09.13

A Arte aponta o sagrado

Incredulidade de São Tomé (Caravaggio)

Uma fenda no mundo. Do espiritual na arte contemporânea (II)

2. O sagrado e a obscuridade

O esgotamento das linguagens representacionais tradicionais – e já Hegel, nas suas aulas de Estética, se lamentava porque as obras de arte do seu tempo não levavam ninguém a ajoelhar-se e adorar... - essa crise gramatical das imagens coloca a muitos artistas a questão: como desocultar o sagrado no profano? (1)

Sente-se ao longo do século XX uma desconfiança da linguagem religiosa judaico-cristã tradicional. Um cansaço por essa linguagem do hábito já não surpreender. O encanto dos artistas vanguardista do início do século pela arte primitiva reside nesses objetos guardarem uma outra linguagem. Diria mesmo, por serem expressão de uma linguagem pré-verbal, anterior à formulação institucional fechada e repetitiva do sagrado. A arte moderna afastou-se da narrativa e da ilustração e desejou o mundo anterior à fórmula do cristianismo instituído como norma, que parece não ter guardado um reservatório de mistério. Muitos artistas nos últimos cem anos abrem e percorrem uma via negativa.

As religiões, as instituições, pretendem ter respostas e clarificar o segredo. São detentoras de uma verdade que administram. Nomeiam Deus, dão-lhe atributos. Este pensamento institucional do sagrado, como que o faz desaparecer porque o revela. A arte, pelo contrário, não o desvela absolutamente, aponta-o, aproxima-se... Ou abre uma região de negritude, de desconhecimento, onde se perdem as referências: a obscuridade e a desorientação podem ser os seus atributos. Em vez de “desvelar o ser”, como propõe Heidegger, a obra de arte vela-o, introduz-nos numa escuridão essencial para que alguma coisa possa advir.

Neste sentido, escreveu Emmanuel Levinas comentando o pensamento de Maurice Blanchot: “A obra descobre, com um descobrimento que não é verdade, uma obscuridade. (...) obscuridade absolutamente exterior sobre a qual nenhuma possessão é possível.” (2). Esta enorme escuridão que a obra de arte nos abre, coloca o homem no exílio, em lugar inóspito, inabitável, inseguro. A obscuridade da arte é a daqueles que não têm onde inclinar a cabeça e descansar. Um fundamento abissal e originante, antes de tudo, para o qual as palavras faltam. “Luminosidade que desfaz o mundo”, luz negra que o remete à sua origem murmurante. Assim a obra desenraíza o homem do seu mundo, abana a sua morada, retira-o ao hábito e às certezas, e retorna-lhe a sua condição de nómada, peregrino. Também o reino da obra de arte não é deste mundo. Vem trazer a espada e não a paz. Destrói o mundo e recria-o. Rasga uma fenda e abre uma porta para a noite. “A arte, longe de iluminar o mundo, deixa experimentar a obscuridade da qual emerge todo o mundo” (3). E, como indica o belíssimo título de um livro de José Tolentino Mendonça, “a noite abre meus olhos”.

Como temos vindo a reler, há cem anos escreveu Kandinsky em Do espiritual na arte: “A nossa alma possui uma fenda que, quando se consegue tocar, lembra um valioso vaso descoberto nas profundidades da terra.” (4). Uma fenda, mas esta abertura é necessário tocá-la, encontrá-la antes de mais e tocá-la. A obra deve dirigir a mão até esta fenda e fazer-nos experimentar o que se abre nela. Penso numa célebre tela de Caravaggio quando digo isto, em que Cristo guia na escuridão a mão de Tomé até ao seu lado aberto. Mas também numa obra de Anish Kapoor: em The healing of St. Thomas, o artista retoma essa passagem bíblica. Com ela deseja promover a experiência pessoal do espetador, que estique a mão e toque. Apresenta um corte feito na parede da galeria, encarnado vivo, vaginal, onde a referência do título nos induz numa leitura do lado aberto de Cristo. Uma ferida que salva, que cura. Sobre esta obra disse Kapoor: “Tomé estica o braço, aproxima-se para tocar o que é aparentemente uma ilusão, para então encontrar a realidade. O olho e a mão necessitam um do outro. Uma vez tocada a ferida, uma espécie de curativo tem lugar em Tomé. Ele é curado da sua dúvida. Este trabalho é um simples corte na parede, uma ferida na parede. A ferida tem uma forma que é vaginal, mais a ver com a totalidade/a completude (wholeness) do que com a morte. Refere-se ao espaço por detrás da parede, e é claro, vê a arquitetura como uma metáfora do si. Eu poderia ter feito este trabalho num bloco de pedra mas parecia-me muito concreto, demasiado figurativo, não suficientemente real. Demasiado haver com narrativa e não o suficiente com potencialidade psicológica.” (5).

A obra do artista indiano Anish Kapoor (1953), que estudou e trabalha em Inglaterra, pode ser sumariamente caracterizada por esta noção de fenda: aberturas e pontos atractores, vórtices, buracos negros/luminosos que tudo chamam para si. Nos desenhos, esculturas e instalações dos anos 80, encontramos referências explícitas a feridas, orifícios, órgãos sexuais, passagens. Eram figurativos, ainda que a interpretação não fosse clara e estivesse nos olhos do observador. Aos poucos vai-se afastando da figuração, deixando apenas vestígios e aproximando-nos de nada, do Nada, nas suas diferentes declinações: void,hollowness, emptiness.

O artista quer que as suas obras permitam o que chama deProto-experiências (6). Experiências originais-originantes. Um regresso à origem da vida. O conhecimento da psicologia de Jung e dos seus arquétipos inconscientes, marca o trabalho de Kapoor na procura de uma linguagem pré-verbal, nem mesmo simbólica, ainda mais primitiva: a experiência da “Grande Mãe”. O ventre, recetáculo e produtor da vida. A relação intima da obra com o espetador, envolvendo-o, atraindo-o. Obras a um tempo marcadas pelo terror e a atração – e facilmente encontramos aqui um reflexo do pensamento de Rudolf Otto sobre o Numinoso. Em alguns casos a relação com estes buracos vazios e negros é a do medo da “perda de si próprio”, o perigo de ser consumido pelo objeto. Como se a escultura nos desmaterializasse. Mais do que medo é “a vertigem, a experiência da queda, de ser puxado para dentro” (7). Para um espaço vazio, um proto-universo, entre reconhecimento e caos. As suas esculturas não são apenas para olhar, mas para se sentir, entrar nelas, experimentar: todo o corpo é posto em jogo, não se relacionam apenas com a visão-conhecimento teórico. Somos tomados por elas. Kapoor faz trabalhos para a experiência física porque há uma inteligência no corpo, nos sentidos, um sentido interior que se revela diante destas obras que nos retiram da normalizada experiência de ter corpo. Somos um corpo e essa é uma experiência espiritual tremenda. Como se diante destas imagens uma memória corporal inconsciente pudesse presentificar-se. As suas instalações e esculturas interrogam a forma como habitamos o espaço. E para tal acontecer, Kapoor, tal como Rui Chafes, apaga o seu gesto, não quer marcas de fabrico pessoal, como se a obra existisse por si, como se fosse possível um objeto artístico “auto-gerado, feito-por-si-mesmo, de alguma maneira revelado.” (8).

Assim, a arte pode refletir o mistério. Apresenta-nos a alteridade enquanto tal. Uma alteridade essencial. Um Outro absoluto. A sedução do infigurável por oposição ao corpo tangível do Deus cristão (mas, como afirmámos, também este tem na atualidade artística as suas consequências e frutos, que estudaremos em ensaio próximo). Outros, ainda, pensam as disciplinas artísticas como “um pensamento irreligioso do sagrado” (9). Um regresso às origens mais puras da relação com os mitos e a nostalgia das origens, a comunhão com a matéria, a simplicidade das formas originais, o cosmos e as suas forças sagradas, o fascínio pelo informe e o caos.

