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A diversidade na Igreja

"A casa do meu Pai tem muitas moradas", diz-nos Jesus no evangelho.

A unidade na diversidade não é sempre aparente na Igreja enquanto povo de Deus, mas é uma realidade em Deus e uma presença na fé cristã desde a sua origem. A Palavra de Deus não é partidária, elitista e exclusiva. O Reino de Deus é como uma árvore que estende os ramos para dar abrigo a todos os pássaros do céu. Cristo não morreu na cruz para salvar uma mão cheia de cristãos. Até o Deus Uno encerra em si o mistério de uma Trindade.

A Palavra de Deus é inequívoca e só pode levar à desinstalação, à abertura ao outro, e a recebê-lo e amá-lo enquanto irmão ou irmã. Ninguém fica de fora, nem mesmo - se tivessemos - os inimigos.

Muitos cristãos crêem nesta Igreja, nesta casa do Pai, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo. Mas como esquecer que muitos se sentem "de fora" por se verem rejeitados, amputados e anulados, e afastam-se por ninguém lhes ter mostrado que há um lugar para cada um, com a totalidade do seu ser?

Um blogue para cristãos homossexuais que não desistiram de ser Igreja

Porquê este blogue?

Este blogue é a partilha de uma vida de fé e é uma porta aberta para quem nela quiser entrar. É um convite para que não desistas: há homossexuais cristãos que não querem recusar nem a sua fé nem a sua sexualidade. É uma confirmação, por experiência vivida, que há um lugar para ti na Igreja. Aceita o desafio de o encontrares!

Este blogue também é teu, e de quem conheças que possa viver na carne sentimentos contraditórios de questões ligadas à fé e à orientação sexual. És benvindo se, mesmo não sendo o teu caso, conheces alguém que viva esta situação ou és um cristão que deseja uma Igreja mais acolhedora onde caiba a reflexão sobre esta e outras realidades.

Partilha, pergunta, propõe: este blogue existe para dar voz a quem normalmente está invisível ou mudo na Igreja, para quem se sente só, diferente e excluído. Este blogue não pretende mudar as mentalidades e as tradições com grande aparato, mas já não seria pouco se pudesse revelar um pouco do insondável Amor de Deus ou se ajudasse alguém a reconciliar-se consigo em Deus.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Igreja: um banquete para todos?

Papa Francisco fala sobre comunhão, festa, cristianismo e Igreja
publicado em e por Rumos Novos a 7 de Novembro de 2013

No âmago do Cristianismo encontra-se um convite para o banquete do Senhor. Esta foi a mensagem do Papa Francisco na Missa desta manhã (5 de novembro) na Casa de Santa Marta. O papa disse que a Igreja “não é somente para pessoas boas”, pois o convite para ser parte dela diz respeito a toda a gente. Acrescentou que devemos “participar integralmente” no banquete do Senhor e com toda a gente. Não podemos tirar e escolher. Os cristãos, disse o Papa, não se podem contentar em constar simplesmente da lista de convidados: não participar integralmente é o mesmo que lá não estar.

As leituras do dia, disse o Papa, são a identidade do cristão e destacou que “antes de mais, a essência cristã é um convite: somente nos tornamos cristãos se formos convidados.” É um “convite grátis” à participação que Deus nos faz. Não podemos pagar para entrar no banquete, avisou ainda: “ou se é convidado ou não podemos entrar,” Se “na nossa consciência”, disse, “não tivermos esta certeza de sermos convidados” então “não compreendemos o que é ser cristão”: “Um cristão é alguém que é convidado. Convidado para quê? Para uma loja? Para ir dar um passeio? O Senhor pretende dizer-nos algo mais: És convidado a juntar-te ao banquete, à alegria de seres salvo, à alegria de seres perdoado, à alegria de partilhar a vida com Cristo. Isto é uma alegria! És convocado para uma festa! Um banquete é uma reunião de pessoas que caminham, riem, celebram, estão felizes juntas. Nunca vi ninguém fazer uma festa sozinho. Isso seria muito aborrecido, não é verdade? Abrir a garrafa de vinho… Isso não é uma festa, é outra coisa qualquer. Temos de festejar com outros, com a família, com os amigos, com aqueles que foram convidados, tal como eu fui convidado. Ser cristão significa pertencer, pertencer a este corpo, às pessoas que foram convidadas para o banquete: isto é a pertença cristã.”

Voltando-se para a carta aos romanos, o Papa afirmou então que este banquete é um “banquete de unidade”, tendo sublinhado o facto de todos terem sido convidados, “os bons e os maus”. E os primeiros a serem convidados são os marginalizados: “A Igreja não é somente a Igreja para as pessoas boas. Será que queremos descrever quem pertence à Igreja, a este banquete? Os pecadores. Todos nós pecadores estamos convidados. Neste momento há uma comunidade que tem diversos dons: um tem o dom da profecia, outro o do ministério… Todos temos qualidades e forças. Porém, cada um de nós traz para o banquete um dom comum. Cada um de nós é chamado a participar integralmente no banquete. A existência cristã não pode ser compreendida sem esta participação. “Eu vou ao banquete, mas não passo da antecâmara porque somente quero estar com as três ou quatro pessoas com as quais estou mais familiarizado…”. Não podemos fazer isto na Igreja! Ou se participa integralmente ou ficamos no exterior. Não podemos selecionar e escolher: a Igreja é para todas as pessoas, a começar por aquelas que já referi: as mais marginalizadas. É a Igreja de toda a gente!”

