A reportagem é de Michele Chabin, publicada pela agência Religion News Service, 02-08-2010. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
A "Declaração de Princípios", divulgada na véspera do primeiro aniversário do tiroteio fatal em um clube gay durante a parada anual do orgulho gay em Tel Aviv e Jerusalém, amplia os limites do judaísmo ortodoxo tradicional, que considera a homossexualidade uma abominação.
Iniciado pelo rabino Nathaniel Helfgot, que ensina bíblia e pensamento judeus na Chovevei Torah Rabbinical School, em Nova York, o documento é uma colaboração entre rabinos, educadores, profissionais de saúde mental e ativistas gays da comunidade ortodoxa.
Helfgot teve a ideia depois que a Yeshiva University, uma instituição ortodoxa, realizou um fórum em dezembro passado que atraiu cerca de mil estudantes, disse ele ao jornal The Forward.
O documento faz uma clara distinção entre o comportamento homossexual, que é proibido pela Torá, e o devido respeito às pessoas com orientação homossexual.
Ele afirma que "todos os seres humanos são criados à imagem de Deus e merecem ser tratados com dignidade e respeito", e que "constranger, ofender ou humilhar homossexuais é uma violação das proibições da Torá que encarnam os valores mais profundos do Judaísmo".
Embora a lei judaica veja o casamento heterossexual como o modelo ideal e única saída legítima para a expressão sexual humana, a declaração diz que "a sensibilidade e o entendimento que expressamos apropriadamente pelos seres humanos com outras orientações sexuais não diminui o nosso compromisso com esse princípio".
Uma parte especialmente controversa diz que gays e lésbicas devem ser "acolhidos como membros plenos da sinagoga e da comunidade escolar e devem contar ritualmente, para fins de oração comunitária, e ser elegíveis para honras rituais da sinagoga".
Embora a lei judaica não possa "dar a sua bênção e seu imprimatur às cerimônias religiosas judaicas de compromisso e aos casamentos do mesmo sexo", as comunidades judaicas devem "abraçar (totalmente) o filhos adotados ou biológicos de judeus homossexuais ativos na sinagoga e no ambiente escolar", diz o comunicado.
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