Casamento e adopção
O site da agência Zenit publicou uma entrevista com Ingrid Tapia, advogada, especialista em direito constitucional e direitos humanos, professora decana de direito romano no Instituto Tecnológico Autónomo do México. O assunto: casamento de pessoas do mesmo sexo e adoção de crianças pelos mesmos casais.
Achei (...) o tom das declarações (...) suave embora, nalguns pontos, sarcástico. Ingrid parece até defender os homossexuais, reconhecendo o mal da discriminação, mas não deixa de sustentar alguns argumentos errados. Por exemplo: Todas as pessoas de um país devem ser reconhecidas pelo Estado, todos nós devemos fazer um esforço por incluir e não discriminar as pessoas por sua preferência sexual ou crença religiosa. Estar comprometidos com a não-discriminação não significa que as leis das maiorias devam ser criadas segundo o capricho das minorias.
Pergunto: por que é que, de repente, os direitos passam a ser considerados "caprichos"? Qual é fundamento para isso? Só porque são manifestados pela minoria?
Outro exemplo:
"O que dizer em relação às adopções por parte de homossexuais?
Isso é o cúmulo. Em França, Inglaterra e em 46 estados da União Americana, a adopção homoparental é proibida. O que a corte fez é um ultraje; as crianças são concebidas como objectos de satisfação, e não como sujeitos." (...)
Pergunto: qual é o fundamento para afirmar tal coisa? Os casais heterossexuais procuram ter filhos e sentem uma grande satisfação quando isso acontece. Mas a satisfação (ou a felicidade) de ser pai ou mãe não impede que eles reconheçam os filhos como "sujeitos". Por outro lado, há muito mais exemplos de abandono ou agressão em relação às crianças nas famílias basadas no casamento heterossexual (os pais imaturos entediados com o brinquedo chamado filho) e não somente pelo facto de serem estes casais uma evidente maioria. De facto, um casal homossexual que precisa enfrentar inúmeros obstáculos até conseguir realizar o seu desejo de ter filho(s), dá muito valor à presença de uma criança em sua casa. Não quero dizer que isso seja algo fácil ou que sempre dá certo. Mas, sem dúvida, há aqui muito amor (...)
Noutro momento da entrevista, Ingrid Tapia diz: A criança em adopção seria destinatária de desprezo devido às decisões de seus pais. Por outras palavras: há muita homofobia na nossa sociedade. O que, então, está certo? Reconhecer o preconceito como algo normal e, por isso, evitar (ou impedir) a adopção dos filhos pelos casais homossexuais? Ou investir numa educação da mesma sociedade, libertando-a da homofobia? O primeiro parece mais fácil. Mas o que está mais correto? Enfim, a polémica continua e não tem previsão de um final feliz próximo...
In Retorno (G - A - Y) http://teleny-retorno.blogspot.com/2011/01/casamento-e-adocao.html
A entrevista de Ingrid Tapia na íntegra
http://www.zenit.org/article-27015?l=portuguese
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