Falando acerca da parábola na qual Jesus disse que alguns dos que foram convidados começaram a encontrar desculpas, o Papa Francisco disse: “Eles não aceitam o convite! Dizem ‘sim’, porém as suas ações dizem ‘não’.” Estas pessoas, disse o Papa, “são cristãos que se contentam em estar na lista de convidados: cristãos escolhidos.” Porém, avisou, isto não é suficiente, porque se não participamos não somos cristãos. “Estávamos na lista,” disse, mas isto não é suficiente para a salvação! Isto é a Igreja: entrar na igreja é uma graça; entrar na Igreja é um convite.” E este direito, acrescentou, não pode ser comprado. “Entrar na Igreja”, disse, “é tornar-se parte duma comunidade, a comunidade da Igreja. Entrar na Igreja é participar em todas as virtudes, as qualidades que o Senhor nos deu no nosso serviço de uns pelos outros.” O Papa Francisco continuou, “Entrar na Igreja significa ser responsável por aquelas coisas que o Senhor nos pede.” Finalmente, acrescentou, “entrar na Igreja é entrar neste povo de Deus, na sua caminhada em direção à eternidade.” Ninguém, avisou, é o protagonista da Igreja: mas temos UM,” que fez todas as coisas. Deus “é o protagonista!” Nós somos os seus seguidores… e “aquele que não O segue é aquele que se exclui a si próprio” e não vai ao banquete.

O Senhor é muito generoso. O Senhor abre todas as portas. O Senhor compreende igualmente aqueles que Lhe dizem, “Não, Senhor, eu não quero ir contigo.” Ele compreende e espera-os, porque é misericordioso. Porém, o Senhor não gosta daqueles que dizem ‘sim’ e fazem o contrário; que pretende agradecer-Lhe por todas as coisas boas; que têm bons modos, mas que seguem o seu próprio caminho e não o caminho do Senhor: aqueles que sempre apresentam desculpas, aqueles que não conhecem a alegria, que não experimentam a alegria da pertença. Peçamos ao Senhor esta graça da compreensão: o quão maravilhoso é ser-se convidado para o banquete, o quão maravilhoso é tomar parte nele e partilhar as nossas qualidades, o quão maravilhoso é estar-se com Ele e o quão errado é oscilar entre o ‘sim’ e o ‘não’, para dizer ‘sim’, mas contentar-se em ser simplesmente um cristão de fachada.

Artigo original: NEWS.VA
Tradução: José Leote (Rumos Novos)

Carta Pastoral sobre a ideologia do género (CEP): bispos de costas para o Papa?

sem comentários…

A propósito da ideologia do género
Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa

Difunde-se cada vez mais a chamada ideologia do género ou gender. Porém, nem todas as pessoas disso se apercebem e muitos desconhecem o seu alcance social e cultural, que já foi qualificado como verdadeira revolução antropológica. Não se trata apenas de uma simples moda intelectual. Diz respeito antes a um movimento cultural com reflexos na compreensão da família, na esfera política e legislativa, no ensino, na comunicação social e na própria linguagem corrente.

Mas a ideologia do género contrasta frontalmente com o acervo civilizacional já adquirido. Como tal, opõe-se radicalmente à visão bíblica e cristã da pessoa e da sexualidade humanas. Com o intuito de esclarecer as diferenças entre estas duas visões surge este documento. Move-nos o desejo de apresentar a visão mais sólida e mais fundante da pessoa, milenarmente descoberta, valorizada e seguida, e para a qual o humanismo cristão muito contribuiu. Acreditamos que este mesmo humanismo, atualmente, é chamado a dar contributo válido na redescoberta da profundidade e beleza de uma sexualidade humana corretamente entendida.

Trata-se da defesa de um modelo de sexualidade e de família que a sabedoria e a história, não obstante as mutações culturais, nos diferentes contextos sociais e geográficos, consideram apto para exprimir a natureza humana.

1. A pessoa humana, espírito encarnado

Antes de mais, gostaríamos de deixar bem claro que, para o humanismo cristão, não há lugar a dualismos: o desprezo do corpo em nome do espírito ou vice-versa. O corpo sexuado, como todas as criaturas do nosso Deus, é produto bom de um Deus bom e amoroso. Uma segunda verdade a considerar na visão cristã da sexualidade é a da pessoa humana como espírito encarnado e, por isso, sexuado: a diferenciação sexual correspondente ao desígnio divino sobre a criação, em toda a sua beleza e plenitude: «Ele os criou homem e mulher» (Gn 1,27); «Deus, vendo toda sua obra, considerou-a muito boa» (Gn1,31).

A corporalidade é uma dimensão constitutiva da pessoa, não um seu acessório; a pessoa é um corpo, não tem um corpo; a dignidade do corpo humano é corolário da dignidade da pessoa humana; a comunhão dos corpos deve exprimir a comunhão das pessoas.

