Ziraldo |
Publico este artigo, pensando na "arrogância" do dogma da "Infalibilidade papal": parece-me que este papa, na sua lucidez a que nos tem habituado, tem posto o dedo em tantas feridas, tem sido sensível a tantos aspectos que desvirtuam a Igreja da sua vocação primordial, e na sua humildade e sapiência de servidor e de pastor sabe e afirma que ninguém é infalível. Quem crê no dogma, pode crer no que o papa disse: "ninguém é dono da verdade"!
Ninguém é dono da verdade
O papa afirmou esta quarta-feira que «ninguém é dono da verdade» e estimulou os católicos a seguirem o exemplo da evangelização feita por S. Paulo, que foi um «construtor de pontes» e não de «muros». «A verdade não entra numa enciclopédia. A verdade é um encontro; é um encontro com a Suma Verdade: Jesus, a grande verdade. Ninguém é dono da verdade. A verdade recebe-se no encontro», disse Francisco, citado pelo portal de notícias da Santa Sé. À imagem de Cristo, «que falou com todos», o cristão que anuncia o Evangelho deve «escutar todos», tendo presente que a Igreja “não cresce com proselitismo”, mas pela «atração, pelo seu testemunho, pela sua pregação». «Os cristãos que têm medo de fazer pontes e preferem construir muros são cristãos inseguros da própria fé, não seguros de Jesus Cristo», frisou Francisco (...).
A pobreza deve ser entendida como «superação de todos os egoísmos na lógica do Evangelho que ensina a confiar na Providência de Deus», apontou. «Pobreza como indicação a toda a Igreja que não somos nós a construir o Reino de Deus, não são os meios humanos que o fazem crescer, mas é principalmente o poder, a graça do Senhor, que opera através da nossa fraqueza», explicou. Para Francisco a pobreza revela-se através da «solidariedade, a partilha e a caridade», bem como na «sobriedade e alegria pelo essencial», a par da vigilância face aos «ídolos materiais que obscurecem o sentido autêntico da vida». «A pobreza teórica não nos serve. A pobreza aprende-se tocando a carne de Cristo pobre, nos humildes, nos pobres, nos doentes, nas crianças», vincou. (...)
Rui Jorge Martins
Publicado por SNPC
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