Lisbela e o prisioneiro |
Nas noites de quarta-feira vai começar a haver uma sessão de cinema e bolo de chocolate. Todos os meses é convidado um amigo da Geraldine para programar um ciclo e vir apresentar os filmes. A entrada é gratuita e não é necessário trazer pipocas: há muito melhor!
Fevereiro 2011
Suspensão da Suspensão de Descrença
por Nuno Godinho
A Suspensão de Descrença é o processo através do qual o espectador decide de forma voluntária aceitar como verdadeira uma ficção, de forma a conseguir projectar-se emocionalmente na mesma. Um processo fundamental no cinema ficcional. Existem, no entanto, alguns filmes que tornam difícil, ou mesmo impossível, a suspensão de descrença. Neste ciclo apresentamos alguns.
Lisbela e o Prisioneiro, de Guel Arraes
“Lisbela e o Prisioneiro” é, antes de mais, uma história de amor. O amor que o realizador, os espectadores e os próprios personagens sentem pelo cinema. Se por um lado o filme permite que a suspensão da descrença se possa dar por inteiro, por outro o recurso ao filme dentro do filme cria uma dobra que nos vai desafiando ao recordar-nos, ainda que docemente, que não amamos senão uma ilusão. 2 Fevereiro – 21h30
What’s Up Tiger Lily [Que Há De Novo Gatinha], de Woody Allen
Neste seu primeiro filme, Woody Allen em vez de filmar, limitou-se a dobrar o som do filme japonês “International Secret Police: Key of Keys”. Dobrou o som e dobrou a história original. Dobrou-a de tal forma que nós, espectadores, nunca chegamos a conseguir acreditar nela. 9 Fevereiro – 21h30
F For Fake [Verdades e Mentiras], de Orson Welles
Um pseudo-documentário sobre Elmyr de Hory, o mais famoso falsificador de arte de sempre e sobre o seu biógrafo Clifford Irving, também ele um falsário. Mas terá sido só arte que Elmyr falsificou? Não estará também falsificada a história da sua vida aqui contada? E quanto do documentário foi também forjado pelo próprio Orson Welles? Ver para descrer. 16 Fevereiro – 21h30
Funny Games [Brincadeiras Perigosas], de Michael Haneke
Dois jovens psicóticos atacam uma família na sua casa de férias e divertem-se forçando-os a sofrer. Funny Games é um filme-ensaio, sem dó dos personagens, mas, acima de tudo, sem dó do espectador, que é forçado a rever a sua relação com a violência no cinema. 23 Fevereiro – 21h30
Uma mostra bem alternativa e irreverente. Aconselho-a vivamente.
Saber mais sobre a Geraldine e a sua localização.
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