Bernard Häring
Bernard Häring foi o 11.º de 12 irmãos. O seu pai abandonou os estudos para ir trabalhar para o campo, trabalhando na herdade da esposa.
Quando confrontado com a pergunta sobre o papel que a fé desempenhava em sua casa, respondeu: «Como o ar que se respira. Crescemos escutando os nossos pais a rezar. A minha mãe pela manhã e pela noite dava-nos a sua bênção convidando-nos a fazer o sinal da cruz. Nas longas noites de inverno, passadas na companhia de muitos amigos que frequentemente ficavam em nossa casa, ela lia uma página da Sagrada Escritura, convidando-nos depois a todos a uma oração comum».
De seus pais guardava uma memória feliz, pois estes, segundo diz o próprio padre Häring, educaram todos os filhos na virtude do altruísmo.
Häring nasceu a 10 de novembro de 1912 em Württemberg, Alemanha. Com doze anos entra no seminário, pois desejava ser missionário, como os jesuítas Francisco Xavier e Mateus Ricci. A sua decisão vocacional concretiza-se em 1933 e, apesar da sua sedução pela Companhia de Jesus, entra nos Redentoristas, onde tinha estudado. Nesse tempo manifestou ao superior que gostaria de ser missionário no Brasil. Os seus caminhos, contudo, haveriam de ser outros.
Häring nasceu a 10 de novembro de 1912 em Württemberg, Alemanha. Com doze anos entra no seminário, pois desejava ser missionário, como os jesuítas Francisco Xavier e Mateus Ricci. A sua decisão vocacional concretiza-se em 1933 e, apesar da sua sedução pela Companhia de Jesus, entra nos Redentoristas, onde tinha estudado. Nesse tempo manifestou ao superior que gostaria de ser missionário no Brasil. Os seus caminhos, contudo, haveriam de ser outros.
Entra na congregação de Santo Afonso Maria de Ligório, em Gars am Inn, perto de Munique, três meses depois de Hitler subir ao poder. Quando iniciou os estudos de Teologia, sentia-se inclinado para a Filosofia, mas gostava também de História da Igreja e de Sagrada Escritura. Todavia, o seu provincial comunicou-lhe que os professores achavam que devia estudar Moral. Aceitou por obediência, como confessará, mas acaba por se apaixonar por aquela disciplina depois de ler a obra do teólogo Tilmann.
Foi ordenado padre no dia 7 de maio de 1939, no ano em que teve início a 2.ª Guerra Mundial, com a invasão da Polónia pela Alemanha nazi. Em setembro desse ano o jovem padre alistou-se no exército, onde serviu conjuntamente com estudantes de medicina, sacerdotes e estudantes de teologia numa secção sanitária, primeiro na Polónia, depois na França e ainda na Rússia. É aqui que participa na batalha de Leninegrado, que o marcará para sempre. Mais tarde reconhece que este confronto, assim como a própria experiência da guerra, contribuíram para o nascimento da sua obra fundamental – “A Lei de Cristo”.
Em 1945, após o fim da guerra, regressa à Alemanha, mas agora para Estugarda. Continuava a querer ser missionário no estrangeiro. Mas o superior da congregação recomenda que volte a estudar e faça o doutoramento, que conclui em 1947.
Obtido este grau académico, começa a lecionar no Seminário de Gars. Dois anos depois o novo provincial pretende abrir nova universidade em Roma, a futura Academia Alfonsiana, dedicada à Teologia Moral, destinada a formar os religiosos redentoristas e depois aberta a todos. Em 1948 é enviado para Roma por um semestre para conhecer a realidade da cidade e ajudar na edificação do projeto. A instituição abriu em 1957 e o padre Häring permaneceu nela 30 anos desde a inauguração, ou seja, até 1987.
Com Congar, Chenu, de Lubac e Rahner, é chamado a participar no Concílio Vaticano II (1962-1965), primeiro na comissão preparatória e, mais tarde, como perito. Foi secretário na sub-comissão encarregue de elaborar o documento que viria a ser intitulado ‘Gaudium Et Spes’, a constituição sobre a presença da Igreja no mundo. Neste tempo conhece o cardeal Karol Wojtyla, futuro Papa João Paulo II, que integra a comissão em 1964.
Häring escreveu mais de 80 livros, entre os quais se destaca “Livres e fiéis em Cristo” (1979), em três volumes, e mais de mil artigos. Morreu a 2 de julho de 1998 em Gars, Alemanha, onde regressou após a docência em Roma.
Por L. Oliveira Marques, in SNPC
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