(1) Mais um tema que merece ser posteriormente retomado: problematizar esta noção de sagrado na arte contemporânea, a sua incompreensão, má utilização, pretexto de tudo e nada. A este propósito, já depois desta comunicação, aconteceu um interessante debate em redor da exposição L´art du sacré, comissariada porAngela Lampe e Jean de Loisy, no Centro Pompidou, em Paris. Cfr Catálogo da exposição e polémica em Artpress2, nº.9, Le sacré, voilà l´ennemi!, Mai-Jul 2008.
(2) Emmanuel Levinas, Sur Maurice Blanchot, Paris, Fata Morgana, 2004, p.22
(3) Ángel Garrido-Maturano, La estética al servicio de la socialidad: sobre la relación entre la Estética de Levinas e Kant in Revista Portuguesa de Filosofia, Vol.62, Fasc.2-4, Abr-Dez 2006, p.657.
(4) Kandinsky, Do espiritual..., p.22
(5) Entrevista a Anish Kapoor in Anish Kapoor, Tel-Aviv, Tel-Aviv Museum of Art, 1993, p.62.
(6) Ibidem, p.60
(7) Ibidem, p.59
(8) Ibidem, p.61
(9) Marc Le Bot, L´art et le sacré in Colóquio – Artes, n.º 100, Março 1994, p.38.

Paulo Pires do Vale
Comunicação na Semana de Estudos de Teologia, UCP, Lisboa, 2007
31.03.09

a igualdade do deus ausente

a igualdade do deus ausente
Entre ti e mim a igualdade,
mesmo obscuro, mesmo ausente,
entre ti e mim o espaço
do teu corpo imenso, irmão,
azul e áureo,
num infinito odor ardente, saboroso,
transviando-se, morrendo e renascendo,
mas sempre igual, igual em sua presença de olvido,
resolvido desde sempre e para sempre
e sempre inicial.

Que alegria não saber que deus é este
e estar com ele sem ele
na sua suprema companhia como o ar!
Que alegria ser a onda, a sua onda,
profunda, calada, verdadeira!
Que alegria ser a permanência leve
deste unânime deus ausente!


António Ramos Rosa

domingo, 20 de outubro de 2013

o deus azul

asumatsu.blogspot.com
o deus azul
Há um deus que fertiliza a polpa azul da sombra
e extenso no silêncio está como o olvido no olvido.
Recolhe-se num movimento para o centro
onde permanece côncavo e completo.
Na sua enamorada eternidade
o corpo é asa, pedra e nuvem.
O mundo por vezes é um instante de amêndoa
em que ele transparece em carícias de regaço.
Movimento de plácida e redonda consciência,
não a imagem mas a visão nua do âmbito pleno,
em que estamos com ele em sequência natural.
A sua vida é o sono da luz e da sombra em aberta órbita
sempre no seu próprio círculo em sucessivas ondas
de sossegada incandescência.
Ele está no mundo, o mundo está nele
sempre como no princípio num fulgor cumprido
na radiosa concavidade azul. 


António Ramos Rosa
(Caminho: Lisboa 1990, p. 25.)

Deus nos poetas: António Ramos Rosa

«Um deus que fertiliza a polpa azul da sombra»: metáforas para a inclusão de Deus em António Ramos Rosa

Que alegria não saber que deus é este
e estar com ele sem ele
na sua suprema companhia como o ar!
(António Ramos Rosa)

Uma coisa que eu faço, desde há vários anos, é buscar Deus mais na poesia do que na teologia. E reparo que, na nossa poesia contemporânea sobre Deus, anda muito a palavra silêncio. Será isso negativo? Não é o silêncio a última inspiração/aspiração/respiração antes da Palavra? Ou não é o nosso silêncio que nos faz ouvir a Palavra do totalmente-Outro? E não é no silêncio que repercute em nós o eco da última palavra que nos foi dita ou do último acorde que ouvimos? E não foi em plena noite, com o silêncio envolvendo a Terra, que Deus se revelou num homem (Sb 18,14)? E não foi esse Homem-Deus que nos exortou a falar com o Pai na intimidade ou em segredo (Mt 6,6)?

Ao ouvir falar de Deus como o grande excluído da sociedade, pergunto-me se o é da maneira e pelas razões que nós julgamos. Não será a nossa incapacidade para captar os seus muitos sinais que nos leva a dizer que Ele foi excluído da nossa cidade e as pessoas vivem “como se Deus não existisse”? Não serão as coordenadas da nossa visão, os parâmetros da nossa leitura e análise demasiado estreitos ou demasiado largos para o captar? Não o teremos definido, quadriculado, limitado, reduzido demais a uma ortodoxia ou a um olhar ocidental e europeu pretensamente universalizado?

Deus galgou as margens e fronteiras onde o julgávamos circunscrito, e anda por aí a tentar regar outros cantos da nossa aridez, a inquietar algumas das nossas seguranças e certezas mal adquiridas, à espera de cruzar-se connosco no caminho das novas decepções ou deserções... Seremos, ainda, capazes de aceitar que Ele possa chamar-se novidade e surpresa, dois mil anos depois de Cristo no-lo ter revelado?

Vejamos, a propósito, dois poemas de António Ramos Rosa, em Facilidade do ar (Caminho: Lisboa 1990, pp. 25 e 22).

o deus azul
Há um deus que fertiliza a polpa azul da sombra
e extenso no silêncio está como o olvido no olvido.
Recolhe-se num movimento para o centro
onde permanece côncavo e completo.
Na sua enamorada eternidade
o corpo é asa, pedra e nuvem.
O mundo por vezes é um instante de amêndoa
em que ele transparece em carícias de regaço.
Movimento de plácida e redonda consciência,
não a imagem mas a visão nua do âmbito pleno,
em que estamos com ele em sequência natural.
A sua vida é o sono da luz e da sombra em aberta órbita
sempre no seu próprio círculo em sucessivas ondas
de sossegada incandescência.
Ele está no mundo, o mundo está nele
sempre como no princípio num fulgor cumprido
na radiosa concavidade azul.

 (Caminho: Lisboa 1990, p. 25.)

Neste poema, Ramos Rosa não parece ter dúvidas quanto à presença de Deus no mundo: Ele está no mundo, o mundo está nele. E ainda: O mundo por vezes é um instante de amêndoa / em que ele transparece em carícias de regaço. O poeta fala-nos de uma ausente omnipresença, de uma certa osmose entre Deus e o mundo: este deus (assim, com minúscula) tem a cor do “planeta azul”. É quase uma visão beatífica: não a imagem mas a visão nua do âmbito pleno / em que estamos com ele em sequência natural. Pois A sua vida é o sono da luz em aberta órbita.

Literariamente, escrever deus sem a inicial maiúscula pode ajudar-nos a senti-lo mais próximo de nós, sem que tal implique uma subestima do autor. Por outro lado, várias palavras deste poema, sem definirem Deus, falam-nos metaforicamente de propriedades e valores que a revelação e a teologia nos habituaram a atribuir-lhe. Com esta vantagem: são palavras dinâmicas, de sentido aberto para novas buscas e significados, como: extenso no silêncio, movimento, centro, côncavo, eternidade, regaço, consciência, círculo, princípio, concavidade azul, aberta órbita, sossegada incandescência...

a igualdade do deus ausente
Entre ti e mim a igualdade,
mesmo obscuro, mesmo ausente,
entre ti e mim o espaço
do teu corpo imenso, irmão,
azul e áureo,
num infinito odor ardente, saboroso,
transviando-se, morrendo e renascendo,
mas sempre igual, igual em sua presença de olvido,
resolvido desde sempre e para sempre
e sempre inicial.

Que alegria não saber que deus é este
e estar com ele sem ele
na sua suprema companhia como o ar!
Que alegria ser a onda, a sua onda,
profunda, calada, verdadeira!
Que alegria ser a permanência leve
deste unânime deus ausente!


Deus, igual a si próprio: fonte da nossa igualdade? Deus, nosso irmão: nosso igual, ou raiz da nossa fraternidade? Deus ausente: alheio e alheado, ou solidário, sempre inicialem qualquer das nossas procuras e dos nossos caminhos, mas respeitando a liberdade que nos deu? O não saber que deus é este não nos impede de estar com ele sem ele / na sua suprema companhia como o ar:

A quem foi criado por Deus e tende para Ele, não bastará aalegria ser a onda, a sua onda, mesmo sem se fundir e perder n’Ele como num qualquer nirvana, nem Ele se confundir connosco e muito menos se esgotar em nós como únicos, exclusivos e absolutos destinatários do amor difusivo e criador?