Porque a pessoa humana é a totalidade unificada do corpo e da alma, existe necessariamente, como homem ou mulher. Por conseguinte, a dimensão sexuada, a masculinidade ou feminilidade, é constitutiva da pessoa, é o seu modo de ser, não um simples atributo. É a própria pessoa que se exprime através da sexualidade. A pessoa é, assim, chamada ao amor e à comunhão como homem ou como mulher. E a diferença sexual tem um significado no plano da criação: exprime uma abertura recíproca à alteridade e à diferença, as quais, na sua complementaridade, se tornam enriquecedoras e fecundas.

2. Confrontados com uma forte mudança cultural

Reconhecemos, sem dúvida, que, no longo caminho do amadurecimento cultural e civilizacional, nem sempre se atribuiu aos dois âmbitos do humano (o masculino e o feminino) o mesmo valor e semelhante protagonismo social. Especialmente a mulher, não raramente, foi vítima de forte sujeição ao homem e sofreu alguma menorização social e cultural. Graças a Deus, tais situações estão progressivamente a ser ultrapassadas e a condição feminina, antigamente conotada com a ideia de opressão, hoje está a revelar-se como enorme potencial de humanização e de desenvolvimento harmonioso da sociedade.

No desejo de ultrapassar esta menoridade social da mulher, alguns procederam a uma distinção radical entre o sexo biológico e os papéis que a sociedade, tradicionalmente, lhe outorgou. Afirmam que o ser masculino ou feminino não passa de uma construção mental, mais ou menos interessada e artificial, que, agora, importaria desconstruir. Por conseguinte, rejeitam tudo o que tenha a ver com os dados biológicos para se fixarem na dimensão cultural, entendida como mentalidade pessoal e social. E, por associação de ideias, passou-se a rejeitar a validade de tudo o que tenha a ver com os tradicionais dados normativos da natureza a respeito da sexualidade (heterossexualidade, união monogâmica, limite ético aos conhecimentos técnicos ligados às fontes da vida, respeito pela vida intra-uterina, pudor ou reserva de intimidade, etc.). É todo este âmbito mental que se costuma designar por ideologia do género ou gender.

A ideologia do género surge, assim, como uma antropologia alternativa, quer à judaico-cristã, quer à das culturas tradicionais não ocidentais. Nega que a diferença sexual inscrita no corpo possa ser identificativa da pessoa; recusa a complementaridade natural entre os sexos; dissocia a sexualidade da procriação; sobrepõe a filiação intencional à biológica; pretende desconstruir a matriz heterossexual da sociedade (a família assente na união entre um homem e uma mulher deixa de ser o modelo de referência e passa a ser um entre vários).

3. Os pressupostos da ideologia do género

Esta teoria parte da distinção entre sexo e género, forçando a oposição entre natureza e cultura. O sexo assinala a condição natural e biológica da diferença física entre homem e mulher. O género baliza a construção histórico-cultural da identidade masculina e feminina. Mas, partindo da célebre frase de Simone de Beauvoir, «uma mulher não nasce mulher, torna-se mulher», a ideologia do género considera que somos homens ou mulheres não na base da dimensão biológica em que nascemos, mas nos tornamos tais de acordo com o processo de socialização (da interiorização dos comportamentos, funções e papéis que a sociedade e cultura nos distribui). Papéis que, para estas teorias, são injustos e artificiais. Por conseguinte, o género deve sobrepor-se ao sexo e a cultura deve impor-se à natureza.

Como, para esta ideologia, o género é uma construção social, este pode ser desconstruído e reconstruído. Se a diferença sexual entre homem e mulher está na base da opressão desta, então qualquer forma de definição de uma especificidade feminina é opressora para a mulher. Por isso, para os defensores do gender, a maternidade, como especificidade feminina, é sempre uma discriminação injusta. Para superar essa opressão, recusa-se a diferenciação sexual natural e reconduz-se ogénero à escolha individual. O género não tem de corresponder ao sexo, mas pertence a uma escolha subjetiva, ditada por instintos, impulsos, preferências e interesses, o que vai para além dos dados naturais e objetivos.

O gender sustenta a irrelevância da diferença sexual na construção da identidade e, por consequência, também a irrelevância dessa diferença nas relações interpessoais, nas uniões conjugais e na constituição da família. Se é indiferente a escolha dogénero a nível individual, podendo escolher-se ser homem ou mulher independentemente dos dados naturais, também é indiferente a escolha de se ligar a pessoas de outro ou do mesmo sexo. Daqui a equiparação entre uniões heterossexuais e homossexuais. Ao modelo da família heterossexual sucedem-se vários tipos de família, tantos quantas as preferências individuais, para além de qualquer modelo de referência. Deixa de se falar em família e passa a falar-se em famílias. Privilegiar a união heterossexual afigura-se-lhe uma forma de discriminação. Igualmente, deixa de se falar em paternidade e maternidade e passa a falar-se, exclusivamente, em parentalidade, criando um conceito abstrato, pois desligado da geração biológica.

