Pastoral Homossexual
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Uma Igreja que deita lenha na fogueira
[...] O documento transmite uma afirmação muito séria sem, no entanto, fornecer provas ou, pelo menos, exemplos. Infelizmente, apesar do suposto propósito da Carta (o "atendimento pastoral das pessoas homossexuais"), uma frase como esta tem o poder de detonar qualquer impulso de boa vontade e de coragem que eventuais agentes de pastoral (começando pelos bispos e padres) possam ter. Pior, para um leitor católico (portanto aquele que recebe as orientações do Vaticano como dogmas), aquela expressão pode causar uma distorção séria na sua visão do mundo e até levar a justificar pensamentos e actos preconceituosos.
É mais ou menos isso que Jesus nos disse hoje na liturgia da Missa: "Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens. Vós sabeis muito bem como anular o mandamento de Deus, a fim de guardar as vossas tradições." (Mc 7, 8-9)
Para chegar à frase em questão, cito um trecho maior do texto:
"Mesmo dentro da Igreja formou-se uma corrente, constituída por grupos de pressão com denominações diferentes e diferente amplitude, que tenta impôr-se como representante de todas as pessoas homossexuais que são católicas. (...) Embora a prática do homossexualismo esteja ameaçando seriamente a vida e o bem-estar de grande número de pessoas, os fautores desta corrente não desistem da sua acção e recusam levar em consideração as proporções do risco que ela implica." (in Carta sobre o atendimento pastoral das pessoas homossexuais, alínea 9).
Qual seria esta "séria ameaça" à vida e ao bem-estar de grande número de pessoas? Tentar mostrar que o Criador, numa infinita riqueza de suas obras, chamou à existência, também, as pessoas homossexuais, concedendo-lhes, igualmente, a vocação para amar e serem amadas? Ou, então, a presença de homossexuais na sociedade (e na Igreja) ter enfraquecido a instituição de família?
Tenho certeza que não só não enfraquece, mas - pelo contrário - amplia e enriquece a experiência familiar de amar incondicionalmente! Falando francamente: quem está nesta história toda realmente ameaçado, tanto na sua vida, quanto no seu bem-estar?
Um pouco mais adiante, o próprio documento responde (sem querer):
"É de se deplorar firmemente que as pessoas homossexuais tenham sido e sejam ainda hoje objecto de expressões malévolas e de ações violentas. Semelhantes comportamentos merecem a condenação dos pastores da Igreja, onde quer que aconteçam. Eles revelam uma falta de respeito pelos outros que fere os princípios elementares sobre os quais se alicerça uma sadia convivência civil. A dignidade própria de cada pessoa deve ser respeitada sempre, nas palavras, nas ações e nas legislações." E acrescenta: "Todavia, a necessária reacção diante das injustiças cometidas contra as pessoas homossexuais não pode levar, de forma alguma, à afirmação de que a condição homossexual não seja desordenada. Quando tal afirmação é aceite e, por conseguinte, a actividade homossexual é considerada boa, ou quando se adopta uma legislação civil para tutelar um comportamento ao qual ninguém pode reivindicar direito algum, nem a Igreja nem a sociedade no seu conjunto deveriam surpreender-se se depois também outras opiniões e práticas distorcidas ganham terreno e se aumentam os comportamentos irracionais e violentos."
Pois é: a Igreja não se surpreende com os comportamentos "irracionais e violentos". Será porque ela própria fornece argumentos para tais comportamentos? É muito triste tudo isso..."
por Teleny in retorno (G-A-Y)
Ler neste blogue:
Pastoral Homossexual 1: http://moradasdedeus.blogspot.com/2011/03/nos-anos-80-igreja-deve-acompanhar.html
Pastoral Homossexual 2: http://moradasdedeus.blogspot.com/2011/03/o-problema-de-considerar.html
Pastoral Homossexual 3: http://moradasdedeus.blogspot.com/2011/03/ate-que-ponto-igreja-esta-atenta.html
Olá, Meu Amigo!
ResponderEliminarObrigado pela publicação desse material e parabéns pelo excelente trabalho. Eu também faço adaptações de partuguês para versão brasileira, porque o principal objetivo é a compreensão dos leitores (embora a realidade do mundo ["aldeia global"] e de sua comunicação virtual não deixe tão evidente a origem de nossos leitores). Enfim, prometo voltar em breve às reflexões sobre a "Carta". Um forte abraço! Deus Te abençoe!