Sem querer tirar conclusões, aos que apenas falam deste unânime deus ausente diria, com Manuel Alegre: talvez Deus e sua ausência (in Senhora das Tempestades,Publicações Dom Quixote: Lisboa, 1998, p. 49).

Fr. Lopes Morgado, OFM Cap
Excerto de “Dizer Deus: metáforas para a inclusão social à luz de S. Francisco”, em Estudios Franciscanos, Barcelona, vol. 107, nº 441 (setembro-dezembro 2006), pp. 497-528 [520-521.522-524].
27.09.13

Cardeal de Berlim pede igualdade de tratamento para as relações homossexuais

esta é uma notícia que já tem algum tempo (Maio 2012)

Cardinal Calls for Equality of Heterosexual and Homosexual Relationships


So far I’ve only seen one news report in English about this item, but there are several in German that are floating around the web. It is too good not to report, even though the information is rather sparse.

Berlin’s Cardinal Rainer Maria Woelki told a major Catholic conference in Germany that relationships of same-gender couples should be treated equally with heterosexual couples. An article inThe Local, an English news source in Germany reports:

“He told a crowd on Thursday that the church should view long-term, faithful homosexual relationships as they do heterosexual ones.

” ‘When two homosexuals take responsibility for one another, if they deal with each other in a faithful and long-term way, then you have to see it in the same way as heterosexual relationships,’
Woelki told an astonished crowd, according to a story in theTagesspiegel newspaper.

“Woekli acknowledged that the church saw the relationship between a man and a woman as the basis for creation, but added that it was time to think further about the church’s attitude toward same sex relationships.”

Speaking at the 98th Katholikentag (Catholic), a conference of 60,000 Catholics in Mannheim, Woelki joins a growing chorus of episcopal voices who are calling for change in the hierarchy’s traditionally absolutist refusal to acknowledge the moral goodness of lesbian and gay relationships.

Last December, London’s Archbishop Vincent Nichols made headlines by supporting civil partnerships for lesbian and gay couples in the U.K. That same month, Fr. Frank Brennan, a Jesuit legal scholar in Australia, also called for similar recognition of same-sex relationships. In January, Bishop Paolo Urso of Ragusa, Italy, also called for recognition of civil partnerships in his country.

March of 2012 saw an explosion of questioning from prelates of the hierarchy’s ban on marriage equality. At New Ways Ministry’s Seventh National Symposium,Bishop Geoffrey Robinson of Australia called for a total re-examination of Catholic sexual ethics to allow for, among other things, moral approval of same-sex relationships. The Diocese of Manchester, New Hampshire, supported a bill that would legalize civil unions (albeit as a stopgap measure to prevent marriage equality). Bishop Richard Malone of Portland, Maine, announced that the diocese would not take an active role in opposing the state’s upcoming referendum on marriage equality, as it had in 2009. In Italy, Cardinal Carlo Maria Martini of Milan stated in his book, Credere e Cognoscere (Faith and Understanding), that “I do not agree with the positions of those in the Church who takes issue with civil unions.” You can read excerpts, in Italian, from the book here. An English translation of a different set of excerpts, thanks to the Queering the Church blog, can be foundhere.

While opposition to marriage equality from the hierarchy, especially in the United States, is still massive and strong, it is significant that these recent statements are all developing a similar theme of at least some recognition of the intrinsic value of lesbian and gay relationships, as well as the need for civil protection of them. May this trend continue and grow.

–Francis DeBernardo, New Ways Ministry

O que nós vemos da vida

Nós não vemos a vida – vemos um instante da vida. Atrás de nós a vida é infinita, adiante de nós a vida é infinita. A primavera está aqui, mas atrás deste ramo em flor houve camadas de primaveras de oiro, imensas primaveras extasiadas, e flores desmedidas por trás desta flor minúscula. O tempo não existe. O que eu chamo a vida é um elo, e o que aí vem um tropel, um sonho desmedido que há de realizar-se. E nenhum grito é inútil, para que o sonho vivo ande pelo seu pé.

Raúl Brandão

Imagens na arte: Rui Chafes

imagens de algumas esculturas e de um desenho de um dos artistas contemporâneos portugueses mais marcantes.


O artista usa a ferida

Do texto do catálogo da exposição de Rui Chafes: Inferno (A minha fraqueza é muito forte), assinado por Paulo Pires do Vale:

«O que fere aquele que desenha?

O livro do Eclesiastes, na sua sabedoria prática, afirma: “Quem cava um buraco, nele cairá. Quem escava um muro, uma cobra o morderá. O que transporta pedras, aleija-se nelas. O que racha lenha, fere-se nas lascas” (Ecl 10, 9). Aquele que desenha também não pode deixar de se ferir com o que trabalha: a sua própria ferida. O que assalta aquele que desenha, o objeto que se transforma em arma virada contra si, é o si-mesmo. Não o eu (ego), mas um si (ipse) por vir. E isso há de feri-lo até que venha.

O artista aleija-se nessa violência que é a origem da obra - e que lhe é íntima, transporta-a em si. Em vez de esconder essa violência, usa-a. Mesmo que não a exponha. Ele sabe dar um bom uso à morte (1). E nisso há uma dimensão profética. Aquilo que outros não querem ver, ele não pode recusar. Afinal, aquilo onde cada um de nós se pode ferir é sempre na própria ferida. Flor que nunca fecha. No seu modo próprio e radical de abertura ao mundo. Esta ferida, como a metáfora indica, não é fechamento solipsista, mas abertura que conduz ao exterior, para fora de si - “talvez para fora de tudo”, julgava Blanchot (2). Essa forma de êxtase é modo de tocar o caos, a obscuridade, a violência, a noite.

O artista tem de perder a luta contra o anjo, tem de sentir o nada (3), para que, então, a sua fraqueza seja muito forte. Para que possa vencer. O artista tem de assumir e alimentar a sua vulnerabilidade, ser capaz de se ferir, de se abrir: como dar atenção de outro modo? É dessa fraqueza que receberá a força. A fragilidade é a sua verdade – e por isso é a única força que o pode libertar. Simone Weil dizia que “quando um aprendiz se fere ou se queixa de cansaço, os operários, os camponeses, têm estas belas palavras: “É o ofício que entra no corpo”. De cada vez que suportamos uma dor, podemos dizer-nos, com verdade, que é o universo, a ordem do mundo, a beleza do mundo, a obediência da criação a Deus que nos entram no corpo” (4). A fragilidade é o nosso modo de abertura à verdade do mundo. As feridas são um dom. É delas que surge a obra, porque é delas que se alimenta o artista. Desse perigo, que é também oportunidade de se elevar do mais baixo para o mais alto.

O que faz o artista senão procurar no débil e fragmentário a força do máximo? Nos seus gestos e obras não quer acrescentar mais objetos ao mundo, mas abrir nele fissuras. A arte surge então como objeto sub specie aeternitatis (Wittgenstein). Essa sombra da eternidade sobre o tempo, permitirá o olhar do estrangeiro. A estranheza necessária à revolução. Coloca-nos no deserto, faz-nos atravessar as chamas. O que faz o artista senão oferecer uma nova forma de presença do mundo? Uma vertigem inesperada.

Nesta ontologia quebrada, sustento frágil, quer do homem, quer das suas obras, que poder tem o desenho?

O “pequeno intervalo” que é a vida de cada um, encontra um eco estranho nesse “pequeno intervalo” que é a obra de arte no mundo. O que a distingue das outras coisas é o estremecimento que pode causar por ser excecional. É o seu caráter de exceção (5), de estrangeira ao mundo mortal, que obriga a projetar um olhar novo sobre todos os outros intervalos. É a exceção injustificada que, no abalo que cria, justifica a regra, o geral, o mundo, a repetição mortal. Como poderia ser exceção se não assegurasse o geral? Mas fá-lo em luta. A exceção examina e interroga o geral, ao mesmo tempo que se pensa a si própria (6), mas o geral, o mundo, não quer ser posto em causa. Por isso, como as exceções, a obra tem de fracassar. Não seria uma exceção se não falhasse. Não salvará o mundo, mas pode mostrar-lhe o que ele é.

