Aquele que está para além de todos os nomes conhece o teu nome
Quanto da nossa vida é morta ou roubada pelo medo? Não aqueles medos de coisas como um holocausto nuclear, mas medos pequenos e insignificantes que lentamente devoram as melhores partes da vida (...).
Mas o medo não é o único ladrão que se esconde dentro de nós. Há um exército inteiro de pequenos parasitas que nos podem enganar: ressentimentos causados por desfeitas ocorridas há muito tempo; zangas originadas por disputas fúteis; competição cruel por coisas secundárias; cortes de relações motivadas por teimosias acerca de questões irrisórias; decepções que debilitam toda a existência.
Como é que podemos escapar das garras deste ardiloso bando de gatunos? Podemos começar por fazer algo muito simples: levantar os olhos e olhar para o céu. Há 50 biliões de galáxias no espaço, algumas afastando-se de nós a milhões de km por hora! Com o telescópio Hubble podemos ver a luz que as estrelas mais distantes emitiram há 12 biliões de anos! Algumas já morreram há milhões de anos mas só agora é que a sua luz chega até nós. Parece que este imenso universo não tem fim, não tem margens, não tem limites! E ainda assim, com toda a sua vastidão e idade, não passa de uma criação, de algo feito por alguém.
E sobre este alguém, o Criador? Chamamos-lhe “Deus”, mas na verdade Ele é demasiado grande para ser nomeado ou sequer imaginado. Diante do Criador deste imenso e antigo universo, parecemos apenas pontinhos minúsculos. Mas mesmo assim Ele diz-nos que o nome de cada um de nós está escrito na palma da sua mão e que conhece todos os cabelos da nossa cabeça. Para além de toda a compreensão, chama-nos “filhos” e quer que façamos parte da sua família para a eternidade.
O que é que devemos temer? Se deixarmos que Deus seja Deus para nós, de que é que devemos ter medo? Quem nos pode tirar a vida? Ou a alegria? Ninguém, a não ser nós próprios!
Somos feitos à semelhança de Deus, com o poder de amar e dar vida e felicidade. O nosso trabalho para toda vida, cada um à sua maneira, é este: darmos a vida uns pelos outros tal como Deus no-la dá continuamente.
O nosso destino está para além de todas as expetativas humanas. Que neste dia e para sempre Deus nos ajude a ser fiéis a esse fim último.
P. Dennis Clark
In Catholic Exchange
Trad. / adapt.: rui martins
© SNPC (trad.)
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