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Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural propõe formação inter-religiosa
O Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI), apresentou a 10 de março um módulo de formação de Diálogo Inter-religioso. Em declarações à Renascença, a responsável pela instituição, Rosário Farmhouse, explicou que esta é uma área prioritária para o ACIDI, apesar de Portugal já ser um bom exemplo de convivência entre religiões.
«A realidade do nosso país tem vindo a modificar-se e apesar de sermos um exemplo de sã convivência entre as religiões, temos que nos preparar para saber como lidar e dialogar com pessoas de credos diferentes, ateus ou agnósticos. Este módulo vem no fundo trazer essa oportunidade, de nos desafiar a irmos mais além, não perdendo essa nossa identidade e o que nos orienta, mas estando abertos aos outros e percebendo que há muitas coisas que nos unem e isso só nos traz riqueza e a paz social que todos queremos», sublinhou.
Para Rosário Farmhouse, o diálogo inter-religioso é uma responsabilidade de todos, não só dos líderes das respetivas comunidades ou confissões: «Todos nós, cada um de nós pode ser o agente e pode fazer a diferença. Se conseguir ser aberto ao outro e tiver respeito, tolerância e curiosidade para conhecer o outro, sem dúvida poderá ser um agente de paz, porque o grande fundamento da maior parte das religiões tem a ver com a paz e podemos ser todos construtores de paz».
O módulo foi apresentado em dois momentos. Numa primeira fase, jovens representantes das comunidades islâmica, evangélica, baha’i, ortodoxa e católica assistiram à demonstração de uma sessão de formação. À tarde, Rosário Farmhouse e dois dos colaboradores envolvidos na elaboração do módulo explicaram os propósitos, métodos e objetivos do mesmo, perante uma plateia composta por representantes das diversas comunidades religiosas do país.
Estudo das religiões nas escolas
O presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, Karim Vakil, elogiou o trabalho: «Este encontro foi excelente, foi das poucas coisas boas que tenho visto fazer, e com tanta eficácia como vi hoje. Não há dúvida que o ACIDI está a fazer uma atividade excelente». Vakil sublinhou ainda a proposta do jornalista Joaquim Franco, que moderou a sessão, de que nas escolas haja uma disciplina de introdução às religiões. Algo que já se passa no estrangeiro, explica o representante muçulmano.
«Conheço a experiência inglesa e eles têm uma disciplina que é “Religious Studies”. O manual, que traz a descrição das várias religiões, não é para converter ninguém, é para as pessoas ficarem sensibilizadas para o que é a outra religião. Não é a antiga moral e religião que tínhamos, não é catequese, isso pertence às igrejas ou mesquitas; mas nas escolas devemos sensibilizar as pessoas para outras religiões, para nos conhecermos», afirmou Karim Vakil.
in SNPC
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