Um bispo italiano encontrou-se com os gays da diocese
- Apareceu em Cremona um grupo diocesano para a pastoral com as pessoas homossexuais
- Foi publicado pela diocese de Turim de um pequeno livro intitulado "Fé e homossexualidade"
- Aconteceu o I Fórum Italiano dos Cristãos Homossexuais
- Em muitas igrejas cristãs organizaram-se de vigílias de oração por ocasião da IV Jornada Mundial contra a Homofobia
E mesmo que nem todas as dioceses tenham a mesma abordagem pastoral acerca do tema da homossexualidade – basta lembrar as palavras de alguns bispos eméritos ou, mais recentemente, a interdição do vicariato de Roma aos párocos da cidade de hospedar as iniciativas do grupo "Nuova Proposta" –, a linha do diálogo parece ter conseguido o seu espaço.
Assim, foi possível que o grupo de cristãos homossexuais de Parma Arco [1] recebesse a visita do bispo da cidade, D. Enrico Solmi. Uma visita importante se considerarmos que, na Assembleia Geral da Conferência dos Bispos da Itália (CEI) do dia 26 de Março, D. Solmi foi eleito o responsável pela Comissão Episcopal para a Família e Vida.
É provável que, justamente na sequência do seu novo cargo, Solmi tenha pretendido dar ressonância à sua visita ao grupo Arco, para assinalar uma vontade de abertura, não só por parte da Cúria de Parma, mas da própria Conferência Episcopal. Caso contrário não se explicaria o facto do jornal diocesano Vita Nuova, no passado dia 2 de Julho, ter dedicado uma página inteira a este encontro, comentando o seu êxito.
Portanto, continua a publicação, se o encontro entre um bispo e um grupo gay provocasse "perplexidade nalgum leitor", bastaria citar "o texto do magistério da Congregação para a Doutrina da Fé, emitido em 1986, com o título 'O cuidado pastoral das pessoas homossexuais'", em que se afirma que a Igreja "rejeita considerar a pessoa puramente como um 'heterossexual' ou um 'homossexual' e destaca que todos têm a mesma identidade pessoal: ser criatura e, por graça, filho de Deus, herdeiro da vida eterna".
E é muito positivo, afirma o Vita Nuova, “que, com a sua visita, o bispo Enrico tenha reforçado isso para a nossa diocese. É um encorajamento para quem vive essa condição existencial e um alerta à comunidade, para que exerça o acolhimento fraterno às pessoas homossexuais. O novo cargo confiado pela CEI talvez o leve a interessar-se mais directamente sobre essa questão a nível nacional".
Recentemente, D. Solmi tinha manifestado uma certa abertura em relação ao mundo gay. Num encontro em Fevereiro de 2009 com os estudantes de um instituto superior, entre os numerosos temas "sensíveis" que aceitou abordar (castidade, contracepção, casamento, política), o bispo também tocou na questão da homossexualidade."Não acho que se deva afirmar", disse naquela ocasião, "que o projecto de Deus é ter homossexuais, mas digo que aquela pessoa é uma grande riqueza, que ama e tem certamente uma boa relação com Deus. Todos têm o direito de viver plenamente a sua existência, com o próprio conceito de amor e na aceitação dos ideais alheios".
[1] desde 1998 reúne crentes e não crentes e conta com a presença de duas missionárias xaverianas a animar a oração. O grupo tem auto-gestão no resto do funcionamento e na escolha dos textos bíblicos.
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=34704
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