Há na obra de arte a potência de um inferno incendiário: o poder destruidor do fogo e dos líquidos corrosivos. É essa inquietação corrosiva que devemos esperar deste Desenho. Ele deita fogo ao que somos. É o ordálio que nos põe à prova. E aquele que atravessar este deserto com chuva de fogo sem se magoar, não está já vivo. É preciso amar o deserto, a ausência, a ferida, para manter o amor à vida. Cuidar da escuridão, para poder ver os mais brilhantes clarões. As altas estrelas, desejadas por Dante, só se veem de noite. O sofrimento aparece ao lado da beleza. Ele é o intensificador, que predispõe a olhar a vida com outros olhos. E por isso alegra-se e rejubila, como Constantin Constantius, pseudónimo de Kierkegaard: “viva o movimento das vagas que me atiram no abismo, viva o movimento das vagas que me projetam até às estrelas!” (7).

Quando olhamos para este Desenho de Rui Chafes, encontramo-nos a nós próprios, como estranhos, no inferno. E espantados, nesse estremecimento, sem armadura que nos proteja das feridas, chamamos por nós, como Dante ao ver incrédulo o filósofo e mestre amado que lhe ensinou “como o homem se eterna” (8):

“Vós aqui, Senhor Brunneto?”» (9).


(1) A morte, como ensinou Weil, “é o que de mais precioso foi dado ao homem. É por isso que a impiedade suprema é usa-la mal.” (Weil, La pesanteur..., p.101).
(2) Blanchot, O livro por vir. Lisboa: Relógio d´Água – 1984, p.118
(3) Kierkegaard, La reprise. Paris: Flammarion - 1990, p.173-174
(4) Weil, Espera de Deus, p.120
(5) Sobre a noção de exceção, no sentido aqui pretendido cfr Kierkegaard, La reprise. Paris: Flammarion, 1990, p.171ss
(6) Kierkegaard, La reprise, p.171
(7) Kierkegaard, La reprise, p.166. – Constantius, Kierkegaard, que de si dizia que pertencia à ideia, e que quando a ideia o chamava, abandonava tudo, escreveu: “viva a descolagem do pensamento, viva o perigo de morte ao serviço da ideia, viva o perigo do combate, viva a jubilação solene da vitória, viva a dança no turbilhão do infinito (...)”
(8) Inferno XV, 85 – Brunnetto Latini, ilustre intelectual florentino, mestre de Dante. Nietzsche, utiliza esta referência para, aparentemente, se referir ao seu proprio trabalho:
“Para terminar/Como conclusão: “ter sido um professor de”
come l’uom s’eterna...
(Inf. XV, 85)” Fragmento póstumo de 1886/1887 9[4] (KSA 13, p. 341– trad. de Maria João Branco).
(9) Inferno XV, 30

Paulo Pires do Vale
27.09.11
in SNPC

Efeminação e virilidade na Grécia Antiga

Deixo-vos aqui um link para um ensaio muito interessante sobre efeminação e virilidade na Grécia Antiga. Parece-me bem fundamentado e documentado e relevante para quem se interessa por esta temática. Leiam aqui o artigo de Fábio Cerqueira.

Pontapé de saída: a primeira entrevista do Papa Francisco


Papa prepara “uma reviravolta” na Igreja


Por Natália Faria 20/09/2013 - 12:19

in Público

O Teólogo Anselmo Borges leu na entrevista de Francisco o prenúncio de uma Igreja “menos moralista” relativamente a práticas como o aborto. Isilda Pegado lembra que este continua, porém, a ser pecado para a Igreja.

Uma “reviravolta na Igreja” é como o teólogo Anselmo Borges classifica a entrevista do Papa Francisco divulgada na quinta-feira por várias revistas jesuítas, incluindo a portuguesa Broteria.

“O Papa quer recentrar a Igreja no Evangelho. O que ele diz na entrevista é que, antes da religião, está esta busca pela justiça e pela felicidade das pessoas”, sublinhou o teólogo, aplaudindo de pé a crítica que o novo Papa faz ao “moralismo” e ao “legalismo” reinantes entre os membros da Igreja. “Ele diz que o edifício moral da Igreja corre o risco de cair como um castelo de cartas, ou seja, a Igreja não pode continuar obcecada por temas como o sexo, não pode estar constantemente centrada nisso.”

Dando provas de uma postura inédita, Francisco faz questão de recusar para si e para a Igreja o papel de juízes relativamente a comportamentos como a homossexualidade e práticas como o aborto.

“Se uma pessoa homossexual é de boa vontade e está à procura de Deus, eu não sou ninguém para julgá-la […]. A religião tem o direito de exprimir a própria opinião para serviço das pessoas, mas Deus, na criação, tornou-nos livres: a ingerência espiritual na vida pessoal não é possível”, afirmou o Papa, apelando a uma postura mais compassiva, até porque “o confessionário não é uma sala de tortura, mas lugar de misericórdia”.

Depois de ter lido estas linhas, Anselmo Borges vê a defesa de uma Igreja “mais compassiva e menos julgadora”, capaz de abarcar “as pessoas feridas no sentido moral em vez de as excluir”. O que o teólogo não viu foi uma clarificação sobre se a Igreja “aceita ou não o exercício da homossexualidade” nas mesmas condições da heterossexualidade.

“Acho que ele não se pronunciou claramente sobre isso. Mas manifestou recentemente abertura à possibilidade de os divorciados recasados poderem comungar como todos os outros”, conclui Anselmo Borges.

O lugar das mulheres na Igreja

Relativamente ao aborto, a postura do Papa é igualmente compassiva: “Penso também na situação de uma mulher que carregou consigo um matrimónio fracassado, no qual chegou a abortar. Depois esta mulher voltou a casar e agora está serena, com cinco filhos. O aborto pesa-lhe muito e está sinceramente arrependida. Gostaria de avançar na via cristã. O que faz o confessor?”, interpela o Papa, depois de sublinhar que a grandeza da confissão consiste no “facto de avaliar caso a caso e de poder discernir qual é a melhor coisa a fazer por uma pessoa que procura Deus e a sua graça”.

O que Isilda Pegado, presidente da Federação Portuguesa pela Vida, que se tem batido contra a descriminalização do aborto, vê de novo nestas palavras é a linguagem, mais do que uma alteração da postura da Igreja. “A postura de fundo é a mesma, isto é, não deixa de haver no aborto a destruição de uma vida humana a que a Igreja se opõe”, interpreta.

Porque a Igreja “não é só para virtuosos, mas para os pecadores também”, a activista antiaborto sublinha que o Papa pressupõe, no exemplo que dá, o arrependimento da mulher. “É uma questão bem diferente de o homem tornar o acto que é negativo em positivo”, frisa. E insiste que o que o Papa Francisco está a dizer “é que a Igreja não deve excluir as pessoas que cometeram erros”. Com uma linguagem diferente, sim. “Nova, bonita, mais adequada ao século XXI”, adjectiva.

Embora assumidamente defensor de uma presença feminina “mais incisiva na Igreja”, o Papa é pouco taxativo quanto à sua tradução prática. Ao mesmo tempo que defende que “o génio feminino é necessário nos lugares em que se tomam as decisões importantes”, Francisco rejeita o que classifica como “machismo de saias”, parecendo com isso descartar a ordenação sacerdotal das mulheres. “Não me pareceu aberto a essa possibilidade”, interpretou Anselmo Borges.

“Acho que ele ainda não sentiu que tenha forças para dar acesso total às mulheres”, concorda Maria João Sande Lemos, do movimento Nós Somos Igreja, que se vem batendo há vários anos pela ordenação sacerdotal das mulheres. “Tenho pena que ele não tenha ido por aí, mas penso que esta guerra deve ser das mais difíceis e, por isso, imagino que ele sinta que tem de ir com cuidado.”

Para esta responsável, “enquanto o celibato dos padres não deixar de ser obrigatório, a ordenação das mulheres sairá sempre prejudicada”. Porquê? “Enquanto no subconsciente das hierarquias da Igreja as mulheres continuarem a ser o demónio e a representar o pecado, será difícil dar passos no sentido da plena igualdade”, responde.