4. Reflexos da afirmação e difusão da ideologia do género

A afirmação e difusão da ideologia do género pode notar-se em vários âmbitos. Um deles é o dos hábitos linguísticos correntes. Vem-se generalizando, a começar por documentos oficiais e na designação de instituições públicas, a expressão género em substituição de sexo (igualdade de género, em vez de igualdade entre homem e mulher), tal como a expressão famílias em vez de família, ou parentalidade em vez de paternidade e maternidade. Muitas pessoas passam a adotar estas expressões por hábito ou moda, sem se aperceberem da sua conotação ideológica. Mas a generalização destas expressões está longe de ser inocente e sem consequências. Faz parte de uma estratégia de afirmação ideológica, que compromete a inteligibilidade básica de uma pessoa, por vezes, tendo consequências dramáticas: incapacidade de alguém se situar e definir no que tem de mais elementar.

Os planos político e legislativo são outro dos âmbitos de penetração da ideologia do género, que atinge os centros de poder nacionais e internacionais. Da agenda fazem parte as leis de redefinição do casamento de modo a nelas incluir uniões entre pessoas do mesmo sexo (entre nós, a Lei nº 9/2010, de 31 de maio), as leis que permitem a adoção por pares do mesmo sexo (em discussão entre nós, na modalidade de co-adoção), as leis que permitem a mudança do sexo oficialmente reconhecido, independentemente das caraterísticas fisiológicas do requerente (Lei nº 7/2011, de 15 de março), e as leis que permitem o recurso de uniões homossexuais e pessoas sós à procriação artificial, incluindo a chamada maternidade de substituição (a Lei nº 32/2006, de 26 de julho, não contempla a possibilidade referida).

Outro âmbito de difusão da ideologia do género é o do ensino. Este é encarado como um meio eficaz de doutrinação e transformação da mentalidade corrente e é nítido o esforço de fazer refletir na orientação dos programas escolares, em particular nos de educação sexual, as teses dessa ideologia, apresentadas como um dado científico consensual e indiscutível. Esta estratégia tem dado origem, em vários países, a movimentos de protesto por parte dos pais, que rejeitam esta forma de doutrinação ideológica, porque contrária aos princípios nos quais pretendem educar os seus filhos. Entre nós, a Portaria nº 196-A/2010, de 9 de abril, que regulamenta a Lei nº 60/2009, de 6 de agosto, relativa à educação sexual em meio escolar, inclui, entre os conteúdos a abordar neste âmbito, sexualidade e género.

5. O alcance antropológico da ideologia do género

Importa aprofundar o alcance da ideologia do género, pois ela representa uma autêntica revolução antropológica. Reflete um subjetivismo relativista levado ao extremo, negando o significado da realidade objetiva. Nega a verdade como algo que não pode ser construído, mas nos é dado e por nós descoberto e recebido. Recusa a moral como uma ordem objetiva de que não podemos dispor. Rejeita o significado do corpo: a pessoa não seria uma unidade incindível, espiritual e corpórea, mas um espírito que tem um corpo a ela extrínseco, disponível e manipulável. Contradiz a natureza como dado a acolher e respeitar. Contraria uma certa forma de ecologia humana, chocante numa época em que tanto se exalta a necessidade de respeito pela harmonia pré-estabelecida subjacente ao equilíbrio ecológico ambiental. Dissocia a procriação da união entre um homem e uma mulher e, portanto, da relacionalidade pessoal, em que o filho é acolhido como um dom, tornando-a objeto de um direito de afirmação individual: o “direito” à parentalidade.

No plano estritamente científico, obviamente, é ilusória a pretensão de prescindir dos dados biológicos na identificação das diferenças entre homens e mulheres. Estas diferenças partem da estrutura genética das células do corpo humano, pelo que nem sequer a intervenção cirúrgica nos órgãos sexuais externos permitiria uma verdadeira mudança de sexo.

É certo que a pessoa humana não é só natureza, mas é também cultura. E também é certo que a lei natural não se confunde com a lei biológica. Mas os dados biológicos objetivos contêm um sentido e apontam para um desígnio da criação que a inteligência pode descobrir como algo que a antecede e se lhe impõe e não como algo que se pode manipular arbitrariamente. A pessoa humana é um espírito encarnado numa unidade bio-psico-social. Não é só corpo, mas é também corpo. As dimensões corporal e espiritual devem harmonizar-se, sem oposição. Do mesmo modo, também as dimensões natural ecultural. A cultura vai para além da natureza, mas não se lhe deve opor, como se dela tivesse que se libertar.

6. Homem e mulher chamados à comunhão

A diferenciação sexual inscrita no desígnio da criação tem um sentido que a ideologia do género ignora. Reconhecê-la e valorizá-la é assegurar o limite e a insuficiência de cada um dos sexos, é aceitar que cada um deles não exprime o humano em toda a sua riqueza e plenitude. É admitir a estrutura relacional da pessoa humana e que só na relação e na comunhão (no ser para o outro) esta se realiza plenamente.

Essa comunhão constrói-se a partir da diferença. A mais básica e fundamental, que é a de sexos, não é um obstáculo à comunhão, não é uma fonte de oposição e conflito, mas uma ocasião de enriquecimento recíproco. O homem e a mulher são chamados à comunhão porque só ela os completa e permite a continuação da espécie, através da geração de novas vidas. Faz parte da maravilha do desígnio da criação. Não é, como tal, algo a corrigir ou contrariar.

