Olav Murillo |
10 pistas para a Oração
10ª pista
O que fazer quando desaparece o gosto da oração?
«Esta aridez não tem nada de estranho. Ela é mesmo quase normal. Os autores antigos consideravam-na útil e fecunda. Purificar a oração é purificar o desejo, até que ele se conforme à vontade de Deus», diz o P. Maurice Bellet, filósofo e psicanalista.
Na época moderna, o desagrado, a falta de gosto provêm muitas vezes do aspecto regulamentar e obrigatório da oração, de um sentimentalismo ambíguo, de um dogmatismo que se torna estéril. Alguns prosseguem custe o que custar. É talvez a oração mais pura, dado que é a aceitação de que a relação seja nua, sem nada que satisfaça.
Mas este querer crer não deve transformar-se numa obstinação vazia de sentido. Orar é ser com Deus, numa relação viva onde Deus é Deus. Onde Deus é dom e ama verdadeiramente o homem.
Dado que se trata de ser com Deus, posso perguntar-me que oração me dá mais gosto: ler o comentário de um texto bíblico com um forte desejo de verdade? Ouvir a Paixão de Bach? Em tudo posso voltar-me para aquele que me é inatingível.»
Um conselho; quando não souber rezar, opte por aquilo que lhe convém... sem julgar o caminho escolhido por outros. Não esquecendo algo de muito concreto, que João anuncia na sua primeira carta (4-12). Deus é este Desconhecido, acima do abismo da ausência, que se revela nos nossos corações e nas nossas mãos quando nos fazemos próximos do próximo.
Martine de Sauto
in La Croix
tradução de Rui Martins para o site da SNPC (publicado a 19 de Novembro de 2010)
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