Rafael Cardoso |
O cristianismo ou causa alegria, ou não é cristianismo
«Um cristão é um homem e uma mulher de alegria, um homem e uma mulher com alegria no coração. Não existe um cristão sem alegria», frisou hoje o papa, na missa a que presidiu, no Vaticano.
Aqueles a quem a alegria lhes é estranha «não são cristãos», reiterou Francisco, citado pela Rádio Vaticano, acrescentando: «Dizem sê-lo mas não o são. Falta-lhes qualquer coisa».
«O bilhete de identidade do cristão é a alegria, a alegria do Evangelho, a alegria de ter sido eleito por Jesus, salvo por Jesus, regenerado por Jesus; a alegria daquela esperança que Jesus nos antecipa, a alegria que, mesmo nas cruzes e nos sofrimentos desta vida, se exprime de outra maneira, que é a paz na segurança que Jesus nos acompanha, está connosco», afirmou.
«Quando nas nossas paróquias, nas nossas comunidades, nas nossas instituições, encontramos pessoas que se dizem cristãs e querem ser cristãs mas estão tristes, alguma coisa não está bem», acentuou.
Francisco também meditou sobre o trecho do Evangelho proclamado nas missas desta segunda-feira (Marcos 10, 17-27), em que um homem pergunta a Jesus o que é preciso para alcançar a vida eterna, obtendo como resposta a necessidade de dar todo o dinheiro aos pobres, escolha que o entristece e o leva a afastar-se.
Para o papa, o homem rico «não foi capaz de abrir o coração à alegria e escolheu a tristeza»: «Estava amarrado aos bens. Jesus tinha-nos dito que não se podem servir dois senhores: ou serves Deus ou serves as riquezas. As riquezas não são más em si mesmas; o que é mau é servir a riqueza».
«A admiração da alegria, o ser-se salvo de viver amarrado a outras coisas, às mundanidades – as muitas mundanidades que nos afastam de Jesus –, apenas se pode com a força de Deus», assinalou.
A homilia terminou com uma oração: «Peçamos hoje a Deus que nos dê a admiração diante dele, diante das muitas riquezas espirituais que nos deu; e com este espanto nos dê a alegria, a alegria da nossa vida e de viver em paz no coração as muitas dificuldades».
«Que Deus nos proteja de procurar a felicidade em tantas coisas que ao fim nos entristecem: prometem muito mas não nos darão nada. Recordai-vos bem: um cristão é um homem e uma mulher de alegria, de alegria no Senhor; um homem e uma mulher de admiração», concluiu Francisco. "
Por Rui Jorge Martins para SNPC
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