A sociedade edifica-se a partir desta colaboração entre as dimensões masculina e feminina. Em primeiro lugar, na sua célula básica, a família. É esta quem garante a renovação da sociedade através da geração de novas vidas e assegura o equilíbrio harmonioso e complexo da educação das novas gerações. Por isso, nunca um ou mais pais podem substituir uma mãe, e nunca uma ou mais mães podem substituir um pai.

7. Complementaridade do masculino e do feminino

É um facto que algumas visões do masculino e feminino têm servido, ao longo da história, para consolidar divisões de tarefas rígidas e estereotipadas que limitaram a realização da mulher, relegada a um papel doméstico e circunscrita na intervenção social, económica, cultural e política. Mas, na visão bíblica, o domínio do homem sobre a mulher não faz parte do original desígnio divino: é uma consequência do pecado. Esse domínio indica perturbação e perda da estabilidade da igualdade fundamental, entre o homem e a mulher. O que vem em desfavor da mulher, porquanto somente a igualdade, resultante da comum dignidade, pode dar às relações recíprocas o carácter de uma autêntica communio personarum (comunhão de pessoas).

A ideologia do género não se limita a denunciar tais injustiças, mas pretende eliminá-las negando a especificidade feminina. Isso empobrece a mulher, que perde a sua identidade, e enfraquece a sociedade, privada dum contributo precioso e insubstituível, como é a feminilidade e a maternidade. Aliás, a nossa época reconhece – e bem! – a importância da presença equilibrada de homens e mulheres nos vários âmbitos da vida social, designadamente nos centros de decisão económica e política. Mesmo que essa presença não tenha de ser rigidamente paritária, a sociedade só tem a ganhar com o contributo complementar das específicas sensibilidades masculina e feminina.

8. O "génio feminino"

Nesta perspetiva, há que pôr em relevo aquilo que o Papa João Paulo II denominou "génio feminino". Não se trata de algo que se exprima apenas na relação esponsal ou maternal, específicas do matrimónio, como pretenderia uma certo romantismo. Mas estende-se ao conjunto das relações interpessoais e refere-se a todas as mulheres, casadas ou solteiras. Passa pela vocação à maternidade, sem que esta se esgote na biológica. Nesta, entretanto, comprova-se uma especial sensibilidade da mulher à vida, patente no seu desvelo na fase de maior vulnerabilidade e na sua capacidade de atenção e cuidado nas relações interpessoais.

A maternidade não é um peso de que a mulher necessite de se libertar. O que se exige é que toda a organização social apoie e não dificulte a concretização dessa vocação, através da qual a mulher encontra a sua plena realização. É de reclamar, em especial, que a inserção da mulher numa organização laboral, concebida em função dos homens, não se faça à custa da concretização dessa vocação, e se adotem todos os ajustamentos necessários.

9. O papel insubstituível do pai

Não pode, de igual modo, ignorar-se que o homem tem um contributo específico e insubstituível a dar à vida familiar e social, cumprindo a sua vocação à paternidade, que não é só biológica, assumindo a missão que só o pai pode desempenhar cabalmente. Talvez o âmbito em que mais se nota a ausência desse contributo seja o da educação, o que já levou a que se fale do pai como o “grande ausente”. Isto pode originar sérias consequências, tais como desorientação existencial dos jovens, toxicodependência ou delinquência juvenil. Se a relação com a mãe é essencial nos primeiros anos de vida, é também essencial a relação com o pai, para que a criança e o jovem se diferenciem da mãe e assim cresçam como pessoas autónomas. Não bastam os afetos para crescer: são necessárias regras e autoridade, o que é acentuado pelo papel do pai.

Num contexto em que se discute a legalização da adoção por pares do mesmo sexo, não é supérfluo sublinhar a importância dos papéis da mãe e do pai na educação das crianças e dos jovens: são papéis insubstituíveis e complementares. Cada uma destas figuras ajuda a criança e o jovem a construir a sua própria identidade masculina ou feminina. Mas também, e porque nem o masculino nem o feminino esgotam toda a riqueza do humano, a presença dessas duas figuras ajudam-nos a descobrir toda essa riqueza, ultrapassando os limites de cada um dos sexos. Uma criança desenvolve‑se e prospera na interação conjunta da mãe e do pai, como parece óbvio e estudos científicos comprovam.

10. A resposta à afirmação e difusão da ideologia do género

A ideologia do género não só contrasta com a visão bíblica e cristã, mas também com a verdade da pessoa e da sua vocação. Prejudica a realização pessoal e, a médio prazo, defrauda a sociedade. Não exprime a verdade da pessoa, mas distorce-a ideologicamente.

As alterações legislativas que refletem a mentalidade da ideologia do género -concretamente, a lei que, entre nós, redefiniu o casamento - não são irreversíveis. E os cidadãos e legisladores que partilhem uma visão mais consentânea com o ser e a dignidade da pessoa e da família são chamados a fazer o que está ao seu alcance para as revogar.

Se viermos a assistir à utilização do sistema de ensino para a afirmação e difusão dessa ideologia, é bom ter presente o primado dos direitos dos pais e mães quanto à orientação da educação dos seus filhos. O artigo 26º, nº 3, da Declaração Universal dos Direitos Humanos estatui que «aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação dos seus filhos». E o artigo 43º, nº 2, da nossa Constituição estabelece que «o Estado não pode atribuir-se o direito de programar a educação e a cultura segundo quaisquer diretrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas».