“As mulheres já assumiram na sociedade civil a plenitude da sua cidadania, só na Igreja é que continuam a ser cidadãs de segunda”, sublinha ainda Maria João Sande Lemos. Mas, apesar de ter detectado um tom algo paternalista” nas palavras de Francisco relativamente a esta questão, a activista considerou a entrevista “excelente”.

“Acho que o que ele está a fazer é uma preparação da Igreja, da hierarquia e dos católicos mais à direita. Não quererá ter muitas frentes de batalha em simultâneo”, interpreta.

O papel das mulheres


Papel da mulher na Igreja não é de servidão, diz o Papa

in PÚBLICO e AFP a 12/10/2013
Um dos riscos que a mulher corre hoje é o de ver a maternidade reduzida a um papel social
“Sofro quando vejo na Igreja ou em algumas organizações eclesiásticas que o papel de serviço que todos nós devemos ter fica relegado a um papel de servidão no caso da mulher”, disse o Papa, neste sábado, num encontro realizado no Vaticano, sobre a vocação e a missão da mulher hoje em dia.

O encontro foi organizado pelo Conselho Pontifício para os Leigos, por ocasião do 25º aniversário da publicação da Encíclica de um de seus antecessores, João Paulo II, sobre a vocação da mulher (Mulieris Dignitatem).

Segundo a agência I-Média, o Papa Francisco afastou-se do discurso preparado para a ocasião para expressar a sua posição relativamente à posição da mulher na Igreja.

Sublinhando terem existido mudanças sociais e culturais, lembrou que é a mulher que continuará a ter a responsabilidade da maternidade.

Existem, no entanto, dois perigos para a mulher. O primeiro é o de “reduzir a maternidade a um papel social”, ou seja, a uma tarefa que, “embora nobre”, diferencia a mulher e não valoriza todo o seu potencial na comunidade. O segundo risco é, “como reacção a este, no sentido oposto, promover uma espécie de emancipação que, para ocupar os espaços tomados pelo masculino, abandona o feminino e os preciosos traços que o caracterizam”.

O reforço do papel das mulheres na Igreja foi um dos temas abordados pelo Papa numa entrevista ao jornal La Civiltà Cattolica, publicada no início do mês de Outubro. Na mesma entrevista, Francisco considerou que a Igreja Católica se tornou "obcecada" com os temas do aborto, do casamento homossexual e da contracepção.

Não existe um Deus católico: a caminho de uma Igreja menos circunscrita?

Papa considera Igreja Católica muito "vaticanocêntrica"


in Publico a 01/10/2013

Crítica a um governo da Igreja centrado no Vaticano, cujos interesses “são ainda em grande medida temporais”, numa entrevista publicada no dia em que começa a discutir reformas com um grupo de cardeais.


“Não existe um Deus católico… Acredito em Jesus Cristo, a sua encarnação." 
ALBERTO PIZZOLI/AFP

“Os chefes da Igreja foram com frequência narcisistas, amantes da bajulação e influenciados negativamente pelos seus cortesãos. A corte é a lepra do papado”, disse o Papa Francisco, numa entrevista ao diário italiano La Repubblica, em que considera a Igreja Católica muito “vaticanocêntrica”.

As declarações foram publicadas nesta terça-feira, dia em que começa um conselho de cardeais que pode decidir reformas na Igreja.

A Cúria – governo da Igreja – não é uma corte, mas encontram-se lá “cortesãos”, afirma o Papa. Francisco adianta que fará o que estiver ao seu alcance para mudar a mentalidade “vaticanocêntrica”. A Cúria centra-se muito nos interesses do Vaticano que “são ainda em grande medida interesses temporais”.

A entrevista é feita pelo fundador do La Repubblica, Eugenio Scalfari, e segue-se a uma troca de correspondência, depois de o jornalista ter manifestando ao Papa as razões do seu ateísmo. Francisco revela que, por momentos, ponderou não aceitar a eleição para liderar a Igreja, quando foi escolhido, em Março.

Falando sobre a sua fé, o Papa afirma: “Não existe um Deus católico…Acredito em Jesus Cristo, a sua encarnação. Jesus é o meu mestre e o meu pastor, mas Deus, o pai …é a luz e o criador."

O Papa Bergoglio distingue também clericalismo de cristianismo. “Não tem nada a ver com cristianismo”, sublinha. “Acontece-me também a mim: se encontro um clerical torno-me anticlerical.”

Francisco manifesta o entendimento de que a Igreja deve relançar-se a partir do Concílio Vaticano II e abrir-se à cultura moderna, participando nos grandes debates da actualidade.

Os “males mais graves que afligem o mundo” são, afirma, “o desemprego dos jovens e a solidão em que são deixadas as pessoas idosas”. O “liberalismo selvagem” tem como resultado “tornar os fortes mais fortes, os fracos mais fracos e os excluídos mais excluídos”, diz também.

Francisco começa nesta terça-feira uma reunião com oito cardeais de todo o mundo – Itália, Chile, Índia, Alemanha, República Democrática do Congo, EUA, Austrália e Honduras – a quem pediu que o ajudassem a reformar a administração do Vaticano. “É o princípio de uma Igreja com uma organização não apenas vertical mas também horizontal”, disse.

O reforço do papel das mulheres na Igreja, a situação dos católicos divorciados e os abusos sexuais são outros assuntos que poderão ser abordados nas discussões que se devem prolongar por três dias. A intenção de criar o conselho de cardeais foi anunciada por Francisco um mês depois da sua eleição.

O Papa que compreende o desapontamento com a incoerência na Igreja

Papa compreende os jovens desiludidos com políticos e maus padres


in PÚBLICO a 27/07/2013

Francisco compreende e dá o seu apoio moral aos "numerosos" jovens que não confiam nas instituições políticas e perderam a sua fé devido a escândalos como o da pedofilia que surgiu no seio da Igreja Católica.

Jesus “se une aos numerosos jovens que não confiam nas instituições políticas, porque vêem egoísmo e corrupção”, uma alusão a todos os que, em todas as latitudes, estão desgostosos com a classe política e com as suas falsas promessas. Mas as críticas não vão só para a sociedade. Francisco disse também que se une aos que "perderam a fé na Igreja, e mesmo em Deus, devido à incoerência dos cristãos e dos ministros do Evangelho”.

Estas declarações surgiram, ao final do dia de sexta-feira, depois da encenação da Via Sacra – uma cerimónia que para os católicos descreve a paixão e morte de Jesus –, levada a cabo na 28.ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorreu na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, Brasil, com a presença de centenas de milhares de pessoas.

O Papa pediu “coragem” e garantiu aos jovens que o Cristo, com a cruz, percorre as nossas estradas para tomar os nossos medos, os nossos problemas, mesmo os mais profundos”. “Com a cruz, Jesus junta-se ao silêncio das vítimas da violência que não podem gritar, sobretudo aos inocentes e àqueles que estão desamparados”, referiu, acrescentando: “Jesus une-se às famílias que estão em dificuldades, que choram a morte dos seus filhos ou que sofrem, vendo-os presos em paraísos artificiais, como a droga”.

“Jesus une-se também a todas as pessoas que sofrem de fome num mundo que a cada dia joga no lixo toneladas de comida”, afirmou. Com a cruz, acrescentou, “Jesus une-se àqueles que são perseguidos pela sua religião, pelas suas ideias, ou simplesmente pela cor da sua pele”.

Os Gays administram o Vaticano?

Na minha opinião, só seres castrados ou aberrações podem ditar a "castração" de um gay (homossexual), pois isto nada tem de gay (divertido)!

Pope admits ‘gay lobby’ in Vatican administration: report

VATICAN CITY (AFP)

Pope Francis has admitted the existence of a “gay lobby” inside the Vatican’s secretive administration, the Roman Curia, allegedly exposed during a leaks scandal, according to a Latin American Catholic website.

Back in February Italian media claimed that a secret report by cardinals investigating the leaks included allegations of corruption and blackmail attempts against gay Vatican clergymen, and on the other hand, favouritism based on gay relationships.

