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«A uniformidade mata a vida. A vida da Igreja é variedade, e quando queremos colocar esta uniformidade sobre todos, matamos os dons do Espírito Santo», acentuou esta quarta-feira o papa, no Vaticano.
Na audiência geral desta quarta-feira, Francisco explicou as implicações do termo "católico", palavra de origem grega que significa "universalidade", "totalidade". «Creio na Igreja una, santa, católica e apostólica» constitui um dos artigos da Profissão de Fé.
Excertos da intervenção:
«Na Igreja, cada um de nós encontra o que é necessário para crer, para viver como cristão, para tornar-se santo, para caminhar em todos os lugares e em todas as épocas.»
«Cada um de nós pode perguntar-se hoje: Como vivo na Igreja? Quando vou à igreja, é como se estivesse ao estádio, a um jogo de futebol? É como se fosse cinema? Não, é outra coisa. Como é que eu vou à igreja? Como acolho os dons que a Igreja me oferece, para crescer, para amadurecer como um cristão? Participo na vida da comunidade ou vou à igreja e fecho-me nos meus problemas, isolando-me do outro? Neste primeiro sentido, a Igreja é católica porque é a casa de todos. Todos são filhos da Igreja e todos estão nessa casa.»
«A Igreja é católica porque é universal, está espalhada por todo o mundo e anuncia o Evangelho a todo homem e a toda mulher. A Igreja não é um grupo de elite, não olha apenas para alguns. A Igreja não tem fechaduras, é enviada à totalidade das pessoas, à totalidade do género humano.»
«A Igreja não está só na sombra do nosso campanário, mas abraça um vasto conjunto de gentes, de povos que professam a mesma fé, são alimentadas da mesma Eucaristia, são servidos pelos mesmos pastores. Sentirmo-nos em comunhão com todas as Igrejas, com todas as comunidades católicas pequenas ou grandes do mundo! É belo, isto!»
«A Igreja é católica porque é a "Casa da Harmonia", onde unidade e diversidade sabem conjugar-se em conjunto para serem riqueza. Pensemos na imagem da sinfonia, que significa acordo, harmonia, instrumentos diferentes a soar juntos; cada um mantém o seu timbre inconfundível e as suas características sonoras conformam-se com qualquer coisa de comum.»
«Não somos todos iguais e não devemos ser todos iguais. Todos somos diversos, diferentes, cada um com as suas próprias qualidades. E esta é a beleza da Igreja: cada um traz o que é seu, o que Deus lhe deu, para enriquecer os outros.»
Perguntemo-nos: nas nossas comunidades vivemos a harmonia ou litigamos entre nós? Na minha paróquia, no meu movimento, onde eu faço parte da Igreja, há intrigas? Se há intrigas não há harmonia, mas luta.»
«Aceitamos o outro, aceitamos que haja uma justa variedade, que este seja diferente, que este pense de uma forma ou de outra - mas na mesma fé pode pensar-se de forma diferente -, ou tendemos a uniformizar tudo? A uniformidade mata a vida. A vida da Igreja é variedade, e quando queremos colocar essa uniformidade sobre todos, matamos os dons do Espírito Santo.»
«Rezemos ao Espírito Santo, que é precisamente o autor desta unidade na variedade, desta harmonia, para que nos torne sempre mais "católicos".»
por Rui Jorge Martins in SNPC
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