De qualquer modo, a resposta mais eficaz às afirmações e difusão da ideologia do género há de resultar de uma nova evangelização. Trata-se de anunciar o Evangelho como este é: boa nova da vida, do amor humano, do matrimónio e da família, o que corresponde às exigências mais profundas e autênticas de toda a pessoa. A esse anúncio são chamadas, em especial, as famílias cristãs, antes de mais, mediante o seu testemunho de vida.

Fátima, 14 de novembro de 2013

Nota à imprensa da associação Novos Rumos a propósito da Carta Pastoral da CEP

NOTA À IMPRENSA
Coordenação Nacional de Rumos Novos – Associação Homossexual Católica


Lisboa/ Portimão, 14 de novembro de 2013


A propósito da ideologia do género
Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa


Num momento em que todo o mundo católico se debruça sobre o inquérito do Vaticano como documento preparatório do Sínodo dos Bispos, a Conferência Episcopal Portuguesa pública uma carta pastoral “A Propósito da Ideologia de Género”.

A Rumos Novos, enquanto local de partilha e acolhimento para os homossexuais católicos portugueses, não pode deixar de fraternalmente lamentar esta Carta Pastoral, que publicada nesta altura somente pode ter por objetivo condicionar as respostas dos católicos portugueses ao próprio questionário do Vaticano.

O uso de uma linguagem que esperávamos ter já visto irradiada do seio dos Bispos portugueses e a agressividade da mesma, particularmente no referente ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, somente continua a provocar a exclusão e marginalização destes fiéis no seio da igreja e acentuar a sua ferida e sensação de não-pertença ao corpo de fiéis. Entendemos que este tipo de linguagem é contrário aos ensinamentos de Jesus Cristo, pois como bem nos lembrou S. Paulo (Gálatas 3, 28): “Não há judeu, nem grego; não há escravo nem livre; não há homem e mulher, porque TODOS sois um só em Cristo Jesus.” E ao sermos todos (heterossexuais e homossexuais) de Cristo, somos todos igualmente herdeiros segundo a promessa e esta Carta Pastoral só serve para continuar a estigmatizar, em vez de fraternalmente amar e acolher.

Entendemos igualmente que a hierarquia Católica, lendo os sinais dos tempos (de cuja leitura a frequentemente se esquece, ou então prefere um leitura passadista e ultrapassada), deverá sempre intervir na sociedade de que faz parte (sem nunca esquecer: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.”, Mateus 22, 22) dando o seu valioso contributo, torna-se, contudo, inadmissível que a hierarquia tente moldar a sociedade de acordo com os seus próprios parâmetros e visão, como é o caso dos comentários efetuados nesta Carta Pastoral à legislação que aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Mais inadmissível ainda, porquanto, se trata de uma tentativa de ingerência numa esfera que não é a sua, não com o intuito de contribuir, mas de a moldar ao seu pensamento.

É verdade que o casamento entre pessoas do mesmo sexo, particularmente aquele entre fiéis homossexuais católicos, levanta uma questão crucial para a igreja, pois a sua aceitação implica uma mudança radical no modo como esta entende a sexualidade humana, toda ela, e o casamento. Infelizmente, para nós, torna-se perfeitamente claro que, mais uma vez, a Conferência Episcopal Portuguesa não está na disposição de enfrentar estas questões, apesar da abertura pastoral que o Papa Francisco tem demonstrado. E continua, antes, determinada em reafirmar vezes sem conta aquela que tem sido a posição da igreja católica, pelos menos desde o concílio de Trento, de que a orientação homossexual, incluindo o casamento entre pessoas do mesmo sexo, não é natural e deve ser combatida, como o afirmou o arcebispo Cordileone, através de um campanha forte para “catequizar os católicos sobre o casamento”, que mais não é o que pretende fazer esta Carta Pastoral.

Esta Carta Pastoral ao repetir a ideia de que são sem compromisso as uniões pecaminosas entre pessoas do mesmo sexo e manter o incitamento para que o legislador faça tudo o que estiver ao seu alcance para as tornar ilegais continua a isolar-se do futuro, como sempre esteve em relação aos métodos anticoncecionais que, como o demonstram as sondagens, são utilizados pela esmagadora maioria dos católicos.

O facto importante que esta Carta Pastoral esquece é que as uniões entre homossexuais são visíveis e públicas devido à sua própria natureza. As pessoas católicas que vivem nestas uniões, têm famílias, amigos e conhecidos que têm estado e estarão cada vez mais desligados da igreja, devido à rejeição desta em relação à orientação sexual dos seus filhos e filhas, que conhecem e amam. Os dados do abandono serão certamente bem mais graves do que os que se seguiram à condenação da contraceção por parte do Papa Paulo VI.

Esta Carta Pastoral na sua linguagem repetida e gasta mais não faz do que contribuir para que a igreja dos nossos netos e bisnetos seja uma igreja defensiva, leal, obediente, quase uma seita, uma espécie da pequena igreja de que o Papa Bento XVI falou nos seus ataques repetidos ao relativismo e à homossexualidade, bem longe da mensagem universal de Jesus Cristo.

