Via-sacra em traços de arquitecto
Via Sacra é o caminho de Jesus Cristo, desde a sua condenação no Pretório à crucificação no Calvário. É o momento chave na vida de Jesus e na vida da Igreja. A condenação de Cristo é proposta por religiosos, questionada pelo poder, mas confirmada e clamada pelo povo (Mt 27, 22-23). E esse povo, não seremos (também) nós, hoje?
O exemplo aqui retratado refere-se às 14 estações desenhado pelo arquitecto Luiz Cunha, para três projectos (construídos) de sua autoria: Centro de Fraternidade Missionário Cristo-Jovem, Requião, Vila Nova de Famalicão (1985-1989 parcialmente construído); igreja paroquial do Cristo-Rei, Portela de Sacavém, Loures (1982-1991) e igreja paroquial de S. Pedro de Azurém, Guimarães (1989-2000).
Nas duas igrejas, estas vias-sacras estão dispostas lateralmente, na parede do corpo que envolve a assembleia, constituindo um percurso em redor da "ecclesia" centralizada, ilustrando de uma forma corpórea a história do Tempo Pascal, de uma forma consonante com a arquitectura.
A imagem e comunicação destes desenhos, de traço forte e decidido, são claros e densos, não deixando dúvidas aos que os observam. É um desenho perene, despojado e focado nos aspectos essenciais, o que permite uma leitura sem distracções e livre, porque é sempre pessoal.
O autor refere-se à técnica usada no desenho como contemporânea e «comum à linguagem narrativa quer do cinema quer da "banda desenhada", o que parece muito adequado, quando se pretende que os fiéis façam apelo sobretudo à evocação imaginativa em vez de usarem a observação visual, sempre insuficiente para representar realidades espirituais».
As estações II, VIII e X são originais em vegetal, desenhados a tinta-da-china com 0,73 x 0,88 m, para o Centro de Fraternidade Missionário Cristo-Jovem, Requião, Vila Nova de Famalicão. As estações I, III, IV, V, VI, IX, XI, XII, XIII e XIV pertencem à igreja paroquial do Cristo-Rei, Portela de Sacavém, Loures. A estação VII pertence à igreja paroquial de S. Pedro de Azurém, Guimarães. Os quadros das duas igrejas são gravuras por calcografia em marfinite sobre aglomerado de madeira, com 0,40 x 0,40 m, com exceção da 12º estação que possui 0,80 x 0,80 m.
1.ª Estação. Jesus é condenado à morte | Luiz Cunha
2.ª Estação. Jesus carrega com a sua Cruz | Luiz Cunha
3.ª Estação. Jesus cai pela primeira vez | Luiz Cunha
4.ª Estação. Jesus encontra a sua Mãe | Luiz Cunha
5.ª Estação. Jesus é ajudado por Simão de Cirene | Luiz Cunha
6.ª Estação. Jesus imprime o seu rosto no véu de Verónica | Luiz Cunha
7.ª Estação. Jesus cai pela segunda vez | Luiz Cunha
8.ª Estação. Jesus encontra as santas mulheres de Jerusalém | Luiz Cunha
9.ª Estação. Jesus cai pela terceira vez | Luiz Cunha
10.ª Estação. Jesus é despojado das suas vestes | Luiz Cunha
11.ª Estação. Jesus é crucificado | Luiz Cunha
12.ª Estação. Jesus morre pregado na cruz | Luiz Cunha
13.ª Estação. Jesus é descido da cruz | Luiz Cunha
14.ª Estação. Jesus é colocado no sepulcro | Luiz Cunha
Texto e fotografia: Arq.º Paulo Miranda
publicado em SNPC
5.ª Estação. Jesus é ajudado por Simão de Cirene | Luiz Cunha
6.ª Estação. Jesus imprime o seu rosto no véu de Verónica | Luiz Cunha
7.ª Estação. Jesus cai pela segunda vez | Luiz Cunha
8.ª Estação. Jesus encontra as santas mulheres de Jerusalém | Luiz Cunha
9.ª Estação. Jesus cai pela terceira vez | Luiz Cunha
10.ª Estação. Jesus é despojado das suas vestes | Luiz Cunha
11.ª Estação. Jesus é crucificado | Luiz Cunha
12.ª Estação. Jesus morre pregado na cruz | Luiz Cunha
13.ª Estação. Jesus é descido da cruz | Luiz Cunha
14.ª Estação. Jesus é colocado no sepulcro | Luiz Cunha
Texto e fotografia: Arq.º Paulo Miranda
publicado em SNPC
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