“In the Curia, there are truly some saints, but there is also a current of corruption,” the pope is quoted as having said during an audience last week with CLAR (the Latin American and Caribbean Confederation of Religious Men and Women).

“There is talk of a ‘gay lobby’ and it’s true, it exists. We have to see what can be done,” the 76-year-old pontiff is quoted as saying on the Reflection and Liberation website, which was flagged up by religious news agencies on Tuesday.

Vatican spokesman Federico Lombardi told AFP: “It was a private meeting, I have no comment to make.”

The secret report compiled by a committee of three cardinals for the pope’s eyes only was the result of a broad inquiry into leaks of secret Vatican papers last year — a scandal known as “Vatileaks”.

The cardinals questioned dozens of Vatican officials and presented the pope with their final report in December 2012.

Just days before pope Benedict XVI’s resignation in February, the Panorama news weekly and the Repubblica daily said that the report contained allegations of blackmail attempts and gay favouritism — though Lombardi insisted at the time they were “conjectures, fictions and opinions.”

The Argentine pope has made reforming the Roman Curia — the heavily criticised and intrigue-filled administration of the Roman Catholic Church — a priority of his papacy, but said it would be “difficult”.

“I cannot carry out the reforms myself,” he said, because “I am very disorganised”.

The task will be handled by a commission of eight cardinals from around the world whom Francis appointed in April to help him govern the Catholic Church, set to meet for the first time in October.

“Pray for me, for me to make as few errors as possible,” the pope said.
Signature : AFP
Copyright : © 2013 AFP

Haverá um Gay Lobby no Vaticano?

Um artigo de opinião no NY Times de um jornalista que viveu em Roma:

The Pope’s Gay Panic

By Frank Bruni Published: June 15, 2013

I HAVE many questions for and about the “gay lobby” in the Vatican, but I’ll start with this: How can you be so spectacularly ineffective?

You wouldn’t last a minute on K Street; the Karl Roves of the capital would have you for lunch. Despite your presence in, and presumed influence on, the upper reaches of the Roman Catholic hierarchy, church teaching still holds that homosexuality is disordered, and many church leaders still send the preposterously mixed message that while gay and lesbian people shouldn’t be admonished for, or ashamed about, their same-sex attractions, they should nonetheless elect cold showers over warm embraces. Look but don’t touch. Dream but don’t diddle.

“It’s like saying, ‘You’re a bird, but you can’t fly,’ ” cracked Sister Jeannine Gramick, an American nun who has long challenged the church on this issue, when we chatted recently.

“That’s not original,” she quickly confessed, referring to her analogy. “It’s been around awhile.”

I called her after the news reports last week that Pope Francis, in a private meeting with a Latin American religious group, had wrung his hands about a network of gay clerics at Catholicism’s command central. “Gay lobby” was the phrase he used, according to the group’s notes, but it wasn’t clear whether he meant a political faction per se.

What was clearer was his acknowledgment — rare for a pope, and thus remarkable — of the church’s worst-kept secret: a priesthood populous with gay men, even at the zenith. And that underscored anew the mystery and madness of the church’s attitude about homosexuality.

If homosexuality is no bar to serving as one of God’s emissaries and interpreters, if it’s no obstacle to being promoted to the upper rungs of the church’s hierarchy, how can it be so wrong? It doesn’t add up. There’s an error in the holy arithmetic.

The answer that many church leaders now give is that homosexuality isn’t in fact sinful, not in and of itself, not if it’s paired with chastity, which Roman Catholic priests of any persuasion are supposed to practice. Church leaders also stress that they don’t mean to disparage gay people or deny them full human dignity.

“The first thing I’d say to them is: I love you, too,” Cardinal Timothy Dolan, the archbishop of New York, told ABC News earlier this year. “And God loves you. And you are made in God’s image and likeness. And we want your happiness.”

“You’re entitled to friendship,” he went on, laying out the ground rules for same-sex longings and pairings. As for sexual love, he added, “that is intended only for a man and woman in marriage, where children can come about naturally.”

Let’s leave aside the legions of straight people, Catholic and otherwise, who aren’t tucking their sex lives into a box that tidy, tiny and fecundity-minded.

Let’s focus on something else. There’s no way for a gay or lesbian person not to hear Dolan’s appraisal as something of a condemnation, no matter how lavishly it’s dressed in loving language. It assigns homosexuals a status separate from, and unequal to, the one accorded heterosexuals: you’re O.K., but you’re really not O.K. Upon you there is a special restriction, and for you there is a fundamental dimension of the human experience that is off-limits, a no-fly zone of the heart.

It’s two-tiered thinking, which is present as well in American political life, where many people who say that they have no problem with gays and lesbians and no intent to discriminate against us also say that we shouldn’t be allowed to marry, because, well, that’s the tradition, and marriage is an accommodation too far.

The Supreme Court is poised to weigh in on the matter in the next two weeks, and while the smart money is on a toppling of the Defense of Marriage Act, which forbids the federal government from recognizing same-sex marriages performed in any of the 12 states that have legalized it, there’s little sign that the court will compel all the other states to get with the program.

And so we gay and lesbian people will be told: you’re O.K., but it’s up to states to decide just how O.K. There’s an asterisk to your supposed equality, a margin of difference between what others deserve and what you do.

That’s not really acceptance, and that may explain some of the findings of a Pew Research Center poll of gay, lesbian, bisexual and transgender Americans that was released last week. About one-third of the respondents said that they’d not told their mothers the truth of their lives, and an even greater fraction had not told their fathers. In other words, fear and secrecy — not to mention the potential psychological damage associated with each — persist. And you can’t divorce that from marriage inequality’s insinuation that gays and lesbians have less honorable relationships, and are lesser creatures all in all.

Nor can you divorce it from the Catholic Church’s wildly contradictory signals. Although the church doesn’t deem homosexuality paired with chastity to be sinful, the Vatican decreed in 2005 that men with “deep-seated homosexual tendencies” shouldn’t be ordained as priests.

AND yet many such men have been ordained. The Rev. James Martin, a Jesuit and an editor at large at the Catholic magazine America, told me that he’s seen thoughtful though not scientifically rigorous estimates that anywhere from 25 to 50 percent of Catholic priests are gay. His own best guess is 30 percent. That’s thousands and thousands of gay priests, some of whom must indeed be in the “deep-seated” end of the tendency pool.

Martin believes that the vast majority of gay priests aren’t sexually active. But some are, and Rome is certainly one of the many theaters where the conflict between the church’s ethereal ideals and the real world play out.

I lived there for nearly two years, covering the Vatican for The Times, and while I got no real sense of any “gay lobby,” I was given my own lesson in the hypocrisy of clerics who preach one set of morals and practice another.

Every so often, I’d have lunch or dinner with the Rev. Thomas Williams, who was the dean of theology at a pontifical university and belonged to the Legion of Christ, a conservative order. He liked to expose secular news organizations to the order’s philosophy, and over time his classic, square-jawed good looks — he resembled some ecclesiastical man of steel, ready to star in “Superman Genuflects” — led to television time as a Vatican analyst.

Last year he took a leave from ministry, amid accusations of affairs with several women. He admitted to one of them, and to fathering a child.

The friends with whom I’ve shared that story invariably ask: “Doesn’t that make you angry?”

No. Just really, really sad.


I invite you to visit my blog, follow me on Twitter at twitter.com/frankbruni and join me on Facebook.

sábado, 19 de outubro de 2013

Os primeiros passos do Papa

Uma nova atitude em relação aos "GAY" na Time magazine

Este é um artigo em inglês, que não será aqui traduzido para português. Fala da importância das atitudes e reacções do Papa Francisco em relação às questões que lhe foram colocadas no avião, por ocasião do regresso das JMJ no Rio de Janeiro. É uma reflexão importante no contexto deste blog pois reflecte, de modo particular, o tema da homossexualidade/ homoafectividade.

The Pope's Baby Step on Gays

Francis' encouraging words show how far the Roman Catholic Church still has to go

By Gene Robinson Monday, Aug. 12, 2013


First, the good news. Pope Francis is already showing himself to be a winsome, endearing and inspiring successor to St. Peter. His trip to Brazil catapulted him to rock-star status, with his care for the poor and the dispossessed, his willingness to engage the throngs with little regard for his security and even with his crowd-pleasing offer of a song on the guitar. This is no formal and aloof bishop but rather a man of and for the people. Justice is on his mind and his lips.