No Rumos Novos, acreditamos que a Igreja que amamos, e a fé que professamos, pode ser bem diferente, pois cada vez mais teólogos católicos estão convencidos que a nossa teologia moral está tão cheia de incongruências e inconsistências, fundamentadas em premissas de há muito ultrapassadas, que já não serve qualquer finalidade útil.

Por isso, esta Carta Pastoral vai em contraciclo com o inquérito do Vaticano, que através da ação do Papa Francisco, começa a elencar quais as necessidades a serem realizadas e alteradas e como, com a orientação do Espírito Santo, uma forma radicalmente inclusiva de catolicismo pode finalmente emergir, pois como nos lembrou S. Paulo (Gálatas 5, 1): “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes, e não vos sujeiteis outra vez ao jugo da escravidão.”

Ler aqui a Carta Pastoral a propósito da ideologia do género

Papa e bispos portugueses em caminhos diferentes?

Transcrevo uma publicação do blog dos Rumos Novos


Hoje, sinto vergonha da minha igreja: uma resposta à Carta Pastoral da Conferência Episcopal Portuguesa

a 16 de Novembro de 2013

No meio dum inquérito do Vaticano sobre a família, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou hoje uma Carta Pastoral a propósito da ideologia de género. Esta Carta Pastoral demonstra uma profunda ausência de visão profética, já para não falar de amor. Apelando novamente à marginalização das pessoas católicas homossexuais, a CEP perpetua o mal, a injustiça e a opressão, violando assim a sua própria aliança batismal e originando um dano profundo nas pessoas homossexuais católicas em toda a igreja.

Hoje sinto vergonha da minha igreja.

A Igreja deveria estar na linha da frente na defesa da inclusão, da justiça e do amor e não na participação no abuso sistemático e da violência verbal em relação às pessoas homossexuais. Em vez de se arrepender deste pecado histórico e continuado, a igreja e os seus bispos publicam uma Carta Pastoral que não somente falha em estar de acordo com o Evangelho, mas de facto continua a minar o testemunho e o ministério de todos os que esperam por um sinal da presença de Deus no mundo.

Referindo-se aos casais de pessoas do mesmo sexo, a Carta Pastoral fala de “pares”. Os homossexuais católicos não são uma abstração teológica. Eu próprio sou um homossexual católico chamado ao ministério, que vive com o seu companheiro. Não somos um “par”. Rotular os casais de pessoas do mesmo sexo como “pares” provoca mágoa. Há pessoas na nossa igreja (jovens, catequistas, acólitos, escuteiros, elementos dos coros e das diversas comunidades paroquiais, sacerdotes e bispos) que Deus criou homossexuais. Todos somos pessoas!

A Carta Pastoral de hoje representa uma falta de coragem e de visão profética, bem como o reafirmar de princípios que provocam imensa dor às pessoas homossexuais católicas e a toda a igreja do Vaticano II. Em vez de escutarem os sinais dos tempos, os Bispos portugueses escolheram esconder-se atrás de ideias retrógradas, em vez de contemplarem imago dei nos membros homossexuais católicos do corpo de Cristo.

Apesar do imenso desapontamento que esta Carta Pastoral hoje nos provocou, sentimo-nos compelidos pelo Evangelho a prosseguir a nossa caminhada de fiéis homossexuais católicos, seguindo o exemplo de Jesus no amor a todas as pessoas. Iremos continuar o nosso trabalho de construir pontes de reconciliação ainda com maior intensidade, com a certeza de que Deus já resolveu este assunto.

Deixemos que a nossa voz continue a ser ouvida no cada vez maior número de pessoas na nossa igreja que praticam o mandamento do amor que Cristo nos legou.

Como vêem as crianças o casamento gay

um leitor do nosso blogue sugeriu este video. Muito obrigado, vale a pena ver!

Para ler mais sobre este vídeo, clica aqui

O que pensa o papa sobre o celibato e a forma de tratar a pedofilia

um artigo de 2012, em inglês

Pope Francis Talks Celibacy, Pedophilia In 2012 Interview (Report) 

The Huffington Post | By Dominique Mosbergen

The formation of priests was one of Jorge Bergoglio's (now Pope Francis) constant concerns when he was Archbishop and Superior in the Society of Jesus. He had a conversation on the subject with Rabbi Abraham Skorka, rector of the Latin American Rabbinical Seminary. This conversation appears in the book Sobre el Cielo y la Tierra (“On the Heavens and the Earth”) published in 2012 by the Sudamericana publishing company.

The following is an excerpt of that dialogue, in which then-Cardinal Bergoglio reveals the secret to living celibacy happily:

Bergoglio:When I was a seminarian, I was dazzled by a girl I met at an uncle's wedding. I was surprised by her beauty, her intellectual brilliance... and, well, I was bowled over for quite a while. I kept thinking and thinking about her. When I returned to the seminary after the wedding, I could not pray for over a week because when I tried to do so, the girl appeared in my head. I had to rethink what I was doing. I was still free because I was a seminarian, so I could have gone back home and that was it. I had to think about my choice again. 

