Papa Francisco pede «pobreza» aos novos cardeais e lembra-lhes que nomeação não é «promoção», mas «serviço»
«Simplesmente é um serviço que exige ampliar o olhar e alargar o coração», frisa o papa na missiva que a Rádio Vaticano dá a conhecer um dia depois de Francisco ter revelado o nome dos novos membros do Colégio Cardinalício.
Francisco salienta que «embora pareça um paradoxo, este poder olhar mais longe e amar mais universalmente com maior intensidade pode adquirir-se apenas seguindo o mesmo caminho do Senhor: o caminho do abaixamento e da humildade, tomando forma de servidor».
«Peço-te, por favor, que recebas esta designação com um coração simples e humilde», escreve o papa, acrescentando: «Ainda que o devas fazer com júbilo e alegria, fá-lo de modo que este sentimento seja distante de qualquer expressão de mundanidade, de qualquer festejo estranho ao espírito evangélico de austeridade, sobriedade e pobreza».
Os cardeais encontram-se com Francisco a 20 de fevereiro, no Vaticano, antes do consistório para a criação dos novos purpurados, com o objectivo de, durante dois dias, debaterem o tema da família, assunto que está no centro do próximo sínodo dos bispos, agendado para outubro.
Dezasseis dos novos cardeais, os primeiros criados por Francisco, têm menos de 80 anos, pelo que podem participar num futuro conclave para a eleição do papa.
O número máximo de cardeais que podem eleger o papa é 120. Atualmente estão "vagos" 13, número que em maio passa a 16. Ou seja, em maio haveria 104 cardeais com menos de 80 anos. Com esta escolha, Francisco repõe o número máximo de cardeais eleitores.
Destes 16 novos cardeais, quatro são membros da Cúria do Vaticano e 12 são arcebispos ou bispos residenciais.
A distribuição dos 16 cardeais eleitores por continentes é a seguinte: Europa, 2; América do Norte e Central, 3; América do Sul, 3; África, 2; Ásia, 2.
A escolha de cardeais do Burkina Faso e do Haiti resulta da atenção que o papa quer dar às populações provadas pela pobreza, explicou o responsável pela Sala de Imprensa do Vaticano, padre Federico Lombardi.
O cardeal mais idoso, Loris Capovilla, foi secretário de João XXIII, o papa que decidiu a realização do Concílio Vaticano II (1962-1965) e que vai ser canonizado em 2014, juntamente com João Paulo II.
Entre os escolhidos, o único de língua portuguesa é o arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani Tempesta. O prelado mais novo é Chibly Langlois, de 55 anos, enquanto que o mais idoso tem 98 anos.
Rui Jorge Martins
in © SNPC | 13.01.14
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