But it was a question he was asked on the flight back to Rome, about homosexuality, that has come to define the trip and has sparked hope that the Roman Catholic Church might be softening its stance on being gay. (Even using the word gay, which Francis did in English while otherwise speaking Italian, is unprecedented for a Pope.)

Is there anything new in what he had to say? Well, yes, in terms of tone. And this is no small thing. Francis' immediate predecessors called homosexuality an "intrinsic moral evil" and branded homosexuals as "intrinsically disordered." Instead of mirroring those blanket condemnations, Francis offered kindness and compassion. Then, in an act of genuine humility, he asked, "Who am I to judge?" It is telling that this rhetorical question got so much attention, since Jesus, who Christians believe was the perfect revelation of God, warned, "Judge not, that you be not judged." Yet previous Popes have shown no hesitation in being judgmental about homosexuality. This change in tone is significant.

Before we declare a new day for Catholics regarding homosexuality, however, a closer look at the Pope's statement reveals little change in the church's stance on being gay. When Francis says gay people should be forgiven their sins like other people, he means that acting on their feelings for someone of the same gender is still a sin that requires forgiveness--a point the Vatican made clear shortly after his remarks.

Francis' more open tone may mean the most for gay Catholic priests. Rather than calling for them to be expelled from the church, Francis is preaching compassion--so long as they are true to their vows of celibacy. Most encouraging of all is the separation of gay priests from the sexual-abuse scandals of the past. Both Benedict XVI and John Paul II thought they would solve the scandals by ridding the church of gay priests--a wholly unfair linking of homosexuality with pedophilia that has been thoroughly debunked by science. This is enormously positive for gay priests, who have been living under a cloud of suspicion for years.

But what about gay parishioners sitting in the pews of Catholic churches, trying to reconcile their faith with the condemnation of their love as disordered, evil and sinful? Not much has changed, I'm afraid, even with the Pope's recent remarks. While it may be all right to be gay, it is not all right to act on it, which forces gay Catholics to adopt an involuntary vow of celibacy in order to be in good standing with the church and God.

O mistério da unidade

Sou um católico aberto a toda a Igreja?

O papa Francisco acentuou esta quarta-feira a importância da unidade dentro de uma Igreja formada por muitas línguas e culturas, e perguntou aos católicos se são sensíveis aos fiéis em dificuldades ou se se fecham no seu grupo e privatizam a fé.

Na audiência geral realizada esta no Vaticano, o papa recordou perante mais de 50 mil pessoas que no Credo, os fiéis professam que «a Igreja é única» e é «unidade em si própria». Excertos da intervenção:

«Se olharmos para a Igreja católica no mundo, descobrimos que compreende quase três mil dioceses espalhadas por todos os continentes: tantas línguas, tantas culturas!»

«A Igreja está espalhada em todo o mundo, e todavia as milhares de comunidades católicas formam uma unidade. Como pode isto acontecer?»

«A Igreja é uma só para todos. Não há uma Igreja para os asiáticos, uma para quem vive na Oceânia; não, é a mesma em todo o lado. É como numa família: pode estar-se longe, disperso pelo mundo, mas os laços profundos que unem todos os seus membros permanecem sólidos, qualquer que seja a distância.»

«Penso, por exemplo, na experiência da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro: naquela interminável multidão de jovens na praia de Copacabana, ouviam-se falar tantas línguas, viam-se rostos de traços muito diferentes entre eles, encontravam-se culturas diversas, e no entanto havia uma profunda unidade, formava-se uma única Igreja, havia e sentia-se unidade.»

«Os pilares» que «sustentam a Igreja e a mantêm unida» são os que estão gravados no Catecismo: «Uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma esperança comum, a mesma caridade.»

«Perguntemo-nos todos: eu, como católico, sinto esta unidade? Eu, como católico, vivo esta unidade da Igreja? Ou não me interessa porque estou fechado no meu pequeno grupo ou em mim próprio? Sou daqueles que “privatizam” a Igreja para o próprio grupo, a própria nação, os próprios amigos?»

«É triste encontrar uma Igreja privatizada por este egoísmo e esta falta de fé. É triste. Quando oiço que tantos cristãos no mundo sofrem, sou indiferente ou é como se sofresse um membro da família? Quando penso ou oiço dizer que muitos cristãos são perseguidos, e até dão a vida pela sua fé, isso toca o meu coração ou não me afeta? Estou aberto àquele irmão ou àquela irmã da família que está a dar a vida por Jesus Cristo?»

«Quantos de vós rezam pelos cristãos que são perseguidos? Quantos? Cada um responda no seu coração: “Rezo por aquele irmão, por aquela irmã, que passa dificuldades por confessar e defender a sua fé?”. É importante olhar para fora do próprio recinto, sentir-se Igreja, única família de Deus.»

«Um cristão, antes de dizer mexericos, dever morder a língua. Isso far-lhe-á bem porque a língua incha e, assim, não se podem dizer mais mexericos. Os mexericos ferem e são motivo de divisão.»
Fontes: Rádio Vaticano, Vatican Insider
Edição/trad.: Rui Jorge Martins in SNPC

Não basta ser cristão do bem estar

in Revista Cult
Permiti-me publicar este artigo, tendo a certeza que ela não corresponde a uma imagem do fácil e do rápido e do fashionable; publico-a porque me faz pensar... e isso é bom!

reflexões do Papa Francisco



"O papa Francisco afirmou esta sexta-feira no Vaticano que a prova para cada pessoa saber se se é cristão está na capacidade de «suportar as humilhações com alegria e paciência».

Referindo-se ao apóstolo Pedro, que não queria acreditar que Jesus fosse humilhado e morto, o papa afirmou que a mesma atitude ocorre entre os católicos quando estão dispostos apenas a seguir Cristo «até um certo ponto».

«É esta a tentação do bem-estar espiritual: Temos tudo: temos a igreja, temos Jesus Cristo, os sacramentos, a Virgem Maria, tudo, um belo trabalho para o Reino de Deus; somos bons, todos. (…) Mas não basta o bem-estar espiritual até certo ponto». (...) «Como aquele jovem que era rico: queria andar com Jesus, mas até um certo ponto. Falta esta última unção do cristão, para ser cristão verdadeiro: a unção da cruz, a unção da humilhação», apontou.

«Esta é a pedra angular, a verificação da nossa realidade cristã: sou um cristão de cultura e de bem-estar? Sou um cristão que acompanha o Senhor até à cruz? O sinal é a capacidade de suportar as humilhações».

Todos querem ressuscitar, mas «nem todos» tencionam alcançar esse objectivo pelo caminho da cruz, pelo que, ao lamentarem-se das afrontas que sofrem, comportam-se de maneira oposta ao que Cristo fez e pede para imitar, assinalou. «A verificação de se um cristão é um cristão verdadeiro é sua capacidade de suportar com alegria e com paciência as humilhações; e como isto é algo que não agrada…», disse.

Francisco sintetizou as suas palavras apontando para uma «escolha» pessoal: ou ser-se «cristão do bem-estar» ou «cristão próximo de Jesus, pela estrada de Jesus». "

por Rui Jorge Martins, in SNPC

Um festival de cinema das Religiões

Religion Today: Laboratório de fé e cultura

O "Religion Today" é um festival itinerante dedicado ao cinema das religiões que tem como objetivo promover, através da Sétima Arte, a cultura do diálogo e da paz entre as religiões, no reconhecimento das diferenças.

Contribuir para a difusão e distribuição do filme religioso como contributo para o desenvolvimento cultural e espiritual, criar um espaço de encontro e intercâmbio para realizadores e operadores dos média de diferentes culturas e religiões e, não menos importante, favorecer a divulgação de uma informação correta sobre as grandes religiões do mundo, constituem também metas deste projeto.

Nascido na cidade de Trento em 1997, o primeiro festival do género no mundo chega este ano à 16.ª edição. Ao longo do seu percurso ampliou o raio de ação, ocupando várias cidades italianas e também do estrangeiro. (...)