I chose again – or let myself be chosen by – the religious path. It would be abnormal for this kind of thing not to happen. When this happens, one has to get one’s bearings again. It’s a matter of one choosing again or saying, “No, what I'm feeling is very beautiful. I am afraid I won't be faithful to my commitment later on, so I'm leaving the seminary.” When something like this happens to a seminarian, I help him go in peace to be a good Christian and not a bad priest. In the Western Church to which I belong, priests cannot be married as in the Byzantine, Ukrainian, Russian or Greek Catholic Churches. In those Churches, the priests can be married, but the bishops have to be celibate. They are very good priests. Sometimes I joke with them and tell them that they have wives at home but they did not realize that they also got a mother-in-law as part of the bargain. In Western Catholicism, some organizations are pushing for more discussion about the issue. For now, the discipline of celibacy stands firm. Some say, with a certain pragmatism, that we are losing manpower. If, hypothetically, Western Catholicism were to review the issue of celibacy, I think it would do so for cultural reasons (as in the East), not so much as a universal option. For the moment, I am in favor of maintaining celibacy, with all its pros and cons, because we have ten centuries of good experiences rather than failures. What happens is that the scandals have an immediate impact. Tradition has weight and validity. Catholic ministers chose celibacy little by little. Up until 1100, some chose it and some did not. After, the East followed the tradition of non-celibacy as personal choice, while the West went the opposite way. It is a matter of discipline, not of faith. It can change. Personally, it never crossed my mind to marry. But there are cases. Look at the case of the Paraguayan President Fernando Lugo. He's a brilliant guy. But as a bishop, he had a fall and resigned from the diocese. This decision was honest. Sometimes we see priests fall into this.

Skorka: And what is your position?

Bergoglio: If one of them comes and tells me that he got a woman pregnant, I listen. I try to help him have peace and little by little I try to help him realize that the natural law takes priority over his priesthood. So, he has to leave the ministry and should take care of that child, even if he chooses not to marry that woman. For just as that child has the right to have a mother, he has a right to the face of a father. I commit myself to arranging all the paperwork for him in Rome, but he has to leave everything. Now, if a priest tells me he got excited and that he had a fall, I help him to get on track again. There are priests who get on track again and others who do not. Some, unfortunately, do not even tell the bishop.

Skorka: What does it mean to get back on track?

Bergoglio: To do penance, to keep their celibacy. The double life is no good for us. I don't like it because it means building on falsehood. Sometimes I say: “If you can not overcome it, make your decision.”

Skorka: I would like to clarify that a priest who falls in love with a girl and then confesses is one thing, and a case of pedophilia is quite another. Pedophilia has to be cut off at the roots. It's very serious. Two adults who love each other having an affair is something else.

Bergoglio: The idea that pedophilia is a consequence of celibacy is ruled out. More than seventy percent of cases of pedophilia occur in the family and neighborhood: grandparents, uncles, stepfathers, neighbors. The problem is not linked to celibacy. If a priest is a pedophile, he is so before he is a priest. Now, when that happens, we must never turn a blind eye. You cannot be in a position of power and destroy the life of another person. In the diocese it never happened to me, but a bishop once called me to ask me by phone what to do in a situation like that and I told him to take away the priests' licenses, not to allow them to exercise the priesthood any more, and to begin a canonical trial in that diocese’s court. I think that's the attitude to have. I do not believe in taking positions that uphold a certain corporative spirit in order to avoid damaging the image of the institution. That solution was proposed once in the United States: they proposed switching the priests to a different parish. It is a stupid idea; that way, the priest just takes the problem with him wherever he goes. The corporate reaction leads to such a result, so I do not agree with those solutions. Recently, there were cases uncovered in Ireland from about twenty years ago, and the present Pope [Benedict XVI] clearly said: “Zero tolerance for that crime.” I admire the courage and uprightness of Pope Benedict on the subject.

Porque estou aqui

Sinto-me privilegiado por ter encontrado na Igreja um lugar vazio, feito à minha medida. É certo que tê-lo encontrado (ou encontrá-lo renovadamente, pois não é dado adquirido) foi também mérito da minha sede, do meu empenho, de não baixar os braços e achar, passivamente, que não seria possível. Passo a contextualizar: a comunidade onde vou à missa é pequena e acolhedora, e podia bem não o ser. Ao mesmo tempo, sentia um desejo grande de reflexão de vida cristã e encontrei um casal (heterosexual) que tinha a mesma vontade. Começámo-nos a reunir semanalmente numa pequena comunidade de oração e reflexão que, apesar de crítica, nos tem ajudado a sermos Igreja e a nela nos revermos. Paralelamente, face ao contínuo desencanto em relação a algumas posturas e pontos de vista de uma Igreja mais institucional e hierárquica, tive a graça de encontrar um grupo de cristãos homossexuais, que se reuniam com um padre regularmente, sem terem de se esconder ou de ocultar parte de si.

Sei que muitos cristãos homossexuais nunca pensaram sequer na eventualidade de existirem grupos cristãos em que se pudessem apresentar inteiros, quanto mais pensarem poder tomar parte e pôr em comum fé, questões, procuras, afectos e vidas.

Por tudo isto me sinto grato a Deus e me sinto responsável para tentar chegar a quem não teve, até agora, uma experiência tão feliz como a minha.

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