Só quando sou amado, no sentido profundo da aceitação total, é que eu posso vir a ser eu mesmo. O amor e a aceitação dos outros fazem de mim a pessoa única que eu estou destinada a ser. Aceitar uma pessoa não significa negar os seus defeitos, antes pelo contrário. Somente quando aceito alguém é que passo verdadeiramente a admitir os seus defeitos.
Deus aceita-me tal como sou – e não como deveria ser. Disseram-nos a importância de amar a Deus. É verdade. Mas é bem mais importante o facto de que Deus nos ama. O nosso amor por Deus é secundário. O amor de Deus por nós vem primeiro: “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos Deus, foi ele que nos amou.” (1 Jo, 4, 10)
Na noite que precedeu a Sua morte, Jesus reza ao pai pelos seus. “Tu os amaste como me amaste a mim (…) Eu te peço que o amor com me amaste esteja neles (Jo 17, 23-26). Parece inacreditável que Deus nos ame tanto quanto ama o seu filho, Jesus Cristo. É o que diz a Escritura.
Nós estamos divididos no nosso amor. Deus não pode amar senão totalmente (a 100%). Nós experimentamos o amor, mas Deus é amor.
A fé fundamental é o “amor que Deus tem por todos e cada um de nós”. Assim, a aceitação de si próprio é também um acto de fé, é aceitar ser incondicionalmente aceite por Deus.
Piet van Breemen, SJ
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