Papa Francisco fala sobre a imagem da porta
(...)
A porta abre-se frequentemente para ver se do lado de fora há alguém que espera, e talvez não tenha a coragem ou até a força de bater. Quanta gente perdeu a confiança, não tem a coragem de bater às portas do nosso coração cristão, das nossas igrejas, e estão aí, tirámos-lhes a confiança; por favor, isto não pode tornar a acontecer.
A porta diz muito da casa, e também da Igreja. A gestão da porta requer discernimento atento e, ao mesmo tempo, deve inspirar grande confiança. (...) Muitas vezes a cortesia e a gentileza da portaria são capazes de oferecer uma imagem de humanidade e de acolhimento a toda a casa, logo desde a entrada. (…)
Na verdade, sabemos bem que nós próprios somos os guardiães e os servos da Porta de Deus, que é Jesus. Ele ilumina-nos em todas as portas da vida, incluindo a do nosso nascimento e da nossa morte. Ele próprio o afirmou: «Eu sou a porta: se alguém entra através de mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem» (João 10,9).
Jesus é a porta que nos faz entrar e sair. Porque o redil de Deus é um refúgio, não uma prisão! A casa de Deus é um refúgio, não uma prisão! São os ladrões que procuram evitar a porta, porque têm más intenções, e se introduzem no redil para enganar as ovelhas e aproveitar-se delas. Nós devemos passar pela porta e ouvir a voz de Jesus: se ouvimos o seu tom de voz, estamos seguros, estamos salvos. Podemos entrar sem medo e sair sem perigo.
Neste belíssimo discurso de Jesus, fala-se também do guardião que tem a tarefa de abrir ao Bom Pastor (cf. João 10,2). Se o guardião escuta a voz do Pastor, então abre e faz entrar todas as ovelhas que o Pastor leva, todas, incluindo as perdidas nos bosques, que o Bom Pastor foi à procura. As ovelhas não as escolhe o guardião, não o secretário paroquial, mas o Bom Pastor. O guardião, também ele, obedece à voz do Pastor. Por isso podemos muito bem dizer que nós devemos ser como esse guardião. A Igreja é a guardiã da casa do Senhor, não a proprietária.
A Santa Família de Nazaré [Jesus, Maria, José] sabe bem o que significa uma porta aberta ou fechada, para quem espera um filho, para quem não tem refúgio, para quem deve escapar ao perigo. As famílias cristãs façam dos seus umbrais de cada um pequeno grande sinal da Porta da misericórdia e do acolhimento de Deus. É precisamente assim que a Igreja deverá ser reconhecida, em cada canto da terra: como a guardiã de um Deus que bate, como acolhimento de um Deus que não te fecha a porta com a desculpa que não é de casa.
(...)
Papa Francisco
Audiência geral, Vaticano, 18 de novembro de 2015
Tradução e edição Rui Jorge Martins
Ler mais em SNPC
A porta diz muito da casa, e também da Igreja. A gestão da porta requer discernimento atento e, ao mesmo tempo, deve inspirar grande confiança. (...) Muitas vezes a cortesia e a gentileza da portaria são capazes de oferecer uma imagem de humanidade e de acolhimento a toda a casa, logo desde a entrada. (…)
Na verdade, sabemos bem que nós próprios somos os guardiães e os servos da Porta de Deus, que é Jesus. Ele ilumina-nos em todas as portas da vida, incluindo a do nosso nascimento e da nossa morte. Ele próprio o afirmou: «Eu sou a porta: se alguém entra através de mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem» (João 10,9).
Jesus é a porta que nos faz entrar e sair. Porque o redil de Deus é um refúgio, não uma prisão! A casa de Deus é um refúgio, não uma prisão! São os ladrões que procuram evitar a porta, porque têm más intenções, e se introduzem no redil para enganar as ovelhas e aproveitar-se delas. Nós devemos passar pela porta e ouvir a voz de Jesus: se ouvimos o seu tom de voz, estamos seguros, estamos salvos. Podemos entrar sem medo e sair sem perigo.
Neste belíssimo discurso de Jesus, fala-se também do guardião que tem a tarefa de abrir ao Bom Pastor (cf. João 10,2). Se o guardião escuta a voz do Pastor, então abre e faz entrar todas as ovelhas que o Pastor leva, todas, incluindo as perdidas nos bosques, que o Bom Pastor foi à procura. As ovelhas não as escolhe o guardião, não o secretário paroquial, mas o Bom Pastor. O guardião, também ele, obedece à voz do Pastor. Por isso podemos muito bem dizer que nós devemos ser como esse guardião. A Igreja é a guardiã da casa do Senhor, não a proprietária.
A Santa Família de Nazaré [Jesus, Maria, José] sabe bem o que significa uma porta aberta ou fechada, para quem espera um filho, para quem não tem refúgio, para quem deve escapar ao perigo. As famílias cristãs façam dos seus umbrais de cada um pequeno grande sinal da Porta da misericórdia e do acolhimento de Deus. É precisamente assim que a Igreja deverá ser reconhecida, em cada canto da terra: como a guardiã de um Deus que bate, como acolhimento de um Deus que não te fecha a porta com a desculpa que não é de casa.
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Papa Francisco
Audiência geral, Vaticano, 18 de novembro de 2015
Tradução e edição Rui Jorge Martins
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