(Parte IV)
por James Martin, S.J
tradução de José Leote (Rumos Novos)
JUNTOS NA PONTE
No geral, o convite para pisar a ponte do «respeito, compaixão e delicadeza» mútuos é dirigido tanto à igreja institucional como à comunidade LGBT.
Algumas destas coisas podem ser difíceis de ouvir por parte da comunidade LGBT. É difícil pisar essa ponte. E algumas destas coisas podem ser difíceis para os bispos ouvirem. Porque nenhuma das faixas da ponte é suave. Nesta ponte, tal como na vida, há portagens. Custa quando vivemos uma vida de respeito, compaixão e delicadeza. Porém, acreditar nesta ponte é acreditar que eventualmente as pessoas a serão capazes de ir e vir nela facilmente e que a hierarquia e a comunidade LGBT serão capazes de se encontrar uns com os outros. É confiar que Deus deseja a unidade.
Estamos todos juntos na ponte. Porque, é claro, a ponte é a igreja. E, em última análise, no outro lado da ponte, para cada um dos grupos, encontra-se o acolhimento, a comunidade e o amor.
À laia de conclusão, gostaria de dizer algo especificamente à comunidade LGBT. Em tempos difíceis podem perguntar: O que é que mantém a ponte de pé? O que é que evita que ela colapse nas rochas afiadas? O que é que nos impede de mergulhar nas águas perigosas por baixo? O Espírito Santo. O Espírito Santo apoia a igreja e apoia-vos a vós.
Pois vós sois filhos amados de Deus que, por virtude do vosso batismo, tendes tanto direito em estar na igreja como o Papa, os bispos locais, ou eu. É certo que essa ponte tem algumas pedras soltas, grandes lombas e buracos enormes, porque as pessoas na igreja não são perfeitas. Nunca o fomos – perguntem simplesmente a S. Pedro. E nunca o seremos. Somos todos pessoas imperfeitas, lutando para dar o nosso melhor à luz das nossas vocações individuais. Somos todos peregrinos a caminho, pecadores amados que seguem o chamamento que, pela primeira vez ouvimos, no nosso batismo e que continuamos a ouvir diariamente nas nossas vidas.
Resumindo, vocês não estão sozinhos. Milhões dos nossos irmãos e irmãs católicos acompanham-vos, como o fazem os vossos bispos, à medida em que juntos caminhamos imperfeitamente nesta ponte. Mais importante, somos acompanhados por Deus, o reconciliador de todos os homens e mulheres de boa vontade, bem como o arquiteto, o construtor e a fundação dessa ponte.
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Publicado em português In Rumos Novos
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