Há largos meses foi-me dado a ler um artigo do Anselmo Borges, padre e professor de teologia, sobre a forma como a Igreja lida com a sexualidade. No mesmo artigo Borges sugere alguns pontos de referência para uma relação. Parece-me um texto que vai ao encontro de princípios éticos e morais - e não moralistas - que também se adequam à nossa realidade homossexual. Partilho citações do mesmo artigo e, como já não o encontro na íntegra no diário em que saiu, envio o link de um blogue em que o poderão ler na íntegra.... «A Bíblia contém, dentro da literatura mundial, um dos mais belos hinos ao amor erótico: leia-se o Cântico dos Cânticos. Desde o início, no Génesis, se diz que a sexualidade é dom de Deus. Segundo a Bíblia, o ser humano não está dividido em corpo e alma, pois forma uma unidade. Na perspectiva cristã, o corpo não é desprezível, pois o próprio Deus assumiu a humanidade corpórea.»
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«Começaria por relembrar o sentido profundo da sexualidade: "o primeiro bem do casamento é o amor." A sexualidade pode e deve ser um lugar privilegiado de humanização e de aprendizagem da unidade do ser humano enquanto corpo e espírito. "É pelos nossos enlaces, união íntima do corpo e do espírito, que compreendemos, talvez da maneira mais próxima, o que significa o amor encarnado."»
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«"Os seres humanos não se reproduzem, fazem amor." É importante perguntar de que modo o exercício da sexualidade tem de facto o amor como fruto e de que modo dá fruto; "é certamente um critério de julgamento".»
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«O meu corpo não é uma coisa, o corpo do outro não é um objecto. O exercício da sexualidade pressupõe "o respeito mútuo, a confiança e o consentimento de cada um. A sexualidade realmente humana não pode exercer-se no âmbito do constrangimento, da chantagem ou de uma relação tarifada. O exercício da sexualidade humana é feito de permuta de gestos e de intimidade revelada, "mas pressupõe antes uma troca de palavras.»
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«Violar a palavra dada, quebrar um compromisso, ser infiel são faltas graves.»
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