O festival, que resulta de parcerias entre entidades religiosas e civis, é em 2013 dedicado ao tema "Visões. Realidade e utopia". Realidade e ficção, crença e dúvida, fé e factos: uma tensão particularmente importante num momento de crise de ideais, de expetativa por uma utopia credível. Questões que o "Religion Today" quer destacar perante um público vasto, privilegiando, como já é tradição, o mundo dos jovens, na convicção de que o cinema pode ser uma boa "oficina" para um conhecimento recíproco entre culturas e religiões, eliminando preconceitos e estereótipos, a fim de construir um mundo menos conflituoso.

O "Religion Today" está aberto a filmes, documentários e curtas-metragens que exploram os vários pontos de vista sobre a existência e o sagrado por diferentes religiões. Todos os anos dezenas de filmes de todo o mundo são examinadas por um júri internacional e inter-religioso que atribui os quatro prémios principais: "No espírito da fé", melhor longa-metragem, melhor documentário e melhor curta-metragem. Em 2013 estarão presentes mais de 50 películas.

Ao concentrar-se em produções escassamente representadas nos grandes circuitos cinematográficos, o festival tem contribuído para a descoberta de cinematografias e cineastas que permanecem na sombra por motivos de censura, mercado ou distribuição, ao mesmo tempo que projeta novas luzes sobre filmes como "A Paixão de Cristo", de Mel Gibson, "Dúvida", de John Patrick Shanley, ou "O Grande Silêncio", de Philip Gröning.

Maria Teresa Pontara Pederiva, in Vatican Insider
em português in SNPC

ver mais em Religion Today

A riqueza da variedade

imagem de www.grandecampina.com.br
Papa Francisco realça «variedade» na Igreja e diz que «uniformidade» mata «dons do Espírito Santo»
«A uniformidade mata a vida. A vida da Igreja é variedade, e quando queremos colocar esta uniformidade sobre todos, matamos os dons do Espírito Santo», acentuou esta quarta-feira o papa, no Vaticano.

Na audiência geral desta quarta-feira, Francisco explicou as implicações do termo "católico", palavra de origem grega que significa "universalidade", "totalidade". «Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica» constitui um dos artigos da Profissão de Fé.

Excertos da intervenção:

«Na Igreja, cada um de nós encontra o que é necessário para crer, para viver como cristão, para tornar-se santo, para caminhar em todos os lugares e em todas as épocas.»

«Cada um de nós pode perguntar-se hoje: Como vivo na Igreja? Quando vou à igreja, é como se estivesse ao estádio, a um jogo de futebol? É como se fosse cinema? Não, é outra coisa. Como é que eu vou à igreja? Como acolho os dons que a Igreja me oferece, para crescer, para amadurecer como um cristão? Participo na vida da comunidade ou vou à igreja e fecho-me nos meus problemas, isolando-me do outro? Neste primeiro sentido, a Igreja é católica porque é a casa de todos. Todos são filhos da Igreja e todos estão nessa casa.»

«A Igreja é católica porque é universal, está espalhada por todo o mundo e anuncia o Evangelho a todo homem e a toda mulher. A Igreja não é um grupo de elite, não olha apenas para alguns. A Igreja não tem fechaduras, é enviada à totalidade das pessoas, à totalidade do género humano.»

«A Igreja não está só na sombra do nosso campanário, mas abraça um vasto conjunto de gentes, de povos que professam a mesma fé, são alimentadas da mesma Eucaristia, são servidos pelos mesmos pastores. Sentirmo-nos em comunhão com todas as Igrejas, com todas as comunidades católicas pequenas ou grandes do mundo! É belo, isto!»

«A Igreja é católica porque é a "Casa da Harmonia", onde unidade e diversidade sabem conjugar-se em conjunto para serem riqueza. Pensemos na imagem da sinfonia, que significa acordo, harmonia, instrumentos diferentes a soar juntos; cada um mantém o seu timbre inconfundível e as suas características sonoras conformam-se com qualquer coisa de comum

«Não somos todos iguais e não devemos ser todos iguais. Todos somos diversos, diferentes, cada um com as suas próprias qualidades. E esta é a beleza da Igreja: cada um traz o que é seu, o que Deus lhe deu, para enriquecer os outros

Perguntemo-nos: nas nossas comunidades vivemos a harmonia ou litigamos entre nós? Na minha paróquia, no meu movimento, onde eu faço parte da Igreja, há intrigas? Se há intrigas não há harmonia, mas luta.»

«Aceitamos o outro, aceitamos que haja uma justa variedade, que este seja diferente, que este pense de uma forma ou de outra - mas na mesma fé pode pensar-se de forma diferente -, ou tendemos a uniformizar tudo? A uniformidade mata a vida. A vida da Igreja é variedade, e quando queremos colocar essa uniformidade sobre todos, matamos os dons do Espírito Santo.»

«Rezemos ao Espírito Santo, que é precisamente o autor desta unidade na variedade, desta harmonia, para que nos torne sempre mais "católicos".»

por Rui Jorge Martins in SNPC

Autoras de "Uma Aventura" solidárias com Leigos para o Desenvolvimento

No livro de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada reverte para os Leigos para o Desenvolvimento

A organização "Leigos para o Desenvolvimento" apresentou em Lisboa, a 17 de outubro, Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, o livro infantil "A ilha do arco-íris", de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada.

O preço de venda da obra, 9,90 euros, reverte na totalidade para os projetos de desenvolvimento que a organização ligada aos Jesuítas mantém em Portugal, Angola, Moçambique e São Tomé.

Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, «autoras tão conhecidas do público infanto-juvenil», criaram uma fábula em que, pela voz de diferentes animais, sensibilizam os leitores para a necessidade de perceberem e aceitarem as diferenças, «num diálogo intercultural constante que passa pela partilha, pela solidariedade, pela necessidade de encontro com o outro e pela riqueza da diversidade».

(...)
Os Leigos para o Desenvolvimento são uma associação católica, dotada de personalidade jurídica canónica e civil, reconhecida como uma Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD), membro da Plataforma Nacional das ONGD Portuguesas e da Rede Xavier.

"A ilha do arco-íris" está disponível na sede dos Leigos para o Desenvolvimento, em Lisboa, e nos centros universitários dos Jesuítas a partir de 18 de outubro de 2013, podendo ser remetida por correio postal.

de Rui Jorge Martins, adaptado por moradasdedeus
in SNPC

Porque estou aqui

Sinto-me privilegiado por ter encontrado na Igreja um lugar vazio, feito à minha medida. É certo que tê-lo encontrado (ou encontrá-lo renovadamente, pois não é dado adquirido) foi também mérito da minha sede, do meu empenho, de não baixar os braços e achar, passivamente, que não seria possível. Passo a contextualizar: a comunidade onde vou à missa é pequena e acolhedora, e podia bem não o ser. Ao mesmo tempo, sentia um desejo grande de reflexão de vida cristã e encontrei um casal (heterosexual) que tinha a mesma vontade. Começámo-nos a reunir semanalmente numa pequena comunidade de oração e reflexão que, apesar de crítica, nos tem ajudado a sermos Igreja e a nela nos revermos. Paralelamente, face ao contínuo desencanto em relação a algumas posturas e pontos de vista de uma Igreja mais institucional e hierárquica, tive a graça de encontrar um grupo de cristãos homossexuais, que se reuniam com um padre regularmente, sem terem de se esconder ou de ocultar parte de si.

Sei que muitos cristãos homossexuais nunca pensaram sequer na eventualidade de existirem grupos cristãos em que se pudessem apresentar inteiros, quanto mais pensarem poder tomar parte e pôr em comum fé, questões, procuras, afectos e vidas.

Por tudo isto me sinto grato a Deus e me sinto responsável para tentar chegar a quem não teve, até agora, uma experiência tão feliz como a minha.

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As imagens que ilustram as mensagens são retiradas da Internet. Quando se conhece a sua autoria, esta é referida. Quando não se conhece não aparece nenhuma referência. Caso detectem alguma fotografia não identificada e conheçam a sua autoria, pedimos que nos